Resumo
do que se pode observar pelos modelos nos últimos dias:
Não se sabe exatamente quando é que os efeitos do SSW vão parar a perturbação na troposfera, mas a verdade é que as datas e os dados até estão a bater algo certos, tendo em conta que passados 15 dias sensivelmente da quebra do vórtice, os modelos anunciam uma mudança clara da sinótica, com grande probabilidade de vermos já chuva significativa no início da semana. Ainda assim é de salientar que a inversão/abrandamento da circulação zonal está a terminar dentro de 3 dias (
altura em que se deverá começar a estabelecer um forte fluxo zonal associado à NAO- às nossas latitudes), o que significa que a propagação do sinal pela troposfera estará também a abrandar, por outras palavras, espera-se que os modelos se tornem mais assertivos nos próximos dias, talvez a partir deste fim-de-semana já haja maiores consensos :
Parece-me nesta altura bastante consensual entre os modelos, a dita aproximação da célula polar à célula de hadley, trazendo os meandros do jet stream polar até nós com períodos de grande intensificação do mesmo, aquando a união ao jet sub-tropical, isto como já cheguei a referir resulta num aumento da quantidade de ciclogéneses ao longo do seu trajeto, e o que é que está a ser modelado também com grande concordância
?
Uma ciclogénese explosiva que deverá trazer condições bastante severas para o arquipélago dos Açores, o vento médio promete ser muito intenso, bem como as rajadas, terá de ser feito um acompanhamento mais exaustivo, até porque há a possibilidade do núcleo e seu respetivo "gancho" passar por cima de alguma das ilhas, o que pode trazer condições muito perigosas. A existência de algum CAPE/LI com uma anomalia positiva relativamente à temperatura do mar, deverão potenciar os fenómenos convectivos embebidos nos sistemas frontais e respetivos pós-frontais, com possibilidade de bastante granizo e quem sabe de mais alguma coisa nas regiões altas, dado o perfil atmosférico bastante frio em altura. De facto esta é um depressão não muito normal, nestas latitudes, mais faz lembrar outro tipo de tempestades
.
Mas entretanto o que é que ainda não está tão bem definido?
Como é sabido com a inversão da circulação zonal e subida da dorsal anticiclónica, está a iniciar-se a descida de uma massa de ar muita fria continental, e é aqui que começa a incerteza entre os modelos, havendo vários cenários em linha de vista, e que se tornam dificeis de analisar.
O não estabelecimento de um fluxo continental visto por alguns modelos como o GFS (
nas saídas anteriores), está intimamente ligado à intensidade da depressão muito cavada dos Açores, aquando da sua aproximação máxima ao continente, quanto mais intensa for, mais ar enérgico subtropical será conduzido, e maior será a instabilidade produzida pela colisão da massa de ar continental com a dita depressão, gerando uma vasta área depressionária de fluxo zonal, havendo a subida das união dos jatos, desviando o fluxo continental para norte juntamente com a dorsal anticiclónica que acaba por se fragmentar.
Para além do que acabo de descrever, e acho que este ponto até é dos que tem tem mais importância, porque é algo que os modelos têm bastante dificuldade em determinar nestes casos de SSW, é a posição dos fragmentos do jet polar, e digo isto, porque é importante haver um uma corrente de jato com circulação aprox. de norte-sul, que consiga fazer chegar o frio até ao continente, ora efetivamente o GEM e julgo que o ECWMF, têm visto esta corrente, dou como exemplo o caso do GEM:
O caso do GFS sem corrente de jato no sentido norte-sul:
Outro fator importante que surge tanto no ECMWF como no GEM, e que agora vai surgindo no GFS, é a manutenção e reestabelecimento do frio para um fluxo continental mais consolidado :
No que confere às hipóteses de neve ainda é um pouco cedo para falar no assunto, é melhor averiguar primeiro se há consenso entre os modelos ou não no que toca à entrada continental, e então depois começar a analisar detalhadamente a posição de núcleos instáveis que possa trazer aguaceiros nos períodos de maior frio.
Relativamente à precipitação,
queria aqui deixar a ressalva,
que uma entrada continental, não cessaria necessariamente as hipóteses de vermos bons acumulados, repare-se por exemplo no caso do ECMWF, em que o fluxo continental faz uma curta passagem por cá e dá lugar novamente à corrente perturbada de oeste:
(Desculpem a extensão do texto, não tenho muito jeito para resumos
)