Veados aparecem mortos na zona da Lombada
Já apareceram três veados mortos na área da Zona Nacional de Caça da Lombada. A unidade de gestão florestal está a apurar as causas
A população de Guadramil queixa-se que vários veados têm aparecido mortos em terrenos das imediações da aldeia inserida no perímetro do Parque Natural de Montesinho (PNM).
Para já não há explicações sobre as causas da morte dos animais, mas técnicos do PNM já estiveram na localidade a averiguar a situação, e, pelo que se diz em Guadramil, uma localidade inserida na Zona Nacional de Caça da Lombada, estão a realizar investigações para apurar as razões na origem da morte dos cervídeos.
Um dos últimos casos sucedeu há algumas semanas. Alípio Pais contou ao Jornal Nordeste que após ter sido encontrado um veado morto foram pedir ajuda ao proprietário de uma retroescavadora residente em Babe, “para ajudar a enterrá-lo, mas quando voltaram viram que alguém tinha cortado os cornos ao veado. Não se sabe quem foi”, explicou.
Na aldeia não sabem se a morte dos veados estará relacionada com alguma doença grave que está a afectar a espécie ou se existe outra razão, como o envenenamento voluntário ou involuntário. “Já andam a estudar para saber que doença afecta dos veados lá no Parque (Montesinho)”, acrescentou.
Em Guadramil os populares garantem que os veados dão mais prejuízo à agricultura do que os javalis. “Nem é pelo que comem é mais pelo que estragam, dão prejuízo porque até estragam os castanheiros em fase de crescimento, é preciso fazer cercas com arames para proteger as culturas”, dizem. A população também se queixa que nem sempre o PNM paga os danos causados por aqueles animais.
Unidade de Gestão Florestal não conseguiu recolher amostras, devido ao elevado grau de decomposição
A Unidade de Gestão Florestal do Nordeste do Transmontano confirmou ao Jornal Nordeste que já pareceram três veados mortos, do lado português, mas em locais muito próximos da fronteira, mas não foi possível apurar as causas das mortes “porque os animais se encontravam já em estado avançado de decomposição”, explicou Graça Barreira. “Nem foi possível recolher amostras devido ao elevado grau de decomposição”, assegurou.
A unidade continua a realizar investigações e prospecções no terreno com o objectivo de apurar as causas da morte dos cervídeos. No entanto, Graça Barreira não acredita que a doença que afectou os veados na área espanhola chegue aos animais deste lado da fronteira.
Em Espanha a dimensão do problema é mais grave, com um elevado número de veados a aparecer mortos, “tudo indica devido a uma doença conhecida por septicemia hemorrágica generalizada, pode ser um surto, mas cá na região nunca houve, pode estar relacionada com as condições climatéricas”, referiu a responsável pela Unidade de Gestão Florestal.
O Parque Natural de Montesinho foi informado da situação, confirmou o actual director, Vitorio Martins, e está a colaborar com o que lhes é solicitado pela unidade florestal.
A caça de cervídeos é proibida e está limitada às determinações do Plano de Ordenamento do Parque Natural de Montesinho, publicado em Diário da República em Novembro de 2008, só pode ser realizada em caçadas de aproximação organizadas sempre sujeitas à aprovação do Instituto de Conservação da Natureza.
Glória Lopes, Jornal Nordeste, 2010-09-01
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