Re: Urso-pardo de volta à Peneda Gerês?
Eu acho que deviam ser feitos mais incentivos à produção de madeiras nobres, pois os benefícios seriam enormes e em vários aspectos.
Os pinheiros e os eucaliptos surgiram não porque sim, mas porque eram uma alternativa económica viável, de rápido crescimento, de fácil produção, constituindo uma valiosa fonte de receita para alguma famílias, crescendo em terrenos de difícil acesso em que não havia quase alternativas agrícolas possíveis sem necessitar praticamente de qualquer cuidado. Digo que eram, porque hoje já não são tão viáveis como eram. Para que um eucaliptal possa ser rentável, actualmente, é necessária uma vasta área, um serviço de recolha e escoamento económicos e clientela sempre certa.
Muitos silvicultores estão com enormes dificuldades, pois em muitos casos, é tão caro o serviço de e extracção da madeira como o da sua venda.
É uma altura ideal para mudanças importantes.
Se o Governo der incentivos para as práticas silvícolas alterarem-se e serem mais amigas do ambiente, diversificando as espécies de árvores produzidas, preocupando-se com espécies chave, penso que muitos silvicultores terão todo o interesse em seguir tal programa.
O sobreiro prosperou pelos mesmos motivos das árvores exóticas (tirando os do rápido crescimento), mas sem dúvida que tem um valor ecológico muito superior a qualquer pinheiro ou eucalipto.
É um exemplo vivo, que é possível, aliar ambiente e interesses económicos e assim de forma conjunta e de ajuda recíproca, contribuir para um futuro melhor e garantido.
Aposto que muitos agricultores/silvicultores teriam orgulho em saber que existem animais ou plantas raros nos seus terrenos e que a sua parcela florestal é uma garantia saudável e estável.
Por isso, penso que é de todo interesse, incentivar o estudo sobre algumas das nossas árvores nativas tendo em vista alternativas económicas para fazer um aproveitamento sustentável.
Já sabemos que os carvalhos em geral, são amigos dos solos, ajudam a «combater» os fogos, produzem muito oxigénio, regulam o clima, abrigam uma vasta biodiversidade ( só dos sobreiros dependem milhares de espécies de organismos), só falta mesmo é incentivar e ter uma iniciativa.
Penso que já existem algumas espécies de madeiras nobres com o seu cultivo a ser incentivado em Portugal ( castanheiro), por isso só resta continuar nesse sentido e aumentar o leque de espécies.
Mudando de assunto, li algures, que uma das razões importantes para o declínio do urso-pardo no Gerês, foi a construção de uma barragem e a diminuição da quantidade de salmão na bacia do Rio Minho.
Não sei se é verdade tal coisa, por isso gostaria de ouvir a opinião do Kodiak ou de quem souber de algo.
Teríamos grande ursos costeiros, na foz do Rio Minho ( há muitos anos atrás)?
Os ursos normalmente atingem «kodiak size» quando há uma dieta suplementar de salmão. Mas não sei se o clima do litoral do Minho, muito mais quente que a região de Kodiak ou Kamchatka, seria um entrave à existência de grandes ursos-pardos, pois normalmente estes ( ursos gigantes) também estão associados a lugares frios, daí que necessitem de uma massa maior para manter mais eficazmente a sua temperatura corporal.