Para esta 6a espera-se convecção ativa de origem frontal e pós frontal, que será mais intensa e concentrada no litoral norte e centro e áreas do Alto Alentejo.
Análise/Discussão
A partir da madrugada dá-se a aproximação de uma ondulação frontal, com o sector quente a progredir sobre o território, em sincronia com a chegada de uma forte perturbação polar de níveis altos.
Arrefecimento rápido em altitude e advecção diferencial nos níveis baixos deverá conduzir ao estabelecimento de perfis termodinâmicos razoavelmente instáveis com até 500-800J/Kg de SBCAPE.
Associado a isto, a entrada de um robusto campo de vorticidade em altura, com forçamento dinâmico muito ativo deverá contribuir para a formação de um corredor de rápida queda de pressão, e incentivo á convergência na superficie.
Também se espera uma intensificação gradual do fluxo quer em altura quer á superficie, com a entrada do jet polar em altura até 160km.h aos 300hpa e fluxos de 60-90km.h entre os 950 e os 700hpa, gerando perfis de shear pouco direcionais mas com até 20-25m/s aos 6km.
Neste contexto espera-se que que formem segmentos convectivos lineares ou em arco quer no sector quente quer ao longo da frente fria, estes serão capazes de gerar rajadas severas, precipitação localmente excessiva e granizo.
Entre o litoral centro e o Alto Alentejo haverá uma sobreposição mais favorável das condições dinâmicas e termodinâmicas, coincidentes com a passagem de uma leading short wave analisada por alguns modelos de mesoescala, não se exclui que possam surgir algumas estruturas em bow echo com capacidade de produzir rajadas localmente até 120km.h.
Após a passagem da frente o sector pós frontal será caracterizado por fortes gradientes térmicos nos primeiros 6km, TT index extremo até +60ºC, que deverá garantir a inicialização de convecção expontanea e explosiva sobre o oceano e o litoral.
Esta convecção deverá ser suficientemente intensa para gerar granizo...o shear não será significativo, mas a interação da convecção com o forte campo de ventos presente em boa parte da baixa e média troposfera deverá ser suficiente para garantir algum risco de rajadas severas.
Mais uma vez salienta-se a região do litoral centro, onde se espera que os maiores gradientes de temperatura em altura promovam uma circulação mais intensa nos niveis altos, capaz de produzir algum shear que possa ventilar e incentivar a formação de estruturas convectivas mais robustas.
Coloco assim um nivel laranja em partes do litoral norte e centro e áreas do Alentejo por risco de granizo, rajadas severas e precipitação excessiva, nestas áreas a cobertura temporal e espacial assim como a intensidade da convecção serão as maiores.