Va dizer isso aos paises em desenvolvimento que sofrem diariamente com os problemas ambientais.Sim... Mas vai dizer isso a pessoas que recebem o ordenado mínimo de 557€. As pessoas querem é por comida na mesa para os filhos, as preocupações ambientais ficam para segundo plano.
As centrais referidas são extremamente poluentes, concordo com o seu encerramento. No entanto sublinho o que disse o @dahon, vai ser um grande desafio.
Algumas notas:
Não podemos também ficar muito dependentes das hidroeléctricas, nos anos de seca como este não temos água para as por a trabalhar.
Na energia eólica, as melhores zonas já estão cobertas de torres, poderá haver melhoria e substituição dos aerogeradores mais antigos por alguns mais eficientes e potentes, talvez valha a pena investir em eólicas off-shore.
A energia solar tem grande potencial de expansão, principalmente a nível doméstico, se cada casa/fábrica tivesse painéis solares haveria uma redução significativa do consumo de energia da rede.
Temos ainda a biomassa, penso que uma rede de pequenas centrais era um bom complemento energético, para além da redução do risco de incêndio.
Esqueça o off-shore em PT, do que aprendi a nossa costa é demasiado profunda para instalar eólicas. Se fosse como no mar do Norte a história era outra...
Criam-se alguns problemas se todos começarem a instalar PV em casas domésticas e injectar na rede. Como vai ser o controlo de tensão nas horas de maior injecção e quando as casas não estão a consumir? A rede de distribuição não está preparada para fluxos de potência bidireccionais.
Sempre soube que a comunicação não é o meu forte. Por isso eu que eu fui para a engenharia.
@MSantos o que quis dizer é que para Portugal desactivar as duas centrais a carvão não é um desafio, isto porque já representa pouco da nossa produção anual.
Agora um Sistema eléctrico 100% renovável, esse sim por enquanto ainda é muito complicado de implementar.
Contudo neste momento já poderíamos desactivar pelo menos uma das centrais a carvão sem grandes problemas. Aqui o grande entrave será os preços da electricidade. Ao usarmos mais a centrais a gás o preço da electricidade vais subir. Mas isto era se fosse feito agora, até 2030 temos mais que tempo para preparar a sua desactivação(das centrais a carvão) sem influenciar o preço da electricidade.
Va dizer isso aos paises em desenvolvimento que sofrem diariamente com os problemas ambientais.
O que se está a discutir é a eliminação das centrais de carvão. Em Portugal para acabar com a centrais a carvão não é preciso armazenamento. Dando o exemplo de um dia como hoje, com mais 1GW de Fotovoltaico instalado e podíamos retirar as centrais de carvão de serviço, tendo o backup das centrais a gás.
Além disso as centrais a carvão representam mais ou menos 9% da capacidade instalada em Portugal. A ponta máxima de consumo na grande maioria dos dias não chega a 50% da capacidade instalada.
Por isso neste momento não era nada de muito complicado retirar de funcionamento as centrais de carvão. O grande problema é o custo de produção, o carvão é extremamente barato já o gás natural(apesar de poluir 4x menos) é bem mais caro. Num dia como o de hoje com a capacidade instalada que temos, sem a centrais a carvão o preço da electricidade disparava.
Em relação à eficiência isso é uma falácia. O eficiência de uma central a carvão situa-se entre os 15-35%. Comparativamente a eficiência das turbinas eólicas situa-se entre os 30-45% e o fotovoltaico ronda os 20%. Contudo existem tecnologias no Fotovoltaico que se aproximam dos 30% mas cujo o custo por enquanto ainda é elevado.
Isto sim, é para mim o grande desafio tecnológico dos próximos anos! Já imaginaram todos os arredores dos centros urbanos (dormitórios) a produzir electricidade para o centro urbano? Neste momento as grandes centrais de produção renovável estão quase todas longe dos centros urbanos...A energia solar tem grande potencial de expansão, principalmente a nível doméstico, se cada casa/fábrica tivesse painéis solares haveria uma redução significativa do consumo de energia da rede.
A comunicação estava óptima, eu é que li mal o teu post!
(ou editaste-o entretanto?)
http://www.jornaleconomico.sapo.pt/...o-pagar-mais-36-milhoes-de-euros-a-edp-234433
Ainda, temos a energia barata toca a aumentar.
Se estão, à espera que a aposta em renováveis não vai encarecer ainda mais a energia é uma verdadeira falácia em Portugal.
A energia solar ainda está cara, as empresas não investem sem apoios europeus, a população em geral não tem esse dinheiro para investir e ver só o seu retorno ao fim de 5 a 6 anos e nas melhores das hipóteses.
A maioria dos dimensionamentos para energia fotovoltaica que realizei para uma cadeia de hotéis e algumas fábricas de sal e pescas aqui no Algarve, quando apresentei o relatório pormenorizado quer a nível de produção, quer a nível de investimento, disseram-me quando existir apoios europeus a rondar os 90% do projecto, nós conversamos.
Quanto, aos mais pequenos, 1 ou 2 painéis na maioria dos casos, mas não vai resolver em nada. Tinha alguns projectos agrícolas no Alentejo que foram já pelo cano abaixo com a seca, estavam interessados em investir mas com a seca, estão aplicar o dinheiro na alimentação dos animais.
Embora, a maioria queira vender o excedente à rede, mas com esta lei do autoconsumo quase não se aplica, vender para ganhar uns 5 cêntimos/Kw nem tanto, mais vale estar quieto.
@dahon, apesar das centrais a carvão representarem 9% da capacidade instalada em Portugal, o seu papel continua determinante na produção de energia. Por isso é que não as desligam.
Este ano, até ao final de Outubro as centrais a carvão produziram o equivalente a 27,7% da electricidade consumida. A eólica está nos 23,5%. E não está a ser um ano fraco em termos eólicos. (Índice eólico de 0,98).
Em 2016, e considerando o mesmo período de tempo - os primeiros 10 meses do ano, a produção hídrica foi excepcional: 1,59!! A eólica 1,04. Mas ainda assim as centrais a carvão produziram o equivalente a 22,8% da electricidade consumida. E como dizes, e bem, são tão somente 9% da capacidade instalada. A eólica representa 25% da capacidade instalada.
E isto acontece porquê? Porque as renováveis são energias intermitentes, e claro, porque o carvão é muito mais barato e está sempre a bombar. Ambiente? Poluição? O que é isso? Conta para reduzir o défice? Aumenta o nosso PIB? É mais ou menos isso que está no pensamento de quem governa.
Mas bom, isto para dizer que, se 5GW de eólica, têm estado a produzir menos (na globalidade) que as duas centrais a carvão, como é que com apenas 1GW de fotovoltaico, irias substituir o funcionamento dessas centrais? Nem com 3 ou 4GW...
Isto sim, é para mim o grande desafio tecnológico dos próximos anos! Já imaginaram todos os arredores dos centros urbanos (dormitórios) a produzir electricidade para o centro urbano? Neste momento as grandes centrais de produção renovável estão quase todas longe dos centros urbanos...
Pode se investir muito na eólica e solar mas a única forma de armazenar energia são as hídricas com a bombagem ou as centrais a combustíveis fósseis.
Melhor que uma qualquer centra a gás com ciclo combinado seria mesmo uma central nuclear.
E o futuro passará pela fusão nuclear logo que se consiga controlar a mesma.
Mas o nuclear é assunto tabu, apesar de ser uma energia limpa, devido a um erro humano em Chernobyl e a um sismo e a um tsunami excecionais.
A título de exemplo roubado da Wikipédia.
" (por exemplo, a fusão de poucos cm³ de deutério, um isótopo de hidrogênio, produziria uma energia equivalente àquela produzida pela queima de 20 toneladas de carvão)."