Seguimento - Incêndios 2022



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"O incêndio que destrói há seis dias a Serra da Estrela é dos maiores fogos registados no país em áreas protegidas. É essa a convicção de ambientalistas ouvidos pelo PÚBLICO, uma realidade que as estatísticas sobre a área ardida na Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP) parece apoiar. O fogo atingiu alguns tesouros da serra e manchas florestais que escapavam há muitas décadas à fúria das chamas.
O Sistema Europeu de Informação de Fogos Florestais (conhecido pela sigla inglesa EFFIS), que, através do recurso a imagens de vários satélites, permite detectar fogos com áreas ardidas superiores a um hectare, contabilizava ao fim da tarde desta quinta-feira 14.146 hectares afectados pelo incêndio da Serra da Estrela, que deflagrou na madrugada do passado sábado.
O vice-presidente da associação ambientalista Guardiões da Serra da Estrela, Manuel Franco, explica que destes mais de 95% são dentro do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), constituído em 1976 e que conta actualmente com uma área de 89 mil hectares. “Mais de 13.500 hectares da área afectada estão dentro do parque, que já deve ter sido atingido em 15% da sua área”, afirma o ambientalista.
Para se perceber a dimensão dos estragos, Manuel Franco realça que junto ao Miradouro de São Lourenço, perto de Manteigas, existe uma micro-floresta de carvalhos com mais de 500 anos. “Infelizmente esta zona também foi afectada”, afirma o dirigente da Guardiões da Serra da Estrela. Mesmo assim, o ambientalista mantém o optimismo e não acredita que este incêndio dite o fim destas árvores. “São muito velhas. Já viram muito fogo”, reage logo de seguida.
A zona conhecida como o Souto do concelho, em Manteigas, foi outra das áreas atingidas, lamenta José Conde, biólogo do Centro de Interpretação da Serra da Estrela (CISE), sublinhando a importância ambiental deste bosque de castanheiros. O especialista sublinha que vai ser preciso tempo para avaliar o verdadeiro impacto do incêndio na biodiversidade existente na Serra da Estrela, mas não tem dúvidas que a perda será grande. “O fogo começou numa encosta da Covilhã e cruzou a serra de um lado ao outro”, destaca o biólogo.
O dirigente da Quercus, Domingos Patacho, lamentou, em declarações à Lusa, a destruição de muitas espécies de árvores autóctones, que poderão demorar décadas a repovoar o PNSE. O ambientalista acredita, contudo, que os bosques de teixo, raros em Portugal, tenham sido poupados, uma convicção que não partilhada por José Conde.
Não é a primeira vez que o parque com maior altitude do país arde consideravelmente. Em 2017, segundo dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), só no PNSE arderam 19.300 hectares, quase 22% da área do parque. No entanto, foram vários os incêndios que assolaram esta área protegida, a segunda maior em Portugal - a primeira é o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina - com destaque para os que ocorreram em Outubro desse ano.
O último relatório do ICNF dedicado aos incêndios florestais desse ano dá conta que arderam em 2017 mais de 39 mil hectares nas mais de 50 áreas protegidas do país, o que representava 5,5% dos 712 mil hectares de extensão desta rede. Antes disso, destaque para anos como 2003 (mais de 28 mil hectares ardido na Rede Nacional de Áreas Protegidas) e 2005 (mais de 20 mil hectares destruídos).

ICNF não revela dados​

Mas não se pense que é fácil saber com detalhe a dimensão dos incêndios que assolam as áreas protegidas, que tem o ICNF como responsável pelas estratégias de prevenção, sensibilização, vigilância, detecção e primeira intervenção. É que o instituto que também tem a seu cargo a cartografia e contabilidade da área ardida, divulga de forma intermitente estes dados.
Contactado pelo PÚBLICO, o ICNF recusou-se a disponibilizar dados sobre os incêndios deste ano nas áreas protegidas, remetendo a informação para o fim da fase mais crítica dos fogos. Mas o PÚBLICO também não conseguiu encontrar essa contabilidade relativamente ao ano passado. E na última década, os dados aparecem apenas em alguns relatórios sobre o Estado do Ambiente, muitas vezes reduzidos a um gráfico sem números exactos.
Os dados mais recentes que o PÚBLICO encontrou num dos relatórios feitos pela Agência Portuguesa do Ambiente são relativos a 2020, ano em que se estimavam terem ardido na RNAP perto de 4.400 hectares, 1545 dos quais no Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros. Sobre 2019 não encontramos valores e em 2018 a informação disponível limita-se a um gráfico com a área ardida em quatro parques, com um destaque que indica que o mais afectado foi o de Sintra-Cascais, onde arderam 430 hectares."

:disgust:

Até 31 de Julho: 58 mil hectares. Na data presente já deve exceder os 80 mil.

 
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Inclui uma referência ao incêndio na Estrela, entre outros grandes fogos em França e Espanha.

 
Ontem também tive conhecimento que uma amiga, teve de enfrentar novamente o drama dos IR em Portugal para salvar o seu sonho, projeto e respetivo "ganha pão " :mad: Depois de no dia 15 de Outubro de 2017 o fogo ter " varrido" completamente a sua propriedade limpa e bem cuidada na localidade de Travancinha (Seia) , na quarta-feira voltou a passar pelo mesmo no IR de Meruge ( Oliveira do Hospital) Hoje em dia manter um negócio nestas zonas é sem dúvida de uma resiliência enorme! E este é apenas um dos muitos casos que nós nunca chegamos a ter conhecimento! :unsure: Muita força a quem passa por esta triste realidade!


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Ontem também tive conhecimento que uma amiga, teve de enfrentar novamente o drama dos IR em Portugal para salvar o seu sonho, projeto e respetivo "ganha pão " :mad: Depois de no dia 15 de Outubro de 2017 o fogo ter invadido a sua propriedade limpa e bem cuidada na localidade de Travancinha (Seia) , na quarta-feira voltou a passar pelo mesmo no IR de Meruge ( Oliveira do Hospital) Hoje em dia manter um negócio nestas zona é sem dúvida de uma resiliência enorme! E este é apenas um dos muitos casos que nós nunca chegamos a ter conhecimento! :unsure:


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E é garantido que daqui a 3 ou 5 anos vamos passar pelo mesmo. Enquanto o interior continuar a ser um país estrangeiro nada vai mudar :(
Passo tanta vez de bike por Travancinha e arredores, mais uma zona a evitar nos próximos tempos...
 
+1600 bombeiros e +500 viaturas. Certamente o maior número de meios alguma vez disponibilizado no combate a um fogo em Portugal?

São de facto números impressionantes num TO ! Perto disto talvez apenas Monchique em 2018 ! Mas acho que apenas porque tal como no momento do IR do Algarve , a situação a nível nacional era relativamente calma!




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São de facto números impressionantes num TO ! Perto disto talvez apenas Monchique em 2018 ! Mas acho que apenas porque tal como no momento do IR do Algarve , a situação a nível nacional era relativamente calma!
Penso que Monchique não passou dos 1500 ops, agora 1650 ops e 16 meios aéreos penso que nunca se tinha visto tal número.
 
No incêndio de Proença-a-Nova, podem ter chegado aos 1000 bombeiros e consumiu aproximadamente 20.000 hectares de mato e floresta só no concelho de Oleiros, sem contar com o concelho de Proença-a-Nova (onde começou) e Castelo Branco.

https://www.publico.pt/2020/09/16/s...ionais-combatem-incendio-proencaanova-1931725

Entretanto mais um incêndio hoje na Vila do Carvalho (Covilhã), a oitava tentativa este ano.
 
O 1° incêndio em Portugal a ter mais de 1000 operacionais foi no Caldeirão (Tavira) em 2012.
 
O 1° incêndio em Portugal a ter mais de 1000 operacionais foi no Caldeirão (Tavira) em 2012.
Recordo-me que o incêndio de Proença-a-Nova chegou salvo erro a 960 bombeiros.
É referido na notícia que o incêndio chegou a consumir 500 a 600 hectares por hora, algo mesmo inacreditável!

Ainda assim, o incêndio da Serra da Estrela progride mais lentamente, pois em Proença-a-Nova chegou a arder em 10 horas o que ardeu na Serra da Estrela nos primeiros 4 dias.
 

Incêndio na Serra da Estrela quando terminar "merece ser estudado", diz Costa.​


Há uma hora

O primeiro-ministro diz é importante perceber o que "foi acontecendo ao longo da fita do tempo e poderia ter acontecido de forma diferente para evitar que ganhasse esta dimensão".

O primeiro-ministro, António Costa, considerou esta sexta-feira que o sistema de combate a incêndios está a responder bem às ocorrências dos últimos dias.

Quanto à situação que se vive na Serra da Estrela, o primeiro-ministro diz que quando terminar, se poderá "estudar - e merece ser estudado - em pormenor o que foi acontecendo ao longo da fita do tempo e que poderia ter acontecido de forma diferente para evitar que ganhasse esta dimensão".

O incêndio na Serra da Estrela, que deflagrou no concelho da Covilhã e alastrou para Manteigas, Gouveia, Guarda e Celorico da Beira está ativo há sete dias e na noite de quinta-feira sofreu um reforço de meios. Cerca de 1.600 operacionais, apoiados por 500 viaturas, estão no terreno e há pelo menos três frentes a dificultarem o combate.

A associação ambientalista Quercus pediu uma avaliação independente ao incêndio na Serra da Estrela e questionou qual foi a intervenção da AGIF - Agência para a Gestão Integrada dos Fogos face a criticas à descoordenação de meios.



Como sempre a correr atrás do prejuízo..:disgust: