Seguimento - Incêndios 2022

Ontem ouvi também o Presidente da CM da Covilhã e também parecia tranquilo e satisfeito com o trabalho que está a ser efectuado. :shocking:

Há uns anos estava a haver um violento incêndio em Abrantes. Num directo que mostrava uma frente de fogo completamente descontrolada como pano de fundo, a presidente da câmara local dizia que o fogo já estava dominado e que os meios eram os necessários. Esse fogo ainda ardeu mais 2 dias (sei bem porque esteve perto da propriedade de férias de um casal meu amigo e eles andaram muito aflitos). Hoje essa presidente de câmara é ministra da agricultura. Em Portugal, a fidelidade é recompensada.
 
Agora, agora é que estão 18 meios aéreos. Agora é que veio um de Espanha. Agora!!!

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Aviões com 45 anos e motores radiais do anos 40 não é de esperar muita coisa, quanto maior a idade mais manutenção precisam, e depois compraram apenas 2 Canadairs novos, é o menos possível, pode ser o mesmo de não termos nenhum porque neste momento temos 3 (alugados) e ficaram os 3 inoperacionais. É o governo que temos...sempre á espera que venha um fundo europeu para comprar mais meios como foi com os 2 Canadair.

Não gosto mesmo nada do nosso governo mas é importante referir que o problema Canadair é mais complexo do que vejo a ser dito por aí há anos.

E é muito simples de entender.
Os Canadair não se fabricam desde 2015. Há décadas que a empresa Canadair morreu e depois foi a Bombardier que passou a fabricar e mesmo esta passou há uns anos por muitas dificuldades e fechou a linha de produção destes aviões anfíbios em 2015. O numero de unidades vendidas anualmente é relativamente reduzido e é complicado manter fábricas com produções pequenas ou modestas.

Posteriormente houve outra empresa, Viking Air, que adquiriu as licenças e tem tratado da manutenção, peças, usados, desde aí.

E há muito que havia vontade de retomar a produção ou iniciar desenvolvimento de novo modelo ou uma modernizado dum atual mas para isso era necessário reunir todo o capital e um certo numero de encomendas firmes de interessados.

E surpreendentemente demorou mais do que era expectável, talvez porque muitos países com frotas de Canadair só daqui a uns anos é que os mesmos esgotem os ciclos de vida.

E este ano finalmente foi lançado oficialmente o projeto DHC-515, sucessor do CL-415, do qual então Portugal parece ter duas encomendas firmes.

Na minha opinião, para a nossa dimensão e realidade, deveriam ser três por razões operacionais pois não é assim tão invulgar um acabar por ter que encostar algum tempo na pior altura do ano. Sinceramente depois duma espera tão longa não entendo. Ou se é limite de slots na produção, então uma encomenda de dois e um de opção logo a seguir.

Era uma coisa que deveríamos ter feito há uns 20/30 anos, atravessou muitos governos. É ridículo todos os países afetados por IR terem frotas de Canadair pertencentes ao Estado, seja forças armadas nuns países, seja proteção civil noutros, e aqui não termos. Mas isso é assunto já muito falado, do negócio da industria do fogo, etc

Mas a partir de certa altura também passou a ser o problema que referi atrás, a alternativa era comprar velhos ou outras opções menos boas.

A certa altura estivemos quase para adquirir os russos Beriev-200 com motor a jato e que chegaram a fazer uma temporada cá precisamente para demonstração e eventual compra. Mas não são tão perfeitos para a nossa realidade como os Canadair.

Felizmente não cometemos pelo menos esse erro, aleluia, coisa rara, pois acho que teriam as mesmas chatices que os Kamov. E agora com o problema da putinizzzta Rússia seria ainda pior.

Para finalizar, entre o lançamento oficial do projeto DHC-515 e a entrega vai demorar muitos anos.
Design, desenvolvimento, testes e certificação, ao qual se somam atrasos que são quase sempre uma inevitabilidade na aviação quando se faz um novo modelo ou uma modernização significativa.
Pelo que não se surpreendam que quando se fala em 2026, depois até poderá ser apenas 2027 ou 2028.

Mais uma razão para termos encomendado três.
 
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Era uma coisa que deveríamos ter feito há uns 20/30 anos, atravessou muitos governos. É ridículo todos os países afetados por IR terem frotas de Canadair pertencentes ao Estado, seja forças armadas nuns países, seja proteção civil noutros, e aqui não termos.
Off-topic: mas temos submarinos, que são óptimos para... não sei bem para quê, mas devem ser.
 
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Que desgraça!! já vai nos 17000 hectares e não vai ficar por ali.
Incompetentes!!!
A explicação é só uma, foi o deixa arder, ali só existe passarinhos, javalis e umas plantitas assim meio raras, mas que se lixe, ficamos cá em baixo à espera do bicho!!
Pronto relatório terminado!
Resta saber como começou o fogo, já que foi de madrugada, já existe certezas??


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Como sempre a correr atrás do prejuízo..:disgust:
A mesma conversa de sempre, tal como em 2017.. é o que é! Ou é estrutural ou conjuntural, merece estudar, e o sistema funciona bem.. Tretas!

O sistema até pode funcionar para pequenos focos. Mas aqui estamos perante um grande incêndio cuja capacidade de planeamento falhou rotundamente! Não é preciso ser entendido na matéria, para saber que passados 30 minutos de uma reunião da proteção civil, já tudo mudou e pouco do que foi decidido na reunião fará sentido!

São 1600 bombeiros, mas quantos estão efetivamente a fazer algo, o que quer que seja?? Destes 1600, certamente 1/3 a fazer o rescaldo , 1/3 junto às povoações, e do resto metade com mangueira a combater e o resto a reabastecer ou à espera de ordens. Nem sei se também contam os que estão a descansar/dormir..

A culpa não é dos bombeiros. Os meios aéreos foram insuficientes, pese embora as dificuldades de combate em terreno acidentado. Neste momento, já se deveria estar a pensar no que fazer depois de extinto o incêndio, nomeadamente, como proteger as terras para fazer frente à estação das chuvas. Enfim..
 
Resta saber como começou o fogo, já que foi de madrugada, já existe certezas??
Uma vez que em 2022 foi o 7º foco de incêndio e já vai no 8º, naquela zona da Vila do Carvalho (Covilhã), o que mais há para saber?

Só falta saber se foi crime por negligência ou por um pirómano qualquer e saber quem foi.
 

"Desolado e revoltado, o presidente da Câmara da Guarda lança um alerta: “O país ainda não percebeu o impacto do que está a acontecer aqui. É na Serra da Estrela que nasce o principal rio português. Isto terá consequências ao nível dos recursos hídricos, da biodiversidade e da fixação de carbono”. E remata: “Oxalá não acordemos todos tarde demais para o que está a acontecer.”
O autarca da Guarda lamenta que duas máquinas de rasto que deveriam ter começado a funcionar esta quinta-feira ao fim da tarde, só tenham iniciado a operação às 6h desta sexta-feira. E conta que, apesar de a câmara não ter este tipo de maquinaria, contratou duas viaturas à hora. “Estão desde as 7h à espera que lhes seja atribuída uma missão”, critica já depois das 11h."

 
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Que desgraça!! já vai nos 17000 hectares e não vai ficar por ali.
Incompetentes!!!
A explicação é só uma, foi o deixa arder, ali só existe passarinhos, javalis e umas plantitas assim meio raras, mas que se lixe, ficamos cá em baixo à espera do bicho!!
Pronto relatório terminado!
Resta saber como começou o fogo, já que foi de madrugada, já existe certezas??


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Acho que temos que ter alguma calma neste tipo de afirmações , já todos percebemos que algo não correu bem na primeira interpretação feita ao incêndio, não apenas nas primeira horas, como praticamente todo o dia de Sábado, mas a partir daí a coisa muda drasticamente, e já numa altura em que se está em ataque ampliado, e não é de hoje que o mesmo é o nosso tendão de aquiles ! :unsure: Mas voltemos ao incêndio! Ao final do dia de Sábado, início de noite o mesmo entra em zona de orografia muito complicada, de vales encaixados, onde os acessos são praticamente nulos , e encontra uma floresta densa que não ardia à muitos anos , e na pior altura que poderia arder, completamente seca, em stress hídrico total, com uma pré disposição para arder imensa, devido ao baixo nível de HR nos combustíveis finos, ou seja essa noite foi deixar arder literalmente, pouco haveria a fazer! Nos dias seguintes a coisa complica-se ainda mais com o incêndio a criar a sua própria característica meteo em seu redor consequência de tanta energia libertada , acabando mesmo por conseguir formar um pirocumulonimbo e adquirir condições convetivas , a partir daí poderiam estar 2000 ou 3000 Op no TO , Ou 50 Ma'S que dificilmente se iria conseguir extinguir o mesmo até ele ter combustível contínuo para consumir, e é exatamente isso que está a acontecer! Os entendidos/peritos chamam.lhe incêndios de 6 geração, corrijam.me se tiver errado! Não estou com isto a desresponsabilizar ninguém, nada disso! Acho que se tem que se analisar, investigar, mas acima de tudo aprender, porque esta será a nossa nova realidade daqui para a frente! :unsure:
 
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