Neste momento estão bem visíveis nos modelos os efeitos do SSW com a nova configuração bipartida do vórtice polar, só em termos comparativos veja-se uma saída do GFS no início do mês e o que está ser previsto a curto-prazo:
Antes:
"Depois":
Nesta carta surge então a circulação estratosférica anticiclónica provocada pela conjugação da expansão do ar quente com a força de coriólis , circulação que de resto é inversa à do vórtice polar e que está a provocar a sua desintegração:
Tanto quanto me inteirei, para que haja uma propagação dos efeitos do SSW mais eficaz, é necessário que ocorra uma redução da intensidade da circulação zonal, e neste momento há efetivamente uma diminuição da sua velocidade, com inversão inclusivamente do tipo de fluxo (regiões azuis de circulação E-O na carta abaixo), provocada pelos dois núcleos anti-horários da carta que mostrei em cima aos 30hPa:
Os efeitos deste fenómeno estão a tornar os modelos bastante instáveis, não se esqueçam que as perturbações do SSW só se refletem nas camadas troposféricas numa média de 2 a 3 semanas após o aquecimento. Como estes fenómenos têm a capacidade de alterar a circulação zonal (e embora a circulação às nossas latitudes dificilmente se inverta na totalidade), não será de estranhar se nas próximas semanas voltarmos a ter mais uma entrada fria continental.
O estabelecimento desta entrada fria continental, bem como de um padrão de NAO- vai depender da forma como o jet e os seus meandros forem empurrados com a desintegração do vórtice, veremos, efetivamente, o que se vai suceder, mas para já não atiraria a toalha ao chão
Agora esperemos é que haja propagação da perturbação aos níveis mais baixos da atmosfera, para já existem indícios de que está a ocorrer.