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Furacão
Novas descobertas: aquecimento global pode estar num estado muito mais avançado do que o estimado
Cátia Borrego
11:47
Os investigadores do novo estudo acreditam que os cientistas têm estado a negligenciar processos cruciais, quando calcularam a temperatura do mar de há milhões de anos.
Um novo estudo elaborado por cientistas revela que o aquecimento global pode estar numa fase muito mais avançada do que esperado. Segundo o relatório, a forma como os cientistas estudaram a temperatura das águas até pode ter estado errada, sugerindo que tudo o que sabemos até ao momento sobre este fenómeno pode estar completamente ultrapassado.
As novas descobertas sugerem que os oceanos, há centenas de milhões de anos, eram muito mais frios do que se pensava. Se isso for verdade, significa que o fenómeno de aquecimento global de hoje é inigualável aos últimos 100 milhões de anos, e muito pior do que anteriormente calculado.
Até agora, os cientistas acreditavam que a água dos oceanos de há 100 milhões de anos era 15 graus Celsius mais quentes do que é hoje. Mas as temperaturas podem ter permanecido relativamente estáveis – piorando a situação vivida hoje, de acordo com o estudo publicado no conceituado jornal científico Nature Communication. As águas da superfície do mar estão aproximadamente um grau mais quentes agora do que há 140 anos.
“Se estivermos certos, o nosso estudo desafia décadas de pesquisa paleoclimática”, disse Anders Meibom, diretor do Laboratório de Geoquímica Biológica da Escola Politécnica Federal de Lausana.
“Os oceanos cobrem 70% do nosso planeta, e desempenham um papel fundamental no clima da Terra. Conhecer como é que as temperaturas variaram ao longo do tempo geológico é crucial se quisermos entender melhor como se comportam, para prevermos as consequências das mudanças climáticas atuais com mais precisão”.
Os investigadores deste estudo acreditam que os cientistas têm estado a negligenciar processos cruciais, quando calcularam a temperatura do mar de há milhões de anos.
Até agora, os cientistas calcularam a temperatura dos mares antigos ao olhar para os foraminíferos – fósseis de pequenos organismos marinhos encontrados no fundo do oceano. Estes formam pequenas conchas e assumem um isótopo de oxigénio a mais ou a menos, dependendo de quão quente a água é, de modo que, observando o teor de oxigénio, é possível estimar a temperatura quando estes fósseis estavam por perto.
As novas descobertas provam, no entanto, que a quantidade de oxigénio nos fósseis não permanece constante ao longo do tempo. A nova investigação mostrou que eles podem mudar – e sem deixar rastos visíveis que alertaria os cientistas sobre essa mudança.
“O que pareciam ser fósseis perfeitamente preservados não o são, de facto. Isso significa que as estimativas feitas até agora estão incorretas”, explicou Sylvain Bernard, investigador do Instituto de Mineralogia, Física de Materiais e Cosmoquímica, com sede em Paris e autor principal do estudo.
Os investigadores franceses e suíços, responsáveis pelo estudo, já estão a trabalhar para tentar perceber qual é o verdadeiro veredicto. “Para rever as paleotemperaturas do oceano agora precisamos quantificar cuidadosamente esse reequilíbrio, que foi negligenciado por muito tempo. Para isso, temos que trabalhar em outros tipos de organismos marinhos para que possamos entender claramente os fenómenos”, disse o professor Meibom.
http://www.jornaleconomico.sapo.pt/...-muito-mais-avancado-do-que-o-estimado-225697
Cátia Borrego
11:47
Os investigadores do novo estudo acreditam que os cientistas têm estado a negligenciar processos cruciais, quando calcularam a temperatura do mar de há milhões de anos.
Um novo estudo elaborado por cientistas revela que o aquecimento global pode estar numa fase muito mais avançada do que esperado. Segundo o relatório, a forma como os cientistas estudaram a temperatura das águas até pode ter estado errada, sugerindo que tudo o que sabemos até ao momento sobre este fenómeno pode estar completamente ultrapassado.
As novas descobertas sugerem que os oceanos, há centenas de milhões de anos, eram muito mais frios do que se pensava. Se isso for verdade, significa que o fenómeno de aquecimento global de hoje é inigualável aos últimos 100 milhões de anos, e muito pior do que anteriormente calculado.
Até agora, os cientistas acreditavam que a água dos oceanos de há 100 milhões de anos era 15 graus Celsius mais quentes do que é hoje. Mas as temperaturas podem ter permanecido relativamente estáveis – piorando a situação vivida hoje, de acordo com o estudo publicado no conceituado jornal científico Nature Communication. As águas da superfície do mar estão aproximadamente um grau mais quentes agora do que há 140 anos.
“Se estivermos certos, o nosso estudo desafia décadas de pesquisa paleoclimática”, disse Anders Meibom, diretor do Laboratório de Geoquímica Biológica da Escola Politécnica Federal de Lausana.
“Os oceanos cobrem 70% do nosso planeta, e desempenham um papel fundamental no clima da Terra. Conhecer como é que as temperaturas variaram ao longo do tempo geológico é crucial se quisermos entender melhor como se comportam, para prevermos as consequências das mudanças climáticas atuais com mais precisão”.
Os investigadores deste estudo acreditam que os cientistas têm estado a negligenciar processos cruciais, quando calcularam a temperatura do mar de há milhões de anos.
Até agora, os cientistas calcularam a temperatura dos mares antigos ao olhar para os foraminíferos – fósseis de pequenos organismos marinhos encontrados no fundo do oceano. Estes formam pequenas conchas e assumem um isótopo de oxigénio a mais ou a menos, dependendo de quão quente a água é, de modo que, observando o teor de oxigénio, é possível estimar a temperatura quando estes fósseis estavam por perto.
As novas descobertas provam, no entanto, que a quantidade de oxigénio nos fósseis não permanece constante ao longo do tempo. A nova investigação mostrou que eles podem mudar – e sem deixar rastos visíveis que alertaria os cientistas sobre essa mudança.
“O que pareciam ser fósseis perfeitamente preservados não o são, de facto. Isso significa que as estimativas feitas até agora estão incorretas”, explicou Sylvain Bernard, investigador do Instituto de Mineralogia, Física de Materiais e Cosmoquímica, com sede em Paris e autor principal do estudo.
Os investigadores franceses e suíços, responsáveis pelo estudo, já estão a trabalhar para tentar perceber qual é o verdadeiro veredicto. “Para rever as paleotemperaturas do oceano agora precisamos quantificar cuidadosamente esse reequilíbrio, que foi negligenciado por muito tempo. Para isso, temos que trabalhar em outros tipos de organismos marinhos para que possamos entender claramente os fenómenos”, disse o professor Meibom.
http://www.jornaleconomico.sapo.pt/...-muito-mais-avancado-do-que-o-estimado-225697