Aviões com 45 anos e motores radiais do anos 40 não é de esperar muita coisa, quanto maior a idade mais manutenção precisam, e depois compraram apenas 2 Canadairs novos, é o menos possível, pode ser o mesmo de não termos nenhum porque neste momento temos 3 (alugados) e ficaram os 3 inoperacionais. É o governo que temos...sempre á espera que venha um fundo europeu para comprar mais meios como foi com os 2 Canadair.
Não gosto mesmo nada do nosso governo mas é importante referir que o problema Canadair é mais complexo do que vejo a ser dito por aí há anos.
E é muito simples de entender.
Os Canadair não se fabricam desde 2015. Há décadas que a empresa Canadair morreu e depois foi a Bombardier que passou a fabricar e mesmo esta passou há uns anos por muitas dificuldades e fechou a linha de produção destes aviões anfíbios em 2015. O numero de unidades vendidas anualmente é relativamente reduzido e é complicado manter fábricas com produções pequenas ou modestas.
Posteriormente houve outra empresa, Viking Air, que adquiriu as licenças e tem tratado da manutenção, peças, usados, desde aí.
E há muito que havia vontade de retomar a produção ou iniciar desenvolvimento de novo modelo ou uma modernizado dum atual mas para isso era necessário reunir todo o capital e um certo numero de encomendas firmes de interessados.
E surpreendentemente demorou mais do que era expectável, talvez porque muitos países com frotas de Canadair só daqui a uns anos é que os mesmos esgotem os ciclos de vida.
E este ano finalmente foi lançado oficialmente o projeto DHC-515, sucessor do CL-415, do qual então Portugal parece ter duas encomendas firmes.
Na minha opinião, para a nossa dimensão e realidade, deveriam ser três por razões operacionais pois não é assim tão invulgar um acabar por ter que encostar algum tempo na pior altura do ano. Sinceramente depois duma espera tão longa não entendo. Ou se é limite de slots na produção, então uma encomenda de dois e um de opção logo a seguir.
Era uma coisa que deveríamos ter feito há uns 20/30 anos, atravessou muitos governos. É ridículo todos os países afetados por IR terem frotas de Canadair pertencentes ao Estado, seja forças armadas nuns países, seja proteção civil noutros, e aqui não termos. Mas isso é assunto já muito falado, do negócio da industria do fogo, etc
Mas a partir de certa altura também passou a ser o problema que referi atrás, a alternativa era comprar velhos ou outras opções menos boas.
A certa altura estivemos quase para adquirir os russos Beriev-200 com motor a jato e que chegaram a fazer uma temporada cá precisamente para demonstração e eventual compra. Mas não são tão perfeitos para a nossa realidade como os Canadair.
Felizmente não cometemos pelo menos esse erro, aleluia, coisa rara, pois acho que teriam as mesmas chatices que os Kamov. E agora com o problema da putinizzzta Rússia seria ainda pior.
Para finalizar, entre o lançamento oficial do projeto DHC-515 e a entrega vai demorar muitos anos.
Design, desenvolvimento, testes e certificação, ao qual se somam atrasos que são quase sempre uma inevitabilidade na aviação quando se faz um novo modelo ou uma modernização significativa.
Pelo que não se surpreendam que quando se fala em 2026, depois até poderá ser apenas 2027 ou 2028.
Mais uma razão para termos encomendado três.