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Moderação
Cem milhões contra a erosão costeira
10h33m
Depois de um Inverno "especialmente agressivo", o Governo vai investir cem milhões de euros no combate à erosão costeira e na requalificação das zonas afectadas.
Segundo Dulce Pássaro, ministra do Ambiente, as condições meteorológicas dos últimos meses foram motivo de preocupação em pontos mais vulneráveis, como as ilhas barreiras do Algarve (o caso que requer uma intervenção mais célere) ou a zona da Lagoa de Óbidos, mas "nenhuma situação é irrecuperável".
"Vamos ter de investir mais, em alguns casos, em protecção, recuperação e requalificação", afirmou Dulce Pássaro à Agência Lusa, referindo que os cem milhões estimados para 2010 integram o Plano de Ação para o Litoral 2007-2013, que inclui verbas comunitárias, da administração central e de autarquias.
A ministra disse que o montante vai permitir "salvar a costa" portuguesa e sublinhou que a tutela não se vai coibir de solucionar os problemas a nível da construção que se coloquem nas zonas mais sensíveis.
"Respeitando os direitos das pessoas, temos de actuar, é uma questão de defendermos o bem público e de minimizarmos os riscos", defendeu.
Travar o avanço do mar
Já em Fevereiro, a Administração Regional Hidrográfica do Centro teve de intervir com urgência para proteger a avenida marginal de Ovar das investidas do mar, na praia do Furadouro, numa zona onde habitualmente há acumulação de sedimentos e não erosão.
O organismo informou que tem estado a avaliar uma solução definitiva em colaboração com a Câmara: "Essas medidas passam pela elaboração de um projeto já em curso, para reforço do muro que limita a marginal, e que será alvo de uma candidatura ao Programa Operacional de Valorização do Território, dado existirem riscos evidentes".
Segundo o presidente da autarquia, Manuel Alves de Oliveira, é fundamental intervir também em São Pedro de Maceda, onde o avanço do mar tem sido "muito acentuado" e aumentado o risco para uma base aérea e um antigo aterro.
Na Marinha Grande, a zona que gera maiores preocupações é São Pedro de Moel, onde o inverno provocou mais queda de rochas e as obras de estabilização das arribas só agora vai arrancar.
"A derrocada das arribas está iminente", adiantou o vice-presidente do município, Paulo Vicente, apontando como outra inquietação a Praia da Vieira, cuja erosão atribui em parte ao "alargamento dos pontões do porto da Figueira da Foz".
Mais a sul, a Câmara de Sines considera não existirem situações de "risco de derrocada imediata", mas a palavra de ordem continua a ser, para o presidente Manuel Coelho, prevenir.
A falésia em que assenta a fortaleza do Pessegueiro, a praia da Samouqueira (Porto Covo) e a praia Vasco da Gama (Sines) são apontadas como as áreas mais vulneráveis.
Já no Algarve, ascendem a 14 as praias que foram alvo de reparações de arribas devido às tempestades de mar deste Inverno, incluídas na classe dos anos em que se registaram as situações de rutura mais graves.
Fonte: Jornal de Noticias
Fonte: Jornal de NoticiasAutarcas do Oeste aguardam intervenções nas arribas
10h57m
A instabilidade das arribas na costa Oeste de Lisboa, agravada pelo Inverno rigoroso, está a preocupar os autarcas da região, que já identificaram pontos críticos e aguardam intervenções do Estado.
"As arribas são uma preocupação permanente", afirmou à Lusa o presidente da Câmara de Peniche, António José Correia (CDU), cuja opinião é partilhada pelos vereadores Carlos Bernardes (Torres Vedras) e Vital Rosário (Lourinhã), numa altura em que se começa a preparar a próxima época balnear.
Em Peniche, onde há um mês houve uma derrocada de parte de uma arriba na praia da Consolação, António José Correia disse que o local é um dos pontos de grande instabilidade no litoral do concelho, para o qual "foram assegurados meios para uma intervenção de fundo", que deverá acontecer no "primeiro semestre de 2011".
As praias de São Bernardino, onde "está mais atrasada uma intervenção para a consolidação das arribas" que se estima que possa ocorrer ainda este ano, e da Almagreira, onde em 2005 morreram dois turistas em resultado de uma derrocada, são outras das preocupações do autarca.
Em Torres Vedras, o vereador Carlos Bernardes (PS) destacou como principal preocupação o troço da arriba entre Gambelas e a praia da Assenta, onde no inverno "caíram rochas" e é uma zona frequentada por pescadores.
Na Lourinhã, "a situação mais preocupante é na praia da Areia Branca na zona do Casal dos Patos [onde o desmoronamento de parte da arriba provocou estragos no jardim de uma habitação aí construída] onde a situação está a degradar-se ", afirmou o vereador Vital Rosário (PS).
O autarca adiantou que o Ministério do Ambiente tem previstas obras de consolidação no local, a iniciar no "terceiro trimestre de 2010 com a duração de seis meses", além da delimitação em breve de uma zona de segurança para evitar que os banhistas se aproximem da arriba.
As arribas nas praias de Paimogo, Porto das Barcas, Valmitão e Porto Dinheiro foram também identificadas como críticas, para as quais o vereador espera que sejam calendarizadas intervenções.
Os autarcas admitiram que está a existir uma "melhor articulação" com o Instituto da Água e com a Administração Regional Hidrográfica do Tejo não só na identificação e monitorização de zonas em avançado risco de erosão como também na realização de obras de deslocamento de blocos instáveis e reperfilamento das arribas, no sentido de haver uma maior consolidação dos taludes.
"Quando acontecem desgraças como no Algarve acaba por haver evolução nomeadamente em termos de estudos de estabilização para identificar os pontos críticos e definição de intervenções", disse Vital Rosário.
"Há um plano de monitorização que está a ser feito e a próxima intervenção, depois de Santa Cruz, será na Praia Azul", adiantou Carlos Bernardes.