Meteorologia de montanha e polémica dos resgastes

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Eles se perderem foi um imprevisto não foi? A irresponsabilidade foi deles, claro.
Se tivéssemos que pagar pelas nossas irresponsabilidades estaríamos todos falidos. As pessoas teriam que ser perfeitas para não errarem. Uma pessoa que escorregasse no chão por estar molhado, sabendo disso, teria que pagar porque não se preparou bem para sair à rua...
Não faz sentido.

Vou dar um exemplo:

Imprevisto - É um Passeio ao Gerês, num dia de Verão sem precipitação prevista, perderes-te, tropeçares e torceres um pé e não conseguires caminhar.

Irresponsabilidade - É um Passeio ao Gerês, num dia de Inverno, em que todos os média avisam que vem mau tempo com vários dias de antecedência, o IPMA coloca os distritos em aviso laranja por vento e chuva forte, estão temperaturas inferiores a 10ºC, está nevoeiro, perderes-te, tropeçares e torceres um pé ficando sem conseguir caminhar.
 
Então para muita boa gente pagar um plano de resgate e pagar uma multa vai dar ao mesmo.
Se um grupo, por ignorância e mal preparado que não liga às condições meteorológicas, se mete ( irresponsavelmente, sem dúvida) pela serra fora, se se meter em sarilhos, tem que pagar o plano de resgate. Mas, pelo contrário, se um bêbado, que passa o tempo todo na tasca, um dia mete - se no carro e cai por uma ribanceira abaixo. E depois é montado um plano de socorro com bombeiros, gruas, desencarceramento e, se calhar, ainda é submetido no hospital a uma intervenção cirúrgica que custa umas dezenas de milhares de euros ao Estado.

E eu pergunto aos experts na matéria: por que razão os montanhistas irresponsáveis têm que pagar o resgate, mas o bêbado não tem?
Por que razão o bêbado é um cidadão de primeira e os montanhistas irresponsáveis cidadãos de segunda?
Alguém que me esclareca isso, por favor...

Se for comprovado que estava embriagado, podes ter a certeza de que há multa e dependendo da taxa de alcoolemia pode estar sujeito a pena de prisão.
Quanto aos estragos não tenho a certeza mas penso que se não for o próprio a pagar será o seguro.
 
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Vou dar um exemplo:

Imprevisto - É um Passeio ao Gerês, num dia de Verão sem precipitação prevista, perderes-te, tropeçares e torceres um pé e não conseguires caminhar.

Irresponsabilidade - É um Passeio ao Gerês, num dia de Inverno, em que todos os média avisam que vem mau tempo com vários dias de antecedência, o IPMA coloca os distritos em aviso laranja por vento e chuva forte, estão temperaturas inferiores a 10ºC, está nevoeiro, perderes-te, tropeçares e torceres um pé ficando sem conseguir caminhar.

Ou seja segundo essa matemática sempre que uma pessoa torce um pé num dia de alerta laranja é uma irresponsabilidade e tem que pagar uma coima. Ou só existem irresponsabilidades dentro do território do PNPG ?
 
Eu também sou crítico desses montanhistas de garrafão ( que envergonham os verdadeiros montanhistas) , mas não podemos pôr as pessoas a pagar os seus próprios resgates. Ou, se calhar, podemos, mas nesse caso temos que mudar todo o nosso modelo de intervenção de socorro. E aproximar - nos mais do americano, que responsabiliza muito mais o indivíduo e o seu papel na sociedade.
 
Vou dar um exemplo:

Imprevisto - É um Passeio ao Gerês, num dia de Verão sem precipitação prevista, perderes-te, tropeçares e torceres um pé e não conseguires caminhar.

Irresponsabilidade - É um Passeio ao Gerês, num dia de Inverno, em que todos os média avisam que vem mau tempo com vários dias de antecedência, o IPMA coloca os distritos em aviso laranja por vento e chuva forte, estão temperaturas inferiores a 10ºC, está nevoeiro, perderes-te, tropeçares e torceres um pé ficando sem conseguir caminhar.
A irresponsabilidade leva ao imprevisto, como já mencionaram.
 
Ou seja segundo essa matemática sempre que uma pessoa torce um pé num dia de alerta laranja é uma irresponsabilidade e tem que pagar uma coima. Ou só existem irresponsabilidades dentro do território do PNPG ?

Claro!

Aviso laranja - (citando o IPMA) Condições meteorológicas de risco moderado a elevado.

Ou seja, condições consideradas perigosas para a pratica de actividades ao ar livre em as pessoas se exponham a situações potencialmente perigosas = a irresponsabilidade = TEM QUE PAGAR!
 
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Claro!

Aviso laranja - (citando o IPMA) Condições meteorológicas de risco moderado a elevado.

Ou seja condições consideradas perigosas para a pratica de actividades ao ar livre em as pessoas se exponham a situações potencialmente perigosas = a irresponsabilidade = PAGA!

Como já mencionei num post antes já estamos a PAGAR. para que servem os impostos? mas andamos a brincar ao monopólio ? As equipas de resgate servem para isso mesmo. Não é para passear um fato a dizer montanha e a gastar gasolina ao estado.
 
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As pessoas têm que ser alertada para não entrar em comportamentos de risco ou serem alvos de censura social quando tiverem comportamentos de irresponsabilidade. E ordenar os trilhos nas serras, delinear as zonas que podem e não podem ir, proibir a passagem sob determinadas condições meteorológicas, etc., sob pena de multa. E que as multas sejam tornadas públicas. Assim, as pessoas ficam a saber que se for para determinado sítio ou sob dadas condições meteorológicas, podem pagar X de multa.
Se calhar, ainda se pode ir mais além, com postos de controlo com polícias ou bombeiros, sempre que estiver temporal.


Agora, por as pessoas a pagar o seu próprio resgate, não lembra a ninguém. Além do mais, penso que nesse tal grupo de trabalho ou lá o que é, há pessoas que, referindo - se ao aumento do número de lobos nos últimos tempos, isso era um perigo pois os mesmos podiam atacar e comer pessoas. Dá para ver que São uns iluminados.
 
a polícia marítima pode multar banhistas se estes adotarem comportamentos de risco ou contrariarem ordens do nadador-salvador.
Não havendo polícia florestal terá de ser a direção do parque a tomar a iniciativa de multar ou castigar quem tenha comportamentos mais arriscados e não esteja preparado.
 
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Como já mencionei num post antes já estamos a PAGAR. para que servem os impostos? mas andamos a brincar ao monopólio ?

Então na tua opinião achas bem que as pessoas se ponham em situações de perigo sem se precaverem, depois só se lembram da Santa Barbara quando há trovoadas, como se costuma dizer. Ou seja alguém ao colocar-se em risco simplesmente por capricho ou irresponsabilidade vai obrigar aos outros a submeterem-se a riscos ainda maiores para os salvar.

Imagina uma situação extrema, um tipo vai andar de bicicleta/caminhar para um local da Serra de difícil acesso num dia de péssimas condições meteorológicas, cai numa ravina, os seus amigos, ligam para a emergência, vêm os bombeiros, um dos bombeiros morre na operação de salvamento, de quem é a culpa?

Aqui não se trata de pagar impostos, trata-se tentar desincentivar as pessoas a não se porem em perigo desnecessariamente, já que não compreendem de outra forma, se houver ameaça de pagarem os resgates pode ser que ganhem responsabilidade e passem a saber que não podem fazer determinadas atividades com tempo adverso.

Se todas as pessoas fossem para a serra em situações tempo adverso e precisassem de ser resgatadas não havia dinheiro de impostos suficiente para pagar resgates, ou achas que sai barato ir busca-los? Já para não falar da ocupação dos meios que podem ser precisos por quem realmente precisa e não foi irresponsável.

Eu pago impostos, sou obrigado a gastar o meu dinheiro a salvar maluquinhos?
 
a polícia marítima pode multar banhistas se estes adotarem comportamentos de risco ou contrariarem ordens do nadador-salvador.
Não havendo polícia florestal terá de ser a direção do parque a tomar a iniciativa de multar ou castigar quem tenha comportamentos mais arriscados e não esteja preparado.


Na questão dos banhistas, há legislação que determina o pagamento de contra - ordenações nas infracções marítimas, como por exemplo desrespeitar as cores das bandeiras.
Mas estamos a falar de contra - ordenações / multas, que devem ser aplicadas , e bem, sempre que alguém não cumprir a lei. Não estamos a falar de pagar o socorro.

P. S. Existe Polícia Florestal. É a GNR, através do Serviço de Proteção da Natureza, onde foram também integrados todos os antigos efetivos da antiga Guarda Florestal. Atualmente, penso que existem 800 efetivos em todo o país.
 
Na questão dos banhistas, há legislação que determina o pagamento de contra - ordenações nas infracções marítimas, como por exemplo desrespeitar as cores das bandeiras.
Mas estamos a falar de contra - ordenações / multas, que devem ser aplicadas , e bem, sempre que alguém não cumprir a lei. Não estamos a falar de pagar o socorro..

Uma coisa é pagar um salvamento de um nadador que pega na boia ou na prancha e vai a nadar buscar quem está aflito, outra pagar a mobilização uma equipa de várias pessoas, ocupar meios, gastar centenas ou milhares de euros (se meter helicópteros) para salvar alguém que foi irresponsável.
 
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o socorro não é pago mas o comportamento de risco é.

Se eu estender a toalha junto da falésia e levar com um calhau caido lá de cima vou parar ao hospital, ninguém me deixa na rua mas pago uma multa porque não é permitido estar deitado naquele lugar.

Algo que devia ser aplicado por exemplo na pesca desportiva apeada... de Odemira a Sagres a gente sabe muito bem as acrobacias que se fazem naquelas falésias.
 
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Então na tua opinião achas bem que as pessoas se ponham em situações de perigo sem se precaverem, depois só se lembram da Santa Barbara quando há trovoadas como se costuma dizer. Ou seja alguém ao colocar-se em risco simplesmente por capricho ou irresponsabilidade vai obrigar aos outros a submeterem-se a riscos ainda maiores para os salvar.

Imagina uma situação extrema, um tipo vai andar de bicicleta/caminhar para um local da Serra de difícil acesso num dia de péssimas condições meteorológicas, cai numa ravina, os seus amigos, ligam para a emergência, vêm os bombeiros, um dos bombeiros morre na operação de salvamento, de quem é a culpa?

Aqui não se trata de pagar impostos, trata-se tentar desincentivar as pessoas a não se porem em perigo desnecessariamente, já que não compreendem de outra forma, se houver ameaça de pagarem os resgatas pode ser que ganhem responsabilidade e passem a saber que não podem fazer determinadas atividades com tempo adverso.

Se todas as pessoas fossem para a serra em situações tempo adverso e precisassem de ser resgatadas não havia dinheiro de imposto suficiente para resgates, ou achas que sai barato ir busca-los? Já para não falar da ocupação dos meios que podem ser precisos por quem realmente precisa e não foi irresponsável.

Eu pago impostos, sou obrigado a gastar o meu dinheiro a salvar maluquinhos?

Não recomendo a pessoas que não estejam preparadas mental e fisicamente e com equipamento necessário como já disse num post a uns dias atrás. Mas já que as pessoas acabam por ir e acabam porque raio tem que pagar por algo que já estão a pagar e que há forças especialmente treinadas para isso? Repito um resgate não tem que acontecer precisamente num dia de alerta laranja ou o que quer que seja. Um resgate pode ser feito simplesmente porque as pessoas se atrasaram num trilho ( será irresponsabilidade? não poderiam andar mais rápido?) , se perderam ( mas quem não lhes mandou gastar 400 euros num garmin? ) lhes acabou a luz ( que irresponsabilidade, devia ter comprado um pack de pilhas ) lhes deu uma indisposição ( é o que dá comer chouriça assada na mata da albergaria!!) é tudo muito subjectivo e há inúmeros factores e variantes que podem acontecer em alta montanha.

Quem é que vai decidir se foi imprudência ou imprevisto ? existe uma linha muito ténue entre as duas coisas.

Podes ter um dia de céu pouco nublado e um cume estar completamente coberto por nuvens. é tudo muito subjectivo. e é aí que eu quero chegar. Será que fica assim tão caro fazer um resgate? no Gerês? não estamos a falar de cumes inacessíveis de mais de 4000 mil metros, nem áreas de montanha com a dimensão do Nepal. Se os meios de socorro mandarem 80 homens para resgatar 3 talvez fique, o ultimo resgate nos carris foi completamente desmedido e espalhafatoso, depende sempre do circo que se queira montar!
 
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não conheço se existe mas se é tão importante para algumas pessoas ir para o parque em dias complicados devia ser obrigatório fazer junto do parque o registo escrito do caminho que vão fazer, horas de entrada e previsível hora de saída... mais ou menos como na aviação comercial.

Mais ainda quando são grupos numerosos.