Seguimento - Incêndios 2017

IPMA desmente queda de raios no início do fogo de Pedrógão Grande

A trovoada seca chegou a ser apontada como possível responsável do incêndio em Pedrógão Grande, mas o IPMA vem agora desmentir a teoria. Não caíram raios no local e à hora em que começou o fogo.

A conclusão é do relatório do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) enviado ao primeiro-ministro na sexta-feira e disponibilizado este sábado pelo Governo.

No documento de 120 páginas, o IPMA refere que as descargas de energia mais próximas da zona do incêndio foram detetadas apenas depois das 17.37 horas e que, à hora e no local em que o incêndio deflagrou, às 14.43 horas, na aldeia de Escalos Fundeiros, não havia o tipo de nuvens que gera trovoadas.

O relatório dá conta, de facto, da ocorrência de 225 descargas elétricas num raio de 50 quilómetros (a maioria entre a Sertã e a Pampilhosa da Serra), mas as mais próximas do local de início do incêndio em Pedrógão ocorreram às 17.37, 18.53 e 20.54 horas. Ou seja, a primeira ocorrência de trovoada foi registada três horas depois da hora em que o incêndio deflagrou, de acordo com a Proteção Civil.


O relatório vem desmentir a informação inicialmente avançada pela Polícia Judiciária que dava conta de "um raio de trovoada seca" ter rachado uma árvore e ter estado, assim, na origem do incêndio.

O IPMA concluiu que a probabilidade de um raio ter atingido uma árvore em Escalos Fundeiros, como defendia a Polícia Judiciária, é reduzida.

"A presente análise sugere uma probabilidade baixa, não nula, de ocorrência de descargas nuvem-solo na proximidade do local de início do incêndio de Pedrógão Grande", lê-se no documento pedido por António Costa, no rescaldo do incêndio que acabou por causar a morte a 64 pessoas.

http://www.jn.pt/nacional/interior/...e-8607363.html?utm_source=Push&utm_medium=Web


Extenso relatório do IPMA com 120 páginas:

http://www.portugal.gov.pt/media/30394721/20170630-relatorio-pedrogaogrande-ipma-completo.pdf
 
É do calor da noite :facepalm::rolleyes:
Nenhum de voces pondera que sejam reacendimentos?
Qual a evidencia de mao criminosa?
É realmente impressionante, já perdi a conta da quantidade de incêndios que devastaram o Concelho de Mação. Lembro-me, de estar numa pequena Ribeira e ter de vir a 100 à hora porque se estava a aproximar aquele que foi um dos maiores fogos florestais naquela zona que consumiu quantidades abissais de hectares até Vila de Rei.

Posto isto, lá voltamos nós a ver o fogo a consumir mais uma vez a região que inclusive está super bem preparada para isto. Um pequeno aparte, a árvore que tomou conta de toda aquela zona qual é ? Eucalipto, e não estou a dizer isto de ânimo leve até porque conhecia e conheço toda a região quase como a palma da mão. Nem as Oliveiras escapam à fúria da Mono Cultura dessa árvore Australiana.

Espero que consigam dominar os incêndios o mais rapidamente possível porque qualquer dia já nem sementes irão haver para as árvores voltarem a crescer. Enfi
Estou muito a vontade para falar do Eucalipto, pois nao o defendo de modo algum!
No entanto Eucalipto, ao contrario de uma aberracao que ja aqui li, tambem e floresta!! E floresta de producao! Para la dessa ha de conservacao e de protecao!
Todas sao importantes e para todas ha espaco!
Ardem, em % de area existente, mais pinhais que eucaliptais!
E o problema nao esta nos eucaliptais, mas sim na populacao que nao os gere! Isso verifica se sobretudo nas segundas e terceiras rotacoes!
Mas o problema da nossa floresta e mais a falta global de gestao e nao tanto na especie em questao!
Ex: Mortagua esta eucaliptarizada...e pouco arde...e o milagre da gestao com rentabilidade...
 
Se fossem reacendimentos estariam associados à mesma ocorrência e não a várias novas ocorrências.
Nao nao e nao!
Quem define se sao ou nao reacendimentos e a equipa que la chega em primeiro lugar...que ate pode ser a ultima que de la saiu antes...e ate pode jurar a pe juntos que apagou muito muito bem...ja vi este filme tantas vezes...mas cada um de nos fica na opiniao que melhornos conforta, certo...?!
 
Nao nao e nao!
Quem define se sao ou nao reacendimentos e a equipa que la chega em primeiro lugar...que ate pode ser a ultima que de la saiu antes...e ate pode jurar a pe juntos que apagou muito muito bem...ja vi este filme tantas vezes...mas cada um de nos fica na opiniao que melhornos conforta, certo...?!

No site da ANPC um reacendimento, que me lembre, nunca originou uma nova ocorrência... Mesmo depois de extinta, se houver um reacendimento a ocorrência primária volta a estar activa.
 
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Boas. É a minha primeira intervenção aqui no fórum, todavia já o acompanho com muito interesse há muitos anos.
Porém, há um facto que muito me intriga e que merece esta minha primeira intervenção, para colocar uma dúvida para que os que aqui costumam participar com conhecimentos técnicos.
Qual a vossa opinião sobre este título do Público:
"Há indícios fortes de que um downburst tornou o incêndio avassalador"
 
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IPMA não confirma raio no local onde começou o incêndio de Pedrógão

http://expresso.sapo.pt/sociedade/2...-no-local-onde-comecou-o-incendio-de-Pedrogao

Há uma outra pista para o início do incêndio em Pedrógão Grande

Na última semana surgiu um novo elemento sobre o ponto de ignição. Afinal, o raio causador do incêndio não caiu em cima de uma árvore. Terá atingido primeiro um posto de transformação das linhas de média tensão, sendo depois conduzido pelos cabos até onde o fogo começou, na zona de Escalos Fundeiros. Uma possibilidade que completa a informação do IPMA de que não caíram raios naquela zona na altura do início do incêndio

http://expresso.sapo.pt/sociedade/2...-para-o-inicio-do-incendio-em-Pedrogao-Grande
 
Última edição:
A história foi assim:

Na Espanha, havia descargas eléctricas, numa dessas descargas atingiu um poste de alta tensão, o raio seguiu o caminho pelos cabos de alta tensão, até que chegou a Escalos-Fundeiros, apaixonou-se pelo eucalipto e pimba, fez-se o incêndio. :o :D
 
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No site da ANPC um reacendimento, que me lembre, nunca originou uma nova ocorrência... Mesmo depois de extinta, se houver um reacendimento a ocorrência primária volta a estar activa.
Pode perfeitamente acontecer, e acontece! Mas tambem pode nao acontecer...e muitas vezes nao acontece! O que acontece e a posteriori, quando provado, a GNR agregar as ocorrencias a primaria!
Mas o ponto e, acreditas ou nao que ha muitos reace ndimentos?
Acreditas que os ha no periodo noturno?
 
Boas. É a minha primeira intervenção aqui no fórum, todavia já o acompanho com muito interesse há muitos anos.
Porém, há um facto que muito me intriga e que merece esta minha primeira intervenção, para colocar uma dúvida para que os que aqui costumam participar com conhecimentos técnicos.
Qual a vossa opinião sobre este título do Público:
"Há indícios fortes de que um downburst tornou o incêndio avassalador"

Vou ser brutalmente honesto. O artigo não está completamente certo e para chegar a essa conclusão é preciso ler o relatório e enfrentar todo o jargão. Nem todos os jornalistas podem pescar a coisa por isso há que dar um desconto.

Vou resumir o relatório (do que consegui perceber). Não houveram descargas confirmadas a distância suficiente para haver uma grande certeza de que o fogo foi originado por um raio, os modelos numéricos preveram a ocorrência de fenómenos de vento descendentes com alguma severidade e os mesmos foram objetivamente registados na região centro:

5FbfqUf.png


Claro que o IPMA tem acesso a mais ferramentas mas tais fenómenos foram sendo relatados por vários membros do fórum ao longo dessa tarde.

Acho que a jornalista do Público cometeu erros crassos, misturando eventos díspares. A certa altura fico com dificuldade em perceber o artigo. Isto está mais patente na rubrica "Imagens impressionantes".

Começo pelo óbvio: O IPMA NÃO afirma categoricamente que um downburst tenha acelerado o incêndio porque não tem provas claras (falta de estações de superfície e devido à má posição do local face ao radar de Coruche):

P. 62 do relatório:

lcEo6pH.png


P. 60/61 do relatório:

jpKBRuP.png

eEnLQNA.png


Houve sim um overshooting da nuvem associada ao incêndio e que as mesma PODE ter causado um downburst. Mas não há evidências claras. O Público faz referência a outros downbursts e de uma forma ou de outra associa a Pedrógão como prova final. Está ERRADO. Da notícia:

nU0M0V2.png


Não acho que haja grandes dúvidas que os trovoadas tenham de uma forma ou de outra piorado os incêndios mas a tese central continua em vigor. Houve falta de coordenação e de meios para vigiar/combater os incêndios e evacuar as pessoas. A orografia também condicionaria a direção e velocidade dos outflows vizinhos. Do que conheço de Pedrógão a zona não é plana. Isso teria que ser visto com atenção.
 
Última edição:
A história foi assim:

Na Espanha, havia descargas eléctricas, numa dessas descargas atingiu um poste de alta tensão, o raio seguiu o caminho pelos cabos de alta tensão, até que chegou a Escalos-Fundeiros, apaixonou-se pelo eucalipto e pimba, fez-se o incêndio. :o :D

Apesar de parecer descabido para a maioria das pessoas, é possível. E falo com conhecimento de causa.
Contudo não posso afirmar isso para esta situação pois não conheço a rede de média tensão da zona nem a quantos kms o suposto raio atingiu a linha.

Ps: Contudo apreciei o toque humorístico da situação sendo a relação amorosa com o eucalipto a cereja no topo do bolo.:D
 
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