Seguimento - Incêndios 2017

Um grande mistério para mim é porque é que a estação da Serra de Lousã desligou às 20:32 sendo que nos mapas disponíveis nos relatórios do SIRESP e da SIGMAI a mesma não aparenta ter sido diretamente afetada pelo incêndio de Góis (só a estação de Malhadas e eventualmente nos cabos da estação da Pampilhosa - ambas 'desligaram' às 20:26). Será que isto deveu-se à ignição registada perto da estação de Cabeço Pião? E terá isto aumentando o congestionamento na estação de Cabeço Pião sendo que as 2 vias de comunicação restantes a esta estação eram Penela (que funcionou perfeitamente não obstante a baixa carga) e Figueiró dos Vinhos que foi funcionando cada vez pior até desligar-se na madrugada do dia 18?

E cá vai uma possível explicação:

A SIRESP, SA, empresa que gere a rede de telecomunicações de emergência, alertou a secretaria-geral do Ministério da Administração Interna no final de 2016 para a existência de 48 estações-base em “mau estado de conservação” e para a necessidade de “serem asseguradas ou repostas as condições de funcionamento e/ou segurança das mesmas”.

A maioria das estações-base identificadas concentra-se sobretudo na zona norte e centro do país, sendo que uma das referidas é a da Serra da Lousã, a poucos quilómetros da região de Pedrógão Grande e Góis, onde o fogo consumiu mais 50 mil hectares de floresta, provocou 64 mortos e mais de 200 feridos. Foi uma das que deixou de responder durante o incêndio.

Qual foi a avaria? É importante saber já que o sistema apesar de ser de trampa tem - ou devia ter - baterias/geradores.
 
Última edição:
Excelente trabalho da RTP. :palmas:

Está lá tudo dito e feito... as conclusões que cada um as tire... :rolleyes:
 
A reportagem omite um ponto essencial: A bronca do Canadair que "sugere" que o caos na organização não acabou no dia 18. Prolongou-se durante dias. Mas, enfim, já é um bom ponto de partida já que resume e aglutina uma boa parte do que se tem vindo a saber.

Na peça há bombeiros a pedir desculpa por não terem conseguido fazer mais. Coitados. Deram eles o corpo ao manifesto e estão outros a encomendar estudos de imagem para lidarem com a situação com o mínimo de consequências negativas. E ainda dizem que só os neoliberais não querem saber das pessoas.
 
Num dos primeiros diretos que assisti na fatídica noite, e ainda antes de qualquer declaração pública, o secretário de estado aparecia ao lado do posto de comando a falar visivelmente bastante irritado com elementos, suponho que da ANPC. Parecia claramente aquele momento em que alguém percebeu que o sistema tinha falhado.

A partir daí, começou uma sessão combinada de declarações de protecção do sistema. Bombardeou-se a opinião pública com questões como a trovoada seca o ou "furacão de fogo" como se de um fenómeno sobrenatural se tratasse.

O ano passado no Funchal vi bem do que o trinómio alta temperatura, baixa humidade e rajadas de 80 km/h são capazes. Em 3 horas mais de 100 casas de primeira habitação ficaram completamente destruídas. Vi fogo a ser "cuspido" mais de 500 metros a incendiar quintais com roseiral sem qualquer vestígio de mato. Vi casas começarem a arder pelas portadas em madeira só devido à carga térmica em volta. E vi filas de trânsito perdidas entre o fumo.

Eu vi isto tudo e a ministra da administração interna se não viu em.directo, devia pelo menos ter imaginado o que lá aconteceu quando percorreu as ruas a pé e viu a centena de casas destruída, inclusivé onde morreram 3 pessoas.

Tudo isto para dizer que este trinómio que nos querem fazer parecer algo sobrenatural, não o é nem é único em Portugal. É preciso é que o sistema funcione para proteger as vidas humanas o que está mais que visto que não aconteceu neste caso.
 
Não me querendo alongar muito em relação a este tema, que é extremamente controverso e vai dar água pelas barbas, a minha opinião é que claro que não podemos atribuir as culpas aos Eucaliptos, acho que ninguém está a fazer isso. A questão que se coloca é que cada País tem as suas árvores autóctones por alguma razão e lá porque crescem rápido, ou são rentáveis etc não vamos povoar um País inteiro com uma árvore que só por si tem mais pontos negativos do que positivos.

A começar pela secura total que a árvore provoca no terreno envolvente, o próprio tronco e ramificações são um mimo para a propagação dos incêndios visto que no incêndio de Arouca o ano passado, as projecções dos ramos e troncos queimados dos Eucaliptos despontaram ignições que culminaram no incêndio em Vale de Cambra.
Os Eucaliptos não são claramente a preferência das nossas aves residentes e migratórias bem como de outros animais rastejantes que imperam nas nossas florestas autóctones, a não ser que importemos Coalas da Austrália porque esses sim estariam nas suas 7 quintas.

Em suma acho que deve haver Mono cultura de Eucalipto, mas obviamente com o devido controlo por parte do Estado, porque quem faz uma viagem Lisboa - Porto de Comboio e gosta de apreciar a paisagem como eu, é manifestamente impressionante o avanço das plantações desta árvore em todo o País. Chega aliás a roçar o ridículo e sou capaz de acreditar em que ocupam quase 40% das florestas nacionais.
 
Estou em Castanheira de Pêra, onde vou passar o dia na Praia das Rocas. É incrível a quantidade de quilómetros que faz no IC8 e na N236 em que está tudo queimado. Prosseguem os trabalhos de substituição dos rails de protecção, placas de sinalização, restituição da rede eléctrica, e são também visíveis várias equipas que efectuam o corte de árvores junto à estrada nacional.

A vista é esta, para uma encosta negra.
5d28d2f7e8f1b23cf24c7ec96cb5a9cd.jpg
 
Só espero mais uma vez que tenham em conta as condições meteorológicas. Se não para mim continua a valer pouco ou nada.

Estou a citar a mim próprio porque a reportagem da rtp não só não referiu nada em relação ao assunto como constatou o obvio. Falhou quase tudo. Quando ocorre uma tragédia daqueles é mais do que obvio que muita coisa falhou.
Uma das falhas apontadas é a falta de meios seja humanos e etc. Estamos a falar de regiões do interior com muito pouca população cujos bombeiros são voluntários. Ora se a população já é pouca acham que é possível que existam muitos bombeiros. Houve um bombeiro dos quais pediu desculpa que disse, se não me engano que tinha 20 operacionais e 5 meios para 10 ou mais povoações........... vamos obrigar as pessoas a ingressar na corporações dos Bombeiros Voluntários?

A única coisa que a reportagem serviu foi para ter uma ideia da timeline dos acontecimentos.
Agora causa para as falhas, zero.
Conclusões, zero.


Edit: Verdade seja dita o titulo da reportagem é "O que falhou em Pedrogão Grande?"
Não podia esperar respostas.
 
Última edição:
  • Gosto
Reactions: jonas
neste momento

Vinha Velha, Mação, 165bomb, 6MA
Ameixial, Mação, 40bomb
Moura, 119bomb, 6MA


Deu agora na tvi24 uma noticia a dizer que havia 124 ?? incendios ativos no país e Beja era o maior mas já estava em resolução
deram exatamente a mesma noticia às 13h.... que nojo de jornalismo dass, nem se dignam a atualizar uma informação
se for preciso às 20h vão dar o mesmo
 
neste momento

Vinha Velha, Mação, 165bomb, 6MA
Ameixial, Mação, 40bomb
Moura, 119bomb, 6MA


Deu agora na tvi24 uma noticia a dizer que havia 124 ?? incendios ativos no país e Beja era o maior mas já estava em resolução
deram exatamente a mesma noticia às 13h.... que nojo de jornalismo dass, nem se dignam a atualizar uma informação
se for preciso às 20h vão dar o mesmo
não percebem nada do assunto...