Ainda sobre o assunto dos voos não tripulados da NASA para fins cientificos, o plano de voo da 2ª missão ao Nadine e os locais em que lançaram sondas quando o Nadine estava próximo dos Açores.
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Tal como todos os dias são lançadas sondagens meteorológicas com balão em todo o mundo (em Portugal são lançadas todos os dias em Lisboa, Madeira e Açores às 12z) que medem toda a atmosfera de baixo para cima, temperatura, humidade e vento, dados que depois são assimilados nos modelos numéricos globais constituindo um dos principais pilares da previsão meteorológica actual. Uma das limitações actuais é que as sondagens nos Oceanos são poucas, estamos limitados às ilhas, daí a necessidade de fazer "amostragens" a ciclones tropicais, em que não só se medem parâmetros no próprio ciclone tropical, mas na sinóptica da região envolvente, que intensidade tem um cavado, um anticiclone, etc, que poderão influenciar o trajecto de um sistema por exemplo, pois os modelos nos Oceanos estão bastante dependentes de estimativas por satélite, observações de superfície de navios, ou de dados de aviões a voar em altitude de cruzeiro, etc.
Neste caso é ao contrário da tradicional sonda meteorológica de balão, as sondas são lançadas de grande altitude para recolher as amostras de toda a vertical da atmosfera de cima (sensivelmente desde os 60/100hpa) até à superfície. Isto não é grande novidade, os hurricanes hunters da NOAA e USAF fazem isto há anos e os dados que recolhem são preciosos nas previsões, a diferença é que com os UAV (aviões não tripulados) podem voar mais longe e mais tempo, e já agora, sem colocar em risco ninguém.
Para quem tiver curiosidade, estes voos processam-se a grande altitude entre os 55 e 65 mil pés (17-20 mil metros) e são controlados pelo tráfego aéreo como qualquer outro voo, a única diferença é que os controladores de tráfego aéreo quando falam com o piloto, estão a falar com o piloto que não está fisicamente no avião, está sentado algures numas instalações de voo remoto nos EUA. Nesta região estes voos tem sido controlados pelo tráfego aéreo da FIR Oceânica de Santa Maria, o centro responsável por esta região do Atlântico.
Apesar do Nadine já ser pós-tropical, aparentemente está a decorrer um 3º voo ao Nadine. Talvez o objectivo seja mesmo estudar ciclones em ambientes mais hostis.
000
NOUS42 KNHC 201448
REPRPD
WEATHER RECONNAISSANCE FLIGHTS
CARCAH, NATIONAL HURRICANE CENTER, MIAMI, FL.
1045 AM EDT THU 20 SEPTEMBER 2012
SUBJECT: TROPICAL CYCLONE PLAN OF THE DAY (TCPOD)
VALID 21/1100Z TO 22/1100Z SEPTEMBER 2012
TCPOD NUMBER.....12-124
I. ATLANTIC REQUIREMENTS
1. NEGATIVE RECONNAISSANCE REQUIREMENTS.
2. OUTLOOK FOR SUCCEEDING DAY: POSSIBLE GOLDEN HAWK FLIGHT
FROM 22/1500Z TO 23/1600Z WITH NADINE AS PRIMARY TARGET.