Polémicas aparte, (
já paravam com a quezília sff...) de facto a referência a uma dorsal mais estável aparecer nos modelos no médio prazo é verdade, mas longe de garantida a sua consequência para nós (falando em Portugal continental).
Longe de garantida digo, até porque a ocorrer a sua posição exacta é impossível saber, e essa incerteza, tanto pode ser prejudicial como benéfica em termos de "animação" aqui no continente.
Digo isto pois, se ela estiver colocada exactamente sobre a península já praticamente sobre o Atlântico, bloqueará os sistemas depressionários o suficientemente longe para não nos afectarem, o que seria uma pena, pois parece que o Atlântico vai estar realmente animado.
Pelo contrário, se existir esse crista, mas ligeiramente mais a Este, mais a tender para o Leste de Espanha, poderá pelo contrário, proporcionar grandes eventos, pois se pensarem bem, e se formos ver alguns dos melhores eventos frontais e convectivos (ainda para mais nesta altura do ano, com água ainda morna, e bastante energia tropical) ocorrem em frentes atlânticas bloqueadas por uma crista a Este, mas que esse bloqueio provoca que as mesmas fiquem estáticas praticamente, sobre o continente.
Situações destas em que o posicionamento estacionário de uma frente é exatamente sobre o continente não são assim tantas, e aliar a isso estarem estáticas mas activas, com uma atmosfera instável, ainda são menos. São raros. Mas quando ocorre, são eventos memoráveis.
No último Inverno tivemos um ou dois dias assim, um deles foi épico no litoral Oeste em termos de trovoadas, não me ocorre a data. Sinceramente, os melhores eventos eléctricos que me lembro na zona de Lisboa foram de situações assim.
Portanto vamos ver como se desenrola este jogo, quase "guerra" entre um Atlântico animadíssimo e esse possível bloqueio...
Este exemplo de configuração da última do ECMWF era óptimo, mas muito longe no tempo ainda, apenas especulação...