Seg. Previsão do Tempo e Modelos - Outubro 2012

Vamos ver primeiro como se resolvem aqueles 2 sistemas frontais da próxima semana. Os 60 mm de média em Faro estão provavelmente este ano fora de questão mas pelo menos uns 15 ou 20 podem ser perfeitamente possíveis com aquelas 2 frentes.
 
Saída operacional do ECMWF:

ECM1-192_qcj4.GIF


Média do ensemble do ECMWF:

EDM1-192_vbi0.GIF


De facto, é provável que depois de alguns dias de instabilidade volte o tempo seco e ameno, mas as duas últimas saídas operacionais do ECMWF estão completamente desfasadas do ensemble. É muito provável que a instabilidade dure desde o fim de dia de quarta-feira até pelo menos domingo, 21.
 
Vamos ver primeiro como se resolvem aqueles 2 sistemas frontais da próxima semana. Os 60 mm de média em Faro estão provavelmente este ano fora de questão mas pelo menos uns 15 ou 20 podem ser perfeitamente possíveis com aquelas 2 frentes.

E será muita sorte se tivermos isso! Em relação à primeira frente analisando as previsões do GFS é possível que a frente perca força ao entrar no sul do país reactivando-se mais a sul no golfo de Cádiz, o que já estamos habituados a assistir. Depois tudo dependerá do que houver daí para a frente, mas continuamos ainda muito na cauda da acção.
 
O GFS12/18z mostra uma tendencia interessante para o Fim de semana que vem, com uma parte da energia associada ao ex-Rafael a ser integrada num cavado complexo perto dos Acores.

Entretanto, de SW chegaria mais ar tropical, enquanto a norte se estableceria um fluxo de norte com ar frio em todos os niveis.

Um padrao interessante e dado a desenvolvimentos algo explosivos...seguiremos com atencao.

É de referir que o EPS e o GEFS estao, grosso modo, a suportar este cenário..
 
O ECM e mais o GSF mostram a tendência que o stromy falou, depois da instabilidade até dia 20 pode vir-se a formar qualquer coisa (cut-off) na região dos Açores e se por um lado parece haver maior probabilidade de a instabilidade e mudança de padrão que esperamos não ser tão "vincada" e menos douradora no tempo (apenas 3/4 dias mais instáveis), pode ser que uma possível cut-off nos alimente se ficar ali a oeste do continente...para já não há sinais disso...
 
A divergencia tem a ver com o Rafael...

Tem, de facto:

As diferenças a partir de dia 20 entre ECMWF e GFS são avassaladoras, com o GFS a manter a previsão da manutenção da instabilidade (nas últimas saídas de maneira bastante intensa) até próximo de dia 25, enquanto que o ECMWF, apesar de já não ter a dorsal mesmo em cima de Portugal continental, como tinha nas duas saídas operacionais de ontem, está bastante mais seco que o modelo americano. Ambas as saídas operacionais estão relativamente bem sustentadas pelo respectivo ensemble, e como é habitual, temos o GEM em sintonia com o GFS, e o UKMO em sintonia com o ECMWF.

Apesar de por aqui a divergência só se verificar a 120 horas, o momento decisivo ocorre a cerca de 72 horas, e passa pela interacção do Rafael, junto à costa este do Canadá, com uma depressão polar. Estas situações são de modelação complicada, tivemos há cerca de um mês algo similar com a Nadine nos Açores.

Mas vejamos a diferença, a 72 horas:

GFS (à esquerda) coloca a TS Rafael a deslocar-se rapidamente para norte, situando-se já à latitude de Nova Iorque, enquanto que o ECM (à direita), mantém-na ainda bastante a sul, à latitude da Florida:

6TrI7.jpg


24 horas depois, o GFS já extratropicalizou por completo o Rafael, enquanto que o ECMWF mantém-na (já bastante fraca) totalmente independente da circulação global. Graças à ciclogénese na Terra Nova, que o GFS mostra, causada pela interacção do Rafael com a depressão polar, a dorsal é impedida de subir na costa este americana, já no ECMWF, essa dorsal começa a aparecer, impulsionada por uma outra depressão polar presente nos estados do Mid-west:

kq0lh.jpg


A 120 horas, o GFS já tem a depressão da Terra Nova menos profunda, o ECMWF ainda mantém o Rafael no Atlântico oeste. Ambos têm uma perturbação a dirigir-se para os Açores, bastante mais vincada no GFS onde é o sistema dominante e vai interagir com a depressão situada na Irlanda, que vai originar a frente de dia 18, enquanto que no ECMWF, o sistema dominante é o originado pelo remanescente do Rafael:

608A7.jpg


Consequências disto tudo, a ciclogénese no Atlântico que se sucede, ocorre segundo o GFS a este dos Açores e afectará o continente português poucas horas depois, induzindo um fluxo muito perturbado e húmido de sul, enquanto que para o ECMWF a ciclogénese ocorre a oeste dos Açores, não só pela presença do remanescente do Rafael, como também pela advecção de ar frio polar pelo anticiclone que se formou na costa leste da América, devido à subida da dorsal que se iniciou às 96 horas:

w0hCe.jpg


Em conclusão, pode-se dizer que os modelos convergirão em poucas horas, assim que resolverem a questão da extratropicalização do Rafael. Geralmente, o GFS e o GEM modelam bastante melhor estas situações, portanto inclino-me mais para estes dois modelos, apesar de nas últimas vezes em que houve uma grande divergência na modelação de uma extratropicalização tenha prevalecido a opção que apontava para a manutenção dos dois sistemas independentes por mais tempo, algo que prevêem de momento os modelos europeus.
 
a saída do gfs das 6h parece estar a ser alterada face à anterior (00h), a partir de dia 19.
Parece estar a modelar a depressão no atlantico tal e qual o ECM.
Vamos esperar , não só esta saida mas aguardar pela das 12h.

Fase interessante do ano!!!
 
Parece o GFS nesta saída das 6h ver a tal opção que sugeri...cut-off a formar-se após a primeira instabilidade de 18 a oeste do continente e lá teríamos uma eventual rega moderada um pouco por todo o continente...


O europeu já melhor que em saídas anteriores, mas reforça a depressão de dia 20/21 mais mantém-na ainda do lado de lá dos Açores bloqueada...vamos ver a saída disto tudo...

Garantida parece estar a instabilidade de 4a a 6a feira, principalmente no norte e centro-norte...
 
A saída das 6z do GFS está ainda bastante melhor que a do ECMWF, a ciclogénese da Terra Nova originada pela extratropicalização do Rafael ocorre agora umas horas mais tarde, o que dificulta um pouco a situação, pois quando a perturbação que se encaminha para os Açores cá chega, já o cavado está muito distante, não ocorrendo a tal ciclogénese a leste dos arquipélago.

De qualquer modo, a situação ainda é favorável no GFS, pois não existe bloqueio na costa americana, permitindo que o núcleo depressionário do Atlântico seja "empurrado" para leste, acabando sempre por nos vir a afectar. No ECMWF a circulação está completamente bloqueada à saída do continente americano, não havendo qualquer modo de fazer a depressão deslocar-se para leste, pelo contrário, com entrada de ar frio de norte no Atlântico oeste causada por esse bloqueio, ela tende é a manter-se bastante distante da Península Ibérica.
 
O IM já actualizou a sua previsão, chuva por vezes forte começando na a próxima terça feira:

Previsão para 3ª feira, 16 de outubro de 2012

REGIÃO NORTE:
Céu geralmente muito nublado.
Chuva no Minho e Douro Litoral, sendo por vezes forte,
estendendo-se gradualmente às restantes regiões.
Vento fraco (inferior a 15 km/h), tornando-se moderado
(20 a 35 km/h) de sudoeste nas regiões do litoral e
nas terras altas.
Pequena subida da temperatura mínima, sendo mais
significativa no litoral.

REGIÕES CENTRO E SUL:
Céu em geral pouco nublado, tornando-se gradualmente muito
nublado nas regiões a norte do sistema montanhoso
Montejunto-Estrela.
Períodos de chuva no litoral a norte do Cabo Carvoeiro
a partir do final da manhã.
Vento fraco (inferior a 15 km/h), tornando-se moderado
(20 a 30 km/h) de sudoeste no litoral a norte do Cabo Raso
e nas terras altas.


Previsão para 4ª feira, 17 de outubro de 2012

Céu em geral muito nublado apresentando-se pouco nublado nas
regiões do Baixo Alentejo e Algarve até ao final da tarde.
Períodos de chuva nas regiões a norte do sistema montanhoso
Montejunto-Estrela, sendo por vezes forte no Minho e Douro Litoral,

estendendo-se gradualmente até ao Baixo Alentejo.
Vento fraco a moderado (10 a 30 km/h) de sudoeste, soprando
moderado a forte (30 a 40 km/h) no litoral oeste e forte a
muito forte (40 a 60 km/h) nas terras altas.
Subida da temperatura mínima, em especial nas regiões do
Norte e Centro.

METEOROLOGISTAS: Bruno Café/ Madalena Rodrigues.

Actualizado a 14 de outubro de 2012 às 10:20 UTC


http://www.meteo.pt/pt/otempo/previsaodescritiva/

A manterem-se as previsões será uma boa rega em perspectiva, beneficiando mais o Norte :rain:
 
Ui cada saída leva um corte na precipitação, o GFS ontem dava 24 mm, nesta run das 06 só coloca 5.1 mm, ou seja, em linha com a previsão do ECM. Ainda chega o dia, cai 1 mm. :lol::lol: Também, não é de esperar grande coisa com vento de noroeste, interessante vai ser nas Baleares no próximo fim de semana aí sim, vai chover a sério. Aqui, no Algarve, não vejo nada de espectacular, enquanto não vier nada de SW ou estacione uma cut-off durante vários dias a SW do Cabo de São Vicente, o Algarve não terá nada de especial.

Claramente, o ECM já está a começar a ganhar as batalhas, então o ano passado, o ECM deu uma tareia valente ao GFS. Por isso, é melhor indo vendo o ECM do que o GFS.

Não, apoquentem-se marafados que algum dia a cereja calha a nós. Vai ser o dia que cai 200 mm. :lmao:

Mas isto, está tão confuso se formos ver os ensembles a partir das 96 horas, é cada um por si, e no 2º painel é tipo sismógrafo. :D

13867007_2mViB.jpeg
 
Última edição:
Como sempre:mad:, mas estou convicto que a partir do meio da semana vamos ter instabilidade para todos durante bastante tempo:rolleyes:

É perfeitamente normal que chova bem mais no Norte que no Sul, o Norte ( em especial Minho e Douro Litoral) é uma região de elevada pluviosidade, o sul é bem mais seco...se as previsões se concretizarem para a semana irá chover mais no norte que no sul, mas em princípio o sul também verá chuva, e há sempre lugar para o imprevisto...é aguardar pela evolução..
 
Não é coisa que aprecie...acho que no seguimento deste tópico devia deixar-se de regionalizar tanto, óbvio que no Verão à partida o sul estará em vantagem em termos de bom tempo...assim como no Inverno o norte terá mais precipitação (seja chuva ou neve)! São verdades quase absolutas fruto do posicionamento de cada região no globo...
 
Não sendo e descartar outros cenários, até o sul poderá vislumbrar uma rega interessante lá para 5ª feira.
A distância aconselha calma e acompanhamento das previsões mais próximas...mas não há que negar: até o sul pode sorrir brevemente!:thumbsup:

1PsXa.jpg


Como é habitual, o Minho e Douro Litoral poderão ter bons acumulados. Nada de estranhar e nada de comparações com as regiões mais a sul ou interior (aqui apenas os sistemas montanhosos se aproximam). As coisas são como são e por isso nada de lamentos. Quem quiser usufruir de chuva de forma mais abundante aconselho, qual GOVERNANTE:D, a imigração para este canto do país.