Previsão e Seguimento de Furacões (Atlântico 2022)

Incrível como a movimentação do Ian é tão lenta. Nada bom, significando que cada zona afectada pela "parede do olho" (e não só), vai estar sob a influência de vento forte, chuva forte e do "storm surge", durante tempo demais. A destruição irá aumentar muito, quanto maior for o tempo debaixo daquelas condições...


Para quem já sofreu a passagem da eyewall nordeste e espera agora, na calma do olho, pela eyewall noroeste ou oeste, a lentidão do furacão deve ser exasperante.
Nem deve valer a pena saírem para consertar alguma coisa, vão levar outra vez com mais destruição. Este Ian é mesmo um pesadelo acrescido pela sua lentidão.
 
Actualização às 20:00 (minutos atrás):

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Mais alguns registos de Fort Myers:




Também foi avistado um tubarão:



Já tinha publicado uma imagem desta câmara em Sanibel Island, mas fica o timelapse:



Storm surge a invadir um condomínio em Naples:
 
Às 21:00 utc Ian estava posicionado com o centro em terra e agora movendo-se menos lentamente:

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Os ventos de furacão afectam zonas mesmo do interior, pouco habituadas a esta intensidade:
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O risco de inundações repentinas mantém-se muito elevado em toda uma faixa a norte e a sul do centro de Ian, de costa a costa:
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Os acumulados previstos no período desde hoje às 16utc a 5 dias, atingem valores superiores a 250 mm em toda aquela faixa e mesmo maiores que 500 mm numa área limitada junto à costa oeste da península, entre Daytona Beach e St.Augustine.
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Após visitar o Atlântico, mantendo-se como tempestade tropical, volta para terra com landfall previsto para a Carolina do Sul, perto da fronteira estadual com a Georgia:
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Durante esta breve passagem sobre o oceano é de referir que nessa zona as SST's continuam em anomalia positiva, traduzindo-se em temperaturas superiores a 28ºC mas não chegando ao banho quente que recebeu antes do landfall na costa oeste.
 
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Um dos melhores registos de estação WU à passagem do olho de Ian (ainda não acabou), em Punta Gorda:

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Estão lá todas as características típicas:
- subida da temperatura no olho (núcleo quente da tempestade) seguindo-se descida;
- calma relativa do vento no olho; inversão 180º da direcção do vento;
- durante cerca de duas horas e meia da passagem do olho, precipitação nula;
- queda cada vez mais rápida da pressão, antes, seguida de subida também acelerada após a passagem.

O gráfico continua...

Esta outra estação na mesma zona também tem um gráfico semelhante.

E já agora esta e outra também.

Esta quatro estações são as únicas que resistiram em Punta Gorda e têm registos consistentes entre si, logo com alguma confiança.
 
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Para obter uma ideia completa da circulação da precipitação nesta altura são necessários os três radares do sul da Florida.

O radar de Miami põe em destaque que a precipitação está praticamente restringida aos quadrantes de Sudoeste a Norte, relativamente ao centro de Ian.
Há linhas convectivas pouco intensas a Sul mas completamente destacadas da circulação central.
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O radar de Tampa também dá ênfase a essa dicotomia, mostrando os quadrantes de Sul a ENE praticamente desprovidos de precipitação significativa.
Mostra ainda o que Miami não conseguia alcançar, as bandas convectivas fortes que ocupam toda a largura da península para norte de Ian.
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O radar de Melbourne mostra melhor aquelas bandas e ainda as que estão no oceano ao largo da costa Leste e que serão lançadas, pela circulação geral em torno de Ian, para a costa mais a norte.
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