Vem aí uma frente fria, duas depressões e um rio atmosférico: mau tempo regressa a Portugal.
Por Francisco Laranjeira 06:30, 12 Out 2023.
O verão já tem ‘fim’ marcado: anote na agenda, é esta sexta-feira, 13.
“Podemos resumir a perturbações que se deslocam do Atlântico para a Europa. Normalmente, no verão, estão muito mais limitadas e têm a sua posição mais a norte – Islândia e ilhas britânicas – e migram para sul conforme se aproxima o inverno. Esta mudança vai decorrer a partir do dia 13”, referiu Ângela Lourenço, meteorologista do IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera).
Assim, a partir de amanhã vamos assistir à chegada de uma “superfície frontal fria, de norte para sul, e precipitação na zona norte litoral. No fim de semana, e início da próxima semana, começa a afetar todo o território. Com esta mudança de padrão atmosférico, haverá descida gradual da temperatura até porque estas têm estado mais elevadas – vai descer entre 6ª e domingo até atingir valores típicos de outubro”.
No entanto, a passagem da superfície frontal fria é só o primeiro passo para o fim do verão: de acordo com o ‘Meteored/tempo.pt’, vai estabelecer-se na Escandinávia um centro de altas pressões a partir deste fim de semana, o que vai forçar as depressões e frentes a circular mais a sul e atingindo diretamente Portugal continental – ou seja, a partir deste domingo, um “rio atmosférico” vai trazer chuva abundante, generalizada e persistente em todo o território, assim como a possível ocorrência de um temporal marítimo nalguns pontos do litoral. A precipitação poderá ser acompanhada de trovoada.
Esta depressão vai nascer e desenvolver-se a sul dos Açores e terá uma origem subtropical, sendo provável que arraste massas de ar temperadas e muito húmidas, os ditos rios atmosféricos que servem de “combustível” às chuvas abundantes e persistentes.
O IPMA avançou a mesma avaliação. “Esta sexta-feira vai ser de mudança do padrão atmosférico, depois de uma sequência de dias com temperaturas elevadas, acima da média para a época. Agora vamos para uma situação mais próxima da que é comum para outubro. É seguro que até quarta-feira vai chover, de forma mais ou menos intensa. Nos dias subsequentes, o cenário mais provável é que continue a chover”, reforçou Ângela Lourenço.
E a precipitação vai motivar alertas à população? Segundo o IPMA, é uma hipótese. “Neste momento, estamos a avaliar a atividade das perturbações do Atlântico. Por vezes, estas são mais ativas do que outras. É possível que ocorram situações que exijam maior atenção da nossa parte e até a emissão de aviso. Mas temos de avaliar a severidade e intensidade destas perturbações, que chegam por vezes com atividade moderada a forte”, precisou a meteorologista.
E as temperaturas, como vão reagir a esta mudança?
Lisboa verá os termómetros descer de 26 para 22 graus (entre amanhã e a próxima sexta-feira): já no Porto as máximas oscilam de forma ligeira – de 24 para 22. Braga passa de 25 para 21 graus, enquanto em Bragança as temperaturas caem de 23 para 18 graus.
Na região centro, Coimbra deverá contar esta sexta-feira com 26 graus de máxima, que descerão para 20 no espaço de uma semana. Viseu ‘perde’ seis graus (de 23 para 17), já Castelo Branco terá um ‘tombo’ maior no mercúrio: de 27 para 19.
Por último, o sul de Portugal continental: Évora (de 31 para 21) e Beja descem 10 graus (de 32 para 22 graus) em apenas uma semana, ao passo que Faro as temperaturas passam de 25 para 23 graus.
Rio atmosférico, trovoadas e precipitação que pode motivar avisos do IPMA vão atingir Portugal continental
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