Seguimento Meteorológico Livre - 2023

  • Thread starter Thread starter Spider
  • Data de início Data de início
Estado
Fechado para novas mensagens.
Às vezes temos que abri as noticias e ir ao cerne da questão.

O preço do azeite é fortemente condicionado por Espanha, que é o maior produtor do mundo. Espanha atravessa uma enorme seca e com isso enormes quebras na produção. Cá até podíamos ter um ano fantástico de produção, mas havendo défice do outro lado, o preço iria sempre subir. Basta pensar: enquanto produtor, se exportar me der mais lucro, vou vender ao mercado nacional? Claro que não... Logo, o preço do mercado interno teria sempre que subir. Além de que o custo de produção e transporte subiu como todos sabemos.
Mas em Portugal a realidade do olival é um pouco diferente de Espanha: 62,8% do olival é moderno (dados de 2019), ou seja, 2/3 do olival não precisa propriamente de muita chuva na copa. Desde que haja disponibilidade hídrica... Até porque muitas vezes a chuva estraga:

O problema desse caso em Trás-os-Montes não foi a chuva, mas sim o granizo. Aqui também houve alguns dias com precipitação intensa, mas não vi azeitona no chão.

Apenas se chovesse em quantidades muito elevadas para a altura do ano é que iria começar a estragar. Pelo contrário, só fez bem porque as árvores estavam em stress hídrico, o que não permitia o desenvolvimento da azeitona. Como só tenho olivais tradicionais, apenas a água que cai do céu é que conta.
Tanto não é benéfica a chuva em excesso, como o calor que está previsto para os próximos dias, ainda sem fim à vista.

O facto de Espanha atravessar uma grave seca é motivo de preocupação na mesma porque demonstra as consequências dessa situação e que serão cada vez piores se não chover significativamente. O preço do azeite é só um pequeno exemplo disso. Expressões como “qual é o drama?” no atual cenário de seca que boa parte da Península Ibérica atravessa não fazem sentido nenhum, até porque as previsões sazonais não nos dão garantias de nada.
O Algarve e o Baixo Alentejo estão numa situação similar à de Espanha. o Alto Alentejo está melhor, mas só no que respeita às barragens.
 
O problema desse caso em Trás-os-Montes não foi a chuva, mas sim o granizo. Aqui também houve alguns dias com precipitação intensa, mas não vi azeitona no chão.

Apenas se chovesse em quantidades muito elevadas para a altura do ano é que iria começar a estragar. Pelo contrário, só fez bem porque as árvores estavam em stress hídrico, o que não permitia o desenvolvimento da azeitona. Como só tenho olivais tradicionais, apenas a água que cai do céu é que conta.
Tanto não é benéfica a chuva em excesso, como o calor que está previsto para os próximos dias, ainda sem fim à vista.

O facto de Espanha atravessar uma grave seca é motivo de preocupação na mesma porque demonstra as consequências dessa situação e que serão cada vez piores se não chover significativamente. O preço do azeite é só um pequeno exemplo disso. Expressões como “qual é o drama?” no atual cenário de seca que boa parte da Península Ibérica atravessa não fazem sentido nenhum, até porque as previsões sazonais não nos dão garantias de nada.
O Algarve e o Baixo Alentejo estão numa situação similar à de Espanha. o Alto Alentejo está melhor, mas só no que respeita às barragens.
As previsões sazonais sobretudo da NOAA já retiraram o Outubro e Novembro acima da média e começam a dar sinal negativo o que não é nada famoso.

Neste momento, é necessário chover bem e a primeira quinzena de Outubro está perdida e com temperaturas elevadas para a época para ajudar ainda mais.

O drama nem é para o azeite é para tudo ou cai uma enxurrada épica ou estamos lixados literalmente.
 

Claro, quem tem a indústria da celulose a apoiar esses estudos, tem forçosamente que tirar conclusões destas.
Em todo o mundo chegou-se à conclusão oposta: o eucalipto propaga o fogo com grande facilidade, pega fogo com maior facilidade do que qualquer outra árvore devido a elevadíssimas concentrações de óleos essenciais e constante escamação da casca caulinar. O eucalipto convive bastante bem com o fogo , propaga-se rapidamente em zonas de área ardida e inviabiliza qualquer recuperação de solos e a sua densificação permite o alastro rápido. Os solos em áreas de eucalipto sofrem rapidamente grandes perdas de nutrientes, que em conjunto com os seus grandes complexos radiculares fibrosos, inviabilizam a fixação de espécies mais sensíveis embora mais resilientes ao fogo. Em todos os países de onde não são nativos, os eucaliptos transformam-se rapidamente num problema ecológico. Em Portugal, pelo contrário, ninguém quer ver isso - falta muito pouco para ser considerado árvore nacional, parabéns!
 
Última edição:
Neste ano tem-se sucedido notáveis tempestades em todas as escalas.
Poderá uma destas atingir-nos durante o Outono/Inverno?

Hoje às 00:00utc.
Último cavamento: 16 hPa em 6 horas.

Dx1uqAp.gif
 
Concordo, não existe tendência clara dos efeitos do El Niño na Europa, contudo temos que tomar em atenção que se altera as coisas no Pacífico e tende a ser mais seco e mais quente nos EUA na parte mais norte, e as chuvas afectam mais a sul desse país em anos El Niño tal implica que o corredor de depressões no Atlântico, no Atlântico possa vir mais de um movimento de Sudoeste para Nordeste ao invés do tradicional de oeste para leste.
Ora implica que haja mais hipóteses de rios atmosféricos, temperaturas mais amenas, e mais pluviosidade essencialmente no litoral norte e centro.
Na região sul havendo esse movimento poderá originar a subida da dorsal e pelo menos no Baixo Alentejo, Algarve e região sul de Espanha a precipitação ser algo baixa.
Isto na teoria, pois existem outros factores que condicionam o tempo na Europa como o aquecimento da Estratosfera, quebrando o vórtice polar, a formação de anticiclones continentais, etc...
 
Última edição:
SINGAPORE, Sept 22 (Reuters) - The complete phasing-out of fossil fuels is not realistic, China's top climate official said, adding that these climate-warming fuels must continue to play a vital role in maintaining global energy security.
...
Xie, however, said the intermittent nature of renewable energy and the immaturity of key technologies like energy storage means the world must continue to rely on fossil fuels to safeguard economic growth.

Não obstante a muita poluição, relembro que a China tem um interesse crítico em garantir independência energética -> https://www.eia.gov/international/overview/country/CHN

 
O que sei é que nem os Furacões do Atlântico estão a conseguir destabilizar o tempo por aqui.
Dias e semanas difíceis se avizinham principalmente no sul Penínsular.
Existem muitas zonas que não recuperaram qualquer humidade no solo. Mesmo em muitos locais onde houve recuperação, os efeitos serão anulados!

Desde 11 de Março que fechou a torneira considerando precipitação a nível geral e de rega efetiva para os solos!
 
Última edição:
O que sei é que nem os Furacões do Atlântico estão a conseguir destabilizar o tempo por aqui.
Dias e semanas difíceis se avizinham principalmente no sul Penínsular.
Existem muitas zonas que não recuperaram qualquer humidade no solo. Mesmo em muitos locais onde houve, os efeitos serão anulados!

Desde 11 de Março que fechou a torneira considerando precipitação a nível geral e de rega efetiva para os solos!
Verdade!
Este ano o escudo está bastante intenso.
Não sei quantos Ciclones já foram obrigados aqui a alterar a rota por causa deste anticiclone.
Em anos ditos "normais" isto já não acontecia.
Se nem os furacões conseguem partir a dorsal, isto significa que ela está sempre a se regenerar, ou seja, já vi este filme antes, o Inverno propriamente dito só chegará lá para Março ou Abril, isto se chegar...
 
Estado
Fechado para novas mensagens.