Más notícias para a Reserva Natural do Sapal de Castro Marim.
Está proposta a construção de um hotel 5 estrelas em Área Natura 2000 mesmo junto à fronteira da área protegida, a sul da A22, perto da Ponte Internacional.
Todo o processo mostra o péssimo estado da protecção ambiental em Portugal. As áreas mais sensíveis como os sapais deveriam ser rodeadas por uma área de pré-reserva onde o desenvolvimento de certos projectos não deveria ser permitido.
O Hotel será construído fora da reserva numa colina árida coberta por alfarrobeiras. Esta é parte da justificação para dar parecer favorável ao projecto. Contudo um hotel com mais de 200 camas trará inevitavelmente um aumento exponencial da presença humana, com tudo o que isso acarreta para a envolvente protegida: pisoteio de vegetação (na zona ocorrem espécies vegetais em risco de extinção no nosso território), circulação de veículos motorizados, ruído, perturbações para a avifauna. Muitas espécies de aves que ocorrem nos esteiros dos sapais não toleram a presença humana e face a um aumento das pressões antropogénicas podem mesmo deixar de nidificar na área.
O extremo oriental do sotavento algarvio já está cheio de projectos turísticos falhados e falidos.
O projecto Quinta do Vale em Monte Francisco, a norte da A22, está parado há vários anos. Na Praia Verde destruiu-se o pinhal e ficaram as crateras na elevação arenítica, mas o projecto Verde Lago nunca avançou. Do outro lado da fronteira, as obras estão há muito interrrompidas no empreendimento Costa Esuri (está falido e bem falido...) e em surdina fala-se da insolvência de um campo de golfe (onde desistiram da construção de um hotel 5 estrelas) e de um PIN na região sotavento.
O concelho de Castro Marim tem muito espaço e lamenta-se que a escolha na hora de investir venha a recair sobre a área ambientalmente mais sensível de toda a região. Aliás, espaço não falta no Algarve mas nas últimas décadas não faltaram empreendimentos que poderiam ter sido feitos em qualquer lugar mas acabaram por ser construídos nas áreas mais importantes do ponto de vista ambiental. Basta que este hotel fosse erguido a uns escassos quilómetros da reserva natural para o impacto ambiental ser totalmente distinto.
Todo este processo para quem conhece a zona mostra que a protecção ambiental em Portugal não funciona e está longe do que se faz em boa parte da Europa ou nos EUA. As áreas protegidas têm de ter zonas inacessíveis e áreas de pré-reserva mas as autoridades portuguesas não perceberam ainda isto.
Entretanto a consulta pública já terminou.
http://www.ccdr-alg.pt/site/info/empreendimento-hoteleiro-panoramic-natura-hotel
Notas:
Sobre o Costa Esuri: http://www.telegraph.co.uk/news/wor...ng-industry-collapse-launch-legal-battle.html
Está proposta a construção de um hotel 5 estrelas em Área Natura 2000 mesmo junto à fronteira da área protegida, a sul da A22, perto da Ponte Internacional.
Todo o processo mostra o péssimo estado da protecção ambiental em Portugal. As áreas mais sensíveis como os sapais deveriam ser rodeadas por uma área de pré-reserva onde o desenvolvimento de certos projectos não deveria ser permitido.
O Hotel será construído fora da reserva numa colina árida coberta por alfarrobeiras. Esta é parte da justificação para dar parecer favorável ao projecto. Contudo um hotel com mais de 200 camas trará inevitavelmente um aumento exponencial da presença humana, com tudo o que isso acarreta para a envolvente protegida: pisoteio de vegetação (na zona ocorrem espécies vegetais em risco de extinção no nosso território), circulação de veículos motorizados, ruído, perturbações para a avifauna. Muitas espécies de aves que ocorrem nos esteiros dos sapais não toleram a presença humana e face a um aumento das pressões antropogénicas podem mesmo deixar de nidificar na área.
O extremo oriental do sotavento algarvio já está cheio de projectos turísticos falhados e falidos.
O projecto Quinta do Vale em Monte Francisco, a norte da A22, está parado há vários anos. Na Praia Verde destruiu-se o pinhal e ficaram as crateras na elevação arenítica, mas o projecto Verde Lago nunca avançou. Do outro lado da fronteira, as obras estão há muito interrrompidas no empreendimento Costa Esuri (está falido e bem falido...) e em surdina fala-se da insolvência de um campo de golfe (onde desistiram da construção de um hotel 5 estrelas) e de um PIN na região sotavento.
O concelho de Castro Marim tem muito espaço e lamenta-se que a escolha na hora de investir venha a recair sobre a área ambientalmente mais sensível de toda a região. Aliás, espaço não falta no Algarve mas nas últimas décadas não faltaram empreendimentos que poderiam ter sido feitos em qualquer lugar mas acabaram por ser construídos nas áreas mais importantes do ponto de vista ambiental. Basta que este hotel fosse erguido a uns escassos quilómetros da reserva natural para o impacto ambiental ser totalmente distinto.
Todo este processo para quem conhece a zona mostra que a protecção ambiental em Portugal não funciona e está longe do que se faz em boa parte da Europa ou nos EUA. As áreas protegidas têm de ter zonas inacessíveis e áreas de pré-reserva mas as autoridades portuguesas não perceberam ainda isto.
Entretanto a consulta pública já terminou.
http://www.ccdr-alg.pt/site/info/empreendimento-hoteleiro-panoramic-natura-hotel
Notas:
Sobre o Costa Esuri: http://www.telegraph.co.uk/news/wor...ng-industry-collapse-launch-legal-battle.html