Seguimento Meteorológico Livre - 2023

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Onda de calor chega quinta-feira e "vai permanecer durante algumas semanas"​



Semanas ou meses? :D

Vendo os modelos neste momento, pelo menos até 30 de junho nas regiões do interior (não tanto pelos valores absolutos mas pela circulação que garante tempo quente acima do normal nas regiões do interior até pelo menos ao final do mês, podendo prolongar-se ao longo da primeira semana de julho):

https://www2.wetter3.de/Fax/12_ECMWF_ENS_p0_500hPa+144_240.gif
 
Não é no Verão que a seca vai ser diminuída.
Óbvio que sim, mas quanto mais calor/ temperaturas extremas e baixas humidades, mais se agrava a situação, daí era importante, termos pelo menos um verão sem grandes extremos, mas isso provavelmente não vai acontecer, obviamente que em relação ao calor não podemos "fugir" .
 
De facto o que é normal é que a precipitação seja escassa nos meses de julho e agosto.

Em termos agrícolas no interior, até é desejável que não ocorra precipitação em julho e agosto. Normalmente quando chove no Verão, ou são quantidades desprezíveis ou então são elevadas em curto espaço de tempo e acompanhadas de granizo / vento. No verão perdem-se à volta de 10-15 litros/dia/m2 por evapotranspiração, por isso não são 20 ou 30 litros de chuva em julho ou agosto que vão compensar alguma coisa! Em 2 ou 3 dias é tudo perdido por evapotranspiração.

A chuva e o tempo húmido no Verão prejudica as colheitas: as searas, os fenos se não forem retirados a tempo vão apodrecer. Os melões, meloas e melancias preferem clima quente e seco, caso contrário com as chuvas podem apodrecer e com a humidade surgem logo as doenças fúngicas (oídio, míldio,..). Os castanheiros se receberem chuva em demasia no Verão também ficam amarelados (como aconteceu há uns anos no distrito de Bragança).

Em resumo:
- Para que em termos agrícolas o ano seja bom (entre outros fatores), convém que a chuva ocorra nos meses normais e nas quantidades normais, pois apenas assim os lençóis freáticos se mantêm cheios e disponíveis para a agricultura.
- Quando a precipitação é espaçada no tempo, o micro bioma do solo mantem-se saudável e ativo, contribuindo para a reposição e dispersão natural de nutrientes no solo, fundamental para o rendimento da agricultura.

Quando o ano é bom em termos hidrológicos para a agricultura, o solo aproveita muito melhor a incorporação de adubo ou de matéria orgânica, pois significa que houve tempo suficiente para a sua decomposição e distribuição pelo solo, antes de semearmos ou plantarmos.
 
É impossível não ter calor no Verão no Algarve. Não é no Verão que a seca vai ser diminuída.
Essa conversa está gasta! De Inverno também não chove!
Aqui também é a prevalência de temperaturas acima dos 35°c que não é normal e basta ver os modelos para ver aquela dorsal poderosíssima a entrar pela península a dentro e sem fim à vista.
É apenas uma continuação do padrão que temos tido desde Abril com uma pausa de cerca de 1mês de 15 Maio- 15 Junho.
 
De facto o que é normal é que a precipitação seja escassa nos meses de julho e agosto.

Em termos agrícolas no interior, até é desejável que não ocorra precipitação em julho e agosto. Normalmente quando chove no Verão, ou são quantidades desprezíveis ou então são elevadas em curto espaço de tempo e acompanhadas de granizo / vento. No verão perdem-se à volta de 10-15 litros/dia/m2 por evapotranspiração, por isso não são 20 ou 30 litros de chuva em julho ou agosto que vão compensar alguma coisa! Em 2 ou 3 dias é tudo perdido por evapotranspiração.

A chuva e o tempo húmido no Verão prejudica as colheitas: as searas, os fenos se não forem retirados a tempo vão apodrecer. Os melões, meloas e melancias preferem clima quente e seco, caso contrário com as chuvas podem apodrecer e com a humidade surgem logo as doenças fúngicas (oídio, míldio,..). Os castanheiros se receberem chuva em demasia no Verão também ficam amarelados (como aconteceu há uns anos no distrito de Bragança).

Em resumo:
- Para que em termos agrícolas o ano seja bom (entre outros fatores), convém que a chuva ocorra nos meses normais e nas quantidades normais, pois apenas assim os lençóis freáticos se mantêm cheios e disponíveis para a agricultura.
- Quando a precipitação é espaçada no tempo, o micro bioma do solo mantem-se saudável e ativo, contribuindo para a reposição e dispersão natural de nutrientes no solo, fundamental para o rendimento da agricultura.

Quando o ano é bom em termos hidrológicos para a agricultura, o solo aproveita muito melhor a incorporação de adubo ou de matéria orgânica, pois significa que houve tempo suficiente para a sua decomposição e distribuição pelo solo, antes de semearmos ou plantarmos.
Ou seja, quer tenhamos um verão húmido ou extremo de calor, é sempre mau... Daí ser importante, um verão normal sem grandes extremos e com alguma precipitação ocasional, mas aquilo que vier é o que vem, e nada podemos fazer .
 
Essa conversa está gasta! De Inverno também não chove!
Aqui também é a prevalência de temperaturas acima dos 35°c que não é normal e basta ver os modelos para ver aquela dorsal poderosíssima a entrar pela península a dentro e sem fim à vista.
É apenas uma continuação do padrão que temos tido desde Abril com uma pausa de cerca de 1mês de 15 Maio- 15 Junho.
Por norma, no Algarve é normal fazer mais calor no 1º dia de Levante e depois ameniza e depois no último dia devido à rotação do vento para NW, o que está previsto é temperaturas máximas em aviso amarelo a roçar o laranja e durante vários dias para além de mínimas a rondarem os 23ºC-25ºC, o que vai tornar-se insuportável, face às previsões o Algarve é capaz de ter uma onda de calor.
 
Vendo os modelos neste momento, pelo menos até 30 de junho nas regiões do interior (não tanto pelos valores absolutos mas pela circulação que garante tempo quente acima do normal nas regiões do interior até pelo menos ao final do mês, podendo prolongar-se ao longo da primeira semana de julho):

https://www2.wetter3.de/Fax/12_ECMWF_ENS_p0_500hPa+144_240.gif

As anomalias previstas pelo ECMWF, relativas a 91-20, distribuem-se por todo o território com incidência maior no interior Sul, em particular vale do Sado, mas também vale do Tejo. Para os últimos dias de Junho, as maiores anomalias deslocam-se para o centro e norte. Falamos de anomalias que atingem > 10ºC em alguns casos (com extremos mais localizados até >14ºC). Sublinho que são anomalias em relação aos quase últimos 30 anos, não incluindo as décadas "frescas" do século passado.

Segundo o GFS 12z de hoje, no dia 23 a isotérmica dos 40ºC das máximas aparece primeiro no vale do Sado; no Sábado 24 abrangerá todo o interior a sul da cordilheira central, poupando uma larga faixa ao longo de todo o litoral; no dia 25 move-se mais para o sueste mantendo-se assim na 2ºfeira 26; dia 27 volta a expandir-se para Oeste e Noroeste, chegando aos vales do Sado e Tejo novamente e propagando-se mesmo para a zona de Coimbra no dia 28. Esta expansão contraria a previsão na saída anterior 06z, que mostrava os 40ºC a manterem-se pelo sueste até ao dia 1 e desaparecendo nos dias seguintes.
 
Última edição:

:rolleyes:

O verão começa esta quarta. A primeira onda de calor arranca quinta, com dias de mais de 40ºC e noites de 25ºC.​


21 jun. 2023, 00:56

Uma massa de ar quente do norte de África vai trazer a primeira onda de calor do ano. O interior alentejano pode chegar aos 45ºC. As noites no Algarve devem atingir os 25ºC. Começa já esta quinta.

Às 14h58 desta quarta-feira, no dia mais longo do ano, começa o verão. Mas será só na quinta que as temperaturas farão justiça à nova estação. Só que de forma exagerada.

Mesmo muito exagerada. Vamos entrar num episódio de calor intenso, que se deve transformar na primeira grande onda de calor de 2023. O que aí vêm, até meio da próxima semana, traz máximas entre os 35ºC e os 40ºC — podendo chegar aos 45ºC em alguns locais do interior alentejano — e noites tropicais com 20ºC a 25ºC.

Para que se possa considerar a existência de uma onda de calor são necessários três fatores em simultâneo: a intensidade das altas temperaturas, a duração do tempo quente e a extensão, neste caso uma situação anormal de calor ao longo de entre 3 a 5 dias.

E é exatamente isso que prevê o IPMA a partir desta quinta-feira e até à próxima quinta.

Ok, muitos vão dizer, é verão, está calor, qual é a novidade? Pois bem, a novidade é que estarão 5ºC a 10ºC acima do normal para esta altura do ano, com as mínimas a atingirem patamares muito pouco habituais.

E que é provável que, tal como em abril, muitas estações meteorológicas do país voltem a bater valores recorde.



45ºc graus no interior Alentejano? :calor:

Estive a ver a previsão a 10 dias do IPMA, e a não ser que me tenha escapado algo, não vi os 45ºc para nenhuma localidade no Alentejo :unsure: vi 42/43ºc.

Será assim mesmo tão exagerada?

Tudo bem que é muito quente, mas será algum evento exagerado/extremo?
 

:rolleyes:

O verão começa esta quarta. A primeira onda de calor arranca quinta, com dias de mais de 40ºC e noites de 25ºC.​


21 jun. 2023, 00:56

Uma massa de ar quente do norte de África vai trazer a primeira onda de calor do ano. O interior alentejano pode chegar aos 45ºC. As noites no Algarve devem atingir os 25ºC. Começa já esta quinta.

Às 14h58 desta quarta-feira, no dia mais longo do ano, começa o verão. Mas será só na quinta que as temperaturas farão justiça à nova estação. Só que de forma exagerada.

Mesmo muito exagerada. Vamos entrar num episódio de calor intenso, que se deve transformar na primeira grande onda de calor de 2023. O que aí vêm, até meio da próxima semana, traz máximas entre os 35ºC e os 40ºC — podendo chegar aos 45ºC em alguns locais do interior alentejano — e noites tropicais com 20ºC a 25ºC.

Para que se possa considerar a existência de uma onda de calor são necessários três fatores em simultâneo: a intensidade das altas temperaturas, a duração do tempo quente e a extensão, neste caso uma situação anormal de calor ao longo de entre 3 a 5 dias.

E é exatamente isso que prevê o IPMA a partir desta quinta-feira e até à próxima quinta.

Ok, muitos vão dizer, é verão, está calor, qual é a novidade? Pois bem, a novidade é que estarão 5ºC a 10ºC acima do normal para esta altura do ano, com as mínimas a atingirem patamares muito pouco habituais.

E que é provável que, tal como em abril, muitas estações meteorológicas do país voltem a bater valores recorde.



45ºc graus no interior Alentejano? :calor:

Estive a ver a previsão a 10 dias do IPMA, e a não ser que me tenha escapado algo, não vi os 45ºc para nenhuma localidade no Alentejo :unsure: vi 42/43ºc.

Será assim mesmo tão exagerada?

Tudo bem que é muito quente, mas será algum evento exagerado/extremo?
Sinceramente e pelo que já tive oportunidade de ver a tal dita onda de calor mais do que as máximas (que não são de todo invulgares para a época de Julho) está relacionada com o período previsto de duração das temperaturas máximas em valores elevados com o acréscimo das mínimas também não darem grandes tréguas porque também estarão em valores elevados... se juntarmos a tudo isto o estado de seca que se encontra em determinadas zonas do país temos a "tempestade perfeita" para a aparição dos incêndios sazonais...

Mas esta é apenas a minha apreciação de quem pouco sabe :thumbsup:
 
Sinceramente e pelo que já tive oportunidade de ver a tal dita onda de calor mais do que as máximas (que não são de todo invulgares para a época de Julho) está relacionada com o período previsto de duração das temperaturas máximas em valores elevados com o acréscimo das mínimas também não darem grandes tréguas porque também estarão em valores elevados... se juntarmos a tudo isto o estado de seca que se encontra em determinadas zonas do país temos a "tempestade perfeita" para a aparição dos incêndios sazonais...

Mas esta é apenas a minha apreciação de quem pouco sabe :thumbsup:
A tempestade dos incêndios infelizmente é causada por mão criminosa.
A seca não é de todo a responsável pelos incêndios, até porque em anos secos o material combustível é menor do que se fosse em anos mais húmidos, onde a erva cresce mais.
 
A tempestade dos incêndios infelizmente é causada por mão criminosa.
Muitos dos incêndios em Portugal, também são causados por negligência.
A seca não é de todo a responsável pelos incêndios, até porque em anos secos o material combustível é menor do que se fosse em anos mais húmidos, onde a erva cresce mais.
Uma coisa não está diretamente ligada a outra , por exemplo o ano de 2017 foi bastante seco e quente, e a quantidade de incêndios que houve e catástrofes...
 
A tempestade dos incêndios infelizmente é causada por mão criminosa.
O crime começa no desordenamento do território, na falta de prevenção e gestão adequada do coberto vegetal, na falta de vigilância. As ignições criminosas, nas quais se incluem negligências, apenas aproveitam e são potenciadas por estas condições prévias, o impulso final sendo dado pelas situações meteorológicas.
 
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