Seguimento Meteorológico Livre - 2021

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Não quero com isto dizer que seja a única opção para termos neve a cotas baixas com acumulação, mas ainda recentemente vimos para onde é que a depressão preferiu fazer o seu caminho.

Passou a Sul do Algarve. A culpa não foi do Anticiclone no Atlântico, que estava a Noroeste dos Açores e permitiu até que entrasse a cut-off que provocou a neve no Alentejo. Simplesmente é um percurso mais comum para as depressões vindas da Madeira, não havendo bloqueio na zona de França. Mesmo em situações mais tropicais o que é mais comum é que a zona de Huelva e Cadiz levem a maior parte da precipitação, os algarvios estão sempre a queixar-se disso...
 
Serve sim, o problema é de facto o Atlântico. Se tivéssemos uma fonte de humidade menos quente nas proximidades (como têm Espanha, Itália e Grécia) teríamos mais neve a cotas baixas. O Atlântico até na Noruega estraga alguns nevões a cotas baixas.

A Espanha é também em parte influenciada pelo Atlântico, sobretudo a Galiza, a costa Norte e parte da Andaluzia ocidental. Mas de facto não é só o Atlântico a desculpa para tudo. Então como ocorreram os grandes nevões no nosso país nas décadas de 40 e 50?

Por acaso a maior ajuda a que tenhamos entradas frias de qualidade é o Anticiclone dos Açores estar forte, mas bem posicionado, como está a acontecer este inverno.

Pois, mas a forma como o anticiclone se posiciona também mata ou desvia depressões como a Filomena em que foi tudo para Espanha.

Sol na eira e chuva no nabal. Para haver descargas frias a baixas latitudes tem que haver entrada de ar quente nos pólos. O ar quente não chega lá sem passar por algum local a baixas latitudes. O que caracteriza estes invernos "bons" em alguns locais, é a existência de invernos "péssimos" noutros.

O Inverno passado toda a Europa foi assolada por "ar quente", não foi só a península ibérica. Foi o inverno mais quente de sempre na Europa, tal como em Portugal.

Há mais neve em Portugal do que a imagem de satélite mostra, acho que o vento estragou muito a "pintura de branco" em Portugal, uma vez que nada se acumulou na vegetação. De qualquer modo, é obviamente incomparável o que se passou em Espanha...

Porque a Filomena resolveu deslocar-se uns 300 km para leste. Se tivesse ficado 300 km a oeste do sítio onde ficou teríamos tido o maior nevão de sempre no nosso país.
 
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A Espanha é também em parte influenciada pelo Atlântico, sobretudo a Galiza, a costa Norte e parte da Andaluzia ocidental.

Curiosamente, ou não, as duas regiões do país onde é mais rara a ocorrência de neve a cotas baixas.

Pois, mas também mata ou desvia depressões como a Filomena em que foi tudo para Espanha.

O trajecto da Filomena não tem nada a ver com o Anticiclone dos Açores que, como já referi, até permitiu a entrada de uma depressão vinda de Nordeste entre o seu bordo Sul e a Filomena.

O Inverno passado toda a Europa foi assolada por "ar quente", não foi só a península ibérica.

Certo, mas o ano passado a circulação foi totalmente zonal, com uma forte corrente de Oeste e índice NAO extremamente positivo. Mas não houve certamente registos da ordem desses que ocorreram na Grécia. Foi um inverno ameno em toda a Europa, não quente.

Porque a Filomena resolveu deslocar-se uns 300 km para leste. Se tivesse ficado 300 km a oeste do sítio onde ficou teríamos tido o maior nevão de sempre no nosso país.

Provavelmente não teria sido tanto como em Madrid. A posição de Madrid, rodeada de montanhas nos 1º e 4º quadrantes, deixa a capital espanhola quase sempre a "seco" na maior parte da entradas frias (de quadrante Norte) mas favorece-a muito nestas entradas de Sul. Uma grande quantidade de humidade terá ficado retida pelo sistema central e foi o que originou os enormes acumulados na região de Madrid. Provavelmente, se a Filomena tivesse passado 300km a Oeste, não teria nevado no Alentejo (não havia ar frio suficiente instalado, basta ver que o que precipitou na tarde 6ª feira na zona raiana foi totalmente líquido, mesmo com a Filomena mais a Este, metendo muito menos ar quente e humidade do que faria caso tivesse passado a Oeste). Teria havido um excelente evento no Interior Norte e Centro, a cotas médias, apenas.
 
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Provavelmente não teria sido tanto como em Madrid. A posição de Madrid, rodeada de montanhas nos 1º e 4º quadrantes, deixa a capital espanhola quase sempre a "seco" na maior parte da entradas frias (de quadrante Norte) mas favorece-a muito nestas entradas de Sul. Uma grande quantidade de humidade terá ficado retida pelo sistema central e foi o que originou os enormes acumulados na região de Madrid. Provavelmente, se a Filomena tivesse passado 300km a Oeste, não teria nevado no Alentejo (não havia ar frio suficiente instalado, basta ver que o que precipitou na tarde 6ª feira na zona raiana foi totalmente líquido, mesmo com a Filomena mais a Este, metendo muito menos ar quente e humidade do que faria caso tivesse passado a Oeste). Teria havido um excelente evento no Interior Norte e Centro, a cotas médias, apenas.

Depende muito da hora a que a depressão atingisse o nosso território. Se a Filomena entrasse no nosso território logo ao início da manhã (que é quando as temperaturas estão mais baixas), como aconteceu por exemplo naquele evento de 10 de janeiro de 2010, certamente teríamos tido grandes nevões a cotas baixas favorecidas em entradas de sul um pouco por todo o país, até à beira-mar nevaria. E uns dias depois, a tal depressão vinda de nordeste que originou a queda de neve no fim de semana daria ainda mais espetáculo, com esse nevão a sobrepor-se ao outro que teria caído uns dias antes. Ou seja, uma sinóptica a fazer lembrar aqueles eventos que ocorreram em fevereiro de 1983 ou janeiro de 1987.
 
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Depende muito da hora a que a depressão atingisse o nosso território. Se a Filomena entrasse no nosso território logo ao início da manhã (que é quando as temperaturas estão mais baixas), como aconteceu por exemplo naquele evento de 10 de janeiro de 2010, certamente teríamos tido grandes nevões a cotas baixas favorecidas em entradas de sul um pouco por todo o país, até à beira-mar nevaria. E uns dias depois, a tal depressão vinda de nordeste que originou a queda de neve no fim de semana daria ainda mais espetáculo, com esse nevão a sobrepor-se ao outro que teria caído uns dias antes. Ou seja, uma sinóptica a fazer lembrar aqueles eventos que ocorreram em fevereiro de 1983 ou janeiro de 1987.

Em 2010 entrou às 6 da manhã em Portel. A temperatura sempre a rondar os 1/2ºC, nunca passou de água-neve. Nas entradas de Sul muito raramente neva ao nível do mar, pelo menos com quantidade e condições de baixa humidade que permita acumulação. Em 2010 caíram uns farrapos pelo Porto mas não acumulou nada. Em Lisboa apenas choveu.
 
O IPMA ja devia ter elevado o aviso para laranja
 
Em 2010 entrou às 6 da manhã em Portel. A temperatura sempre a rondar os 1/2ºC, nunca passou de água-neve. Nas entradas de Sul muito raramente neva ao nível do mar, pelo menos com quantidade e condições de baixa humidade que permita acumulação. Em 2010 caíram uns farrapos pelo Porto mas não acumulou nada. Em Lisboa apenas choveu.

Poderia não acumular nada à cota zero no litoral mas seguramente acumularia acima de 300 metros no mínimo. No interior nem se falaria... De seguida a depressão deslocava-se para o interior da península, mantendo a circulação de ar frio continental sobre Portugal e... O que poderia dar esperança de nevar à beira-mar era nos dias seguintes com a tal nova depressão de nordeste que se estabeleceria no norte da península, o que iria gerar um fluxo de norte/noroeste sobretudo nas regiões do litoral e que conjugado com o ar frio continental originaria queda de neve ao nível do mar. Foi assim que aconteceu em fevereiro de 1983 e janeiro de 1987.
 
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Passou a Sul do Algarve. A culpa não foi do Anticiclone no Atlântico, que estava a Noroeste dos Açores e permitiu até que entrasse a cut-off que provocou a neve no Alentejo. Simplesmente é um percurso mais comum para as depressões vindas da Madeira, não havendo bloqueio na zona de França. Mesmo em situações mais tropicais o que é mais comum é que a zona de Huelva e Cadiz levem a maior parte da precipitação, os algarvios estão sempre a queixar-se disso...

Nem sempre passam a Sul. Nos anos 70, 80 e 90 passavam muitas pelo Algarve e Baixo Alentejo. Nas duas ultimas decadas e que andam a fugir demasiado, com excepcao de 2009-2010. E verdade que em determinadas sinopticas a orientacao dos relevos, Serra algarvia, Morena e de Cadis favorece a entrada das depressoes pelo vale do Guadalquivir. Mas havia outras que se posicionavam a Oeste de Lisboa ou sudoeste de Sagres, e que Sao cada vez mais raras. Dai, por exemplo, a seca cronica no Vale do Sado e planicies de Castro Verde.
 
Tantas lamentações.... meu Deus :hehe:
1 post de seguimento meteorológico, 10 posts de pessoal a chorar porque a neve foi toda para Espanha :sono:
Nevou no Alentejo... o que é rarissimo... mesmo assim o pessoal não ficou satisfeito porque Lisboa não teve um nevão como Madrid?! :huh:
 
Tantas lamentações.... meu Deus :hehe:
1 post de seguimento meteorológico, 10 posts de pessoal a chorar porque a neve foi toda para Espanha :sono:
Nevou no Alentejo... o que é rarissimo... mesmo assim o pessoal não ficou satisfeito porque Lisboa não teve um nevão como Madrid?! :huh:

Este é o único tópico do MeteoPT em que ainda (alguma) meteo lamentação e meteo azia é permitida. :D
 
Este é o único tópico do MeteoPT em que ainda (alguma) meteo lamentação e meteo azia é permitida. :D
Compreendo... mas então quando não vai haver lamentações/azia? Quando o país ficar coberto por 50 cms de neve de norte a sul? :eek::D

ou o pessoal vai aziar porque Espanha teve 55cm em alguns locais? :hmm:
 
Compreendo... mas então quando não vai haver lamentações/azia? Quando o país ficar coberto por 50 cms de neve de norte a sul? :eek::D

Se isso acontecer ia lamentar-se que era neve a mais! O tuga é chorão por natureza e nunca está contente.:D