A instabilidade não creio que venha a acontecer, há muita carência de humidade em altitude, mas a meteorologia está sempre pronta a surpreender-nos.
Quanto ao risco de incêndio, poderá não ser assim tão mau passar do 8 para o 80. Se já estivéssemos com temperaturas elevadas seria bem pior. Assim pode ser que não seja tão grave.
Existe bastante CAPE mas também existe muito CIN o que impediria as trovoadas de se formarem. E existe também muito pouca humidade como o
@Duarte Sousa referiu.
Exemplo de um skew-t para Braga perto do Gerês para o dia 3 às 18utc. Nota a área a amarelo é o CAPE e a vermelho o CIN e como podes ver em baixo na imagem o valor do CIN previsto de -349 o que é extremamente alto. É também visível a falta de humidade, a linha azul (ponto de orvalho) bastante afastada da linha da temperatura (linha vermelha).
Obrigado pelas explicações, mas como o
@Duarte Sousa refere, "a meteorologia está sempre pronta a surpreender-nos", principalmente nestas situações de alteração extrema do panorama dos últimos dois meses.
Creio que, ao existirem boas reservas de água à superfície (os cursos de água normalmente secos nesta altura ainda correm e as barragens têm bons níveis para final de Julho), a fauna não ter sofrido com demasiado calor e a frescura das últimas vezes, sempre poderá baralhar os prognósticos a médio prazo (mais de 150 horas), em termos de instabilidade.
Recordo-me que, há algumas décadas, os primeiros dias de Agosto eram propícios a instabilidade, após dias de intenso calor no final de Julho e em anos hidrográficos favoráveis (tal como este ano após Março e Abril).
Esperemos pelos próximos dias, mas há algo que ninguém poderá duvidar: há demasiado "combustível" nas florestas após uma primavera chuvosa e creio que a prevenção preocupou-se em "cortar todas as árvores" nos perímetros junto às habitações e esqueceu-se que os arbustos e os pastos secos conseguem também criar situações complicadas, em termos de incêndios... Na minha região, há pasto em abundância e de altura considerável até ao final do Verão, pelo que, uma das zonas que não ardeu em 2017, poderá ser fustigada pela epidemia dos incêndios, com origem criminosa, neste ano...
Importava redobrar a fiscalização durante estes dias e punir duramente quem for apanhado a atear fogos ou a praticar actos negligentes.