Descarga de fundo da Barragem do Caia “não tem qualquer avaria”. Opção pela descarga de superfície é “técnica”
Depois de ter atingido ontem, 10 de março, a sua capacidade máxima de armazenamento de água, a Barragem do Caia iniciou descargas de superfície, na manhã desta terça-feira, dia 11, com a abertura das comportas.
Com as campanhas de rega até 2027 asseguradas, o objetivo da Associação de Beneficiários do Caia, revela o gestor Luís Rodrigues, é “manter a situação com algum controlo”, depois de se ter atingido 99,99% do volume aconselhado para descargas. “Com as chuvas que se têm verificado nos últimos dias, e o incremento no volume na Barragem do Caia, temos de proceder a descargas”, começa por dizer.
“Para a Associação de Beneficiários do Caia é uma situação que nos traz alguma tranquilidade, e conforto para os regantes, além de proporcionar aos concelhos de Elvas, Campo Maior, Arronches e Monforte água com quantidade e qualidade, nos próximos anos”, adianta.
Quando questionado sobre o porquê da realização de descargas de superfície, Luís Rodrigues assegura, desde logo, que a “descarga de fundo não tem qualquer avaria”. “A opção pela descarga de superfície é meramente técnica, porque o volume da descarga de fundo tem um débito de 60 mil litros por segundo. Ao controlarmos o débito da comporta do descarregador de superfície, nós conseguimos injetar metade desse valor”, explica. Com isto, permite-se que as duas pontes que se encontram dentro do aproveitamento hidroagrícola do Caia se mantenham transitáveis, “porque são pontes que dão apoio a toda uma atividade agrícola de regadio, entre os concelhos de Elvas e Campo Maior”.
Por outro lado, explica o gestor, convém à Associação de Beneficiários do Caia proceder “a descargas controladas, porque o leito do Rio Caia, a jusante da Barragem do Caia, está completamente obstruído, com árvores e uma vegetação muito densa, o que obriga, nesta situação, a que alguma água vá por dentro do leito, mas a grande maioria vá por fora das margens”, remata.
Rádio Elvas
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A mesma justificação há 3 anos, não sou especialista e não vou colocar em causa se é verdade ou não, mas no passado abria-se a descarga de fundo e não havia problemas com as pontes, agora é que há. Acho que fazia falta para limpar o fundo da barragem.
O mais provável é também terem preenchido as margens do rio com plantações já perto de Badajoz, onde o seu percurso é em zonas mais planas, que correm o risco de serem alagadas.
O efeito das descargas ainda não se verifica no caudal do rio na fronteira.