Caro amigo André. Quando se fala em CO2, normalmente trata-se de uma simplificação propositada. Na realidade, fala-se de CO2e (atenção ao "e" que significa "equivalente" e que traduz uma conversão do efeito de estufa de todos os outros gases - metano, etc. - em termos do seu equivalente em CO2.
Nos artigos científicos ou nos relatórios do IPCC, como pode calcular , referem-se outros gases com efeito de estufa e também se tem em conta os aerossóis e o dióxido de enxofre (SO2). Além disso, é evidente que a relação não é linear entre CO2e e temperatura. A biosfera/atmosfera/oceano é um sistema complexo, mas isso é tido em conta.
Quando falei em CO2 referia-me exactamente ao conjunto global de gases com efeito de estufa.
Mas continuo muito reticente em relação ao peso que é dado aos aerossóis.
Eles fazem parte dos relatórios do IPCC sim, mas a meu ver, de uma forma muito relativista.
Por exemplo, não há relatório que se faça em que não haja uma comparação entre o aumento dos CO2e e o aumentar da temperatura. No entanto, ainda não vi nenhum que compare essas 3 variáveis.
Até agora o aumento da concentração dos gases do efeito de estufa, tem tido uma correlação bastante linear com o aumento da temperatura. Mas até que ponto o aumento de aerossóis (que cresce também de modo significativo), não irá contra-balançar essa tendência? Os efeitos de ambos os aumentos (CO2e e Aerossóis), não serão sempre proporcionais, ou serão? Ou seja, os efeitos do CO2e prevalecerão perante os efeitos dos aerossóis?
Como sei que tem um bom conhecimento daquilo que se vai fazendo dentro do IPCC, talvez me saiba dizer se há algum relatório que responda a estas minhas dúvidas.
Um grande responsável pela emissão de aerossóis é a actividade vulcânica, que não tem sido tanta quanto isso. Pelo menos são se tem ouvido falar muito dela. Ou seja, bastava dar-se uma aumento da actividade vulcânica, e todas as previsões de +4ºC num século, seriam apenas uma mera recordação.
Quanto ao sistema biosfera/atmosfera/oceano, é algo tão complexo que prevê-lo se torna impossível. Ninguém nos garante que com o aumentar da temperatura em cerca de +1ºC, as correntes oceânicas não se alterem de modo a compensar esse aumento e irem contra ele. Nem ninguém consegue prever ou dizer, quais os efeitos de +1ºC no sistema atmosfera. Mais calor significa mais energia. E de que forma vai a atmosfera reagir perante mais energia? Com mais calor à superfície? É que estamos a falar de um sistema altamente dinâmico e imprevisível.
Com isto quero dizer que não acho correcto que se queira combater o aumento do CO2 com a "desculpa do aquecimento global".
É urgente travar a subida galopante da concentração desses gases! Mas imagine que o planeta, (quer seja pelo mudar das correntes do oceano, pela La Niña/El Niño, pela variação da radiação solar, etc, deixa de aquecer ou inclusive começa a arrefecer? O que dirão os 99% da população mundial que não acompanha estes fenómenos meteorológicos/radioactivos acerca disso?
Provavelmente sentir-se-ão enganados, e vão-se convencer que a campanha em reduzir o CO2 não teria sido mais que algo para encher os bolsos a alguns...
É isso que o IPCC, ou o SIAM, ou outra qualquer entidade pretende, quando lança projecções futuras tão alarmistas?