Em 1997 foi um grande nevão, de muita acumulação, mas a cotas médio/altas, e no dia 3 Janeiro ( e provavelmente dias seguintes)
Há também 1987, uma década antes, a 14 Janeiro, esse foi um nevão épico a cotas baixas, há imensos registos no fórum sobre esse dia (a par do nevão de Fevereiro de 1983 entre outros).
Podem pesquisar as cartas de reanálise em:
http://www.meteopt.com/clima/reanalise-20thc/diario/peninsula-iberica
http://www.meteopt.com/clima/reanalise-ncep/diario/peninsula-iberica
O articulo do jornal Terras da Beira referente a esse dia:
A neve teima em não se ausentar da cidade mais alta. Esta terça-feira nevou praticamente em toda a região e espalhou o caos nas estradas. Desta vez, com temperaturas abaixo de zero, a situação agravou-se devido ao gelo. Um rigoroso inverno, à moda antiga, que começa a dar dores de cabeça às autoridades.
«Não fica por aqui». Tinha razão um dos mais antigos comerciantes da cidade da Guarda quando, na passada segunda-feira, comentava com o TB as suas previsões sobre o tempo para os dias seguintes. Com a voz da experiência, de quem vive na cidade mais alta há quase 70 anos, Júlio Espigado deu "um tiro certeiro" e até parece que adivinhava o que estava para vir. Menos de 24 horas depois, uma autêntica tempestade de neve assolou a Guarda e toda região, fazendo esquecer os nevões que, em menos de um mês, invadiram a cidade por duas vezes.
No dia 5 de Dezembro a Guarda acordara branca como nunca. Dizem os mais velhos que há mais de 20 anos não caía um nevão assim por estas bandas. Na altura foi o caos. A cidade esteve isolada, o IP5 transformou-se num verdadeiro pandemónio, as escolas fecharam, os serviços trabalharam parcialmente... Um transtorno inesperado que desencadeou um reboliço na vida quotidiana do distrito, deixando a zona urbana praticamente inactiva. Mesmo a estrutura montada pela Protecção Civil, organizada em conjunto com os bombeiros, GNR, PSP, Câmara da Guarda e Junta Autónoma de Estradas (JAE), teve que "medir forças" com a situação climatérica que, em determinados momentos, foi mais forte do que a própria massa humana.
Mal refeita do maior nevão das últimas duas décadas, a cidade volta a ficar completamente branca na madruga do passado dia 2 de Janeiro. Com o ano novo chegam também as baixas temperaturas - atingindo mesmo a escala negativa - em quase toda a região do interior. Da Guarda a Bragança, passando por Viseu, Vila Real, Marão, Lousã, Caramulo, e, claro, a Serra da Estrela, o panorama foi idêntico com um manto de neve, uniforme, que durante uma semana consecutiva causou os já habituais transtornos. As situações mais delicadas verificaram-se na Guarda e em Bragança, onde a formação de gelo manteve, intacta, a camada branca de mais de meio metro de altura nas duas cidades. Os problemas repetiram-se: Escolas com férias prolongadas, acessos interditos, comércio e serviços a meio gás. Enfim, uma situação que já não era nova.
O pior é que ninguém contava com mais uma "avalanche" de neve quando ainda se mantinham, um pouco por todo o interior, os vestígios do último nevão. Instalou-se, novamente, o caos. O distrito, particularmente a cidade da Guarda, acordou, na manhã desta terça-feira, com mais um intenso nevão. Um cenário igual em todo o interior, norte e centro, que em nada destuou do panorama europeu.
Do caos à normalidade
O dia amanheceu branco. A cidade estava praticamente deserta e os apelos, para que as pessoas deixassem as viaturas em casa, sucediam-se. As autoridades temiam o pior. Porque os perigos do piso escorregadio eram evidentes. Por isso, desde as primeiras horas da manhã de terça-feira que a prevenção da GNR e da Brigada de Trânsito levou ao encerramento de um significativo número de estradas do distrito. Ainda assim, aqui e ali, houve "chapa batida". A neve faz desta coisas: apanha os desprevenidos e vinga-se nos mais atrevidos. Por ser sempre assim é que as forças de segurança não se cansaram de aconselhar os automobilistas a ficarem em suas casas, à excepção dos transeuntes em veículos todo-o-tereno e, mesmo estes, não escaparam ao piso escorregadio junto ao cruzamento para o Bairro da Luz. Aconteceu com duas viaturas dos bombeiros da Guarda. Nada a fazer. Tanto mais que a corporação da Guarda teve que "deitar a mão" a tudo, acudindo a diversas circunstâncias como o «transporte de oxigénio para o hospital, de doentes, médicos, enfermeiros, enfim, de tudo um pouco», disse o comandante António Sequeira, lamentando, em declarações à "Antena 1", «a falta de equipamentos capazes, nomeadamente, por parte da polícia».
Simultâneamente, a JAE, a Câmara, e as forças de segurança, desencadearam uma exaustiva operação de emergência, à qual se manteve sempre atento o governador civil, Ferando Lopes. Não obstante, o trabalho desta estrutura «não foi fácil», particularmente para os 30 funcionários da JAE. Com a ajuda de cinco limpa-neves e cinco espalhadores de sal-gema, os trabalhadores, tiveram «dificuldades em remover a neve devido ao gelo se já se encontrava nas estradas», explicou o responsável máximo da JAE no distrito, Alexandre Quaresma. Apesar disso, a meio da tarde já se transitava no IP5, bem como em algumas das outras estradas do distrito, onde a circulação também esteve interrompida, causando os mesmos problemas. Os contratempos causados pela neve afectaram, igualmente, as zonas de Sabugal, Vilar Formoso, Pinhel, Trancoso e Aguiar da Beira, o mesmo sucedendo em localidades dos distritos visinhos.
À hora do fecho desta edição o trânsito voltava, lentamente, à normalidade, mas permaneciam os alertas das entidades responsáveis que mantinham de pé a operação desencadeada durante o dia. Na zona urbana da Guarda a situação mantinha-se mais complicada, devido à maior espessura do manto branco. Algumas artérias continuavam encerradas ao trânsito e já estava garantida a continuadade do encerramento das escolas. As aulas só não estiveram suspensas (terça-feira) na Escola Superior de Enfermagem, onde a maioria dos alunos e professores conseguiram chegar ao edifício, situado no recinto do antigo Sanatório.
Paula Pinto
Eu estive 2 semanas sem ir às aulas. Infelizmente não tenho quaisquer fotos desse nevão. O mês seguinte, fevereiro de 1997, esteve muito acima da média.
http://www.meteopt.com/forum/topico/neve-a-cotas-baixas-em-portugal.622/page-2#post-22797
Há também 1987, uma década antes, a 14 Janeiro, esse foi um nevão épico a cotas baixas, há imensos registos no fórum sobre esse dia (a par do nevão de Fevereiro de 1983 entre outros).
Podem pesquisar as cartas de reanálise em:
http://www.meteopt.com/clima/reanalise-20thc/diario/peninsula-iberica
http://www.meteopt.com/clima/reanalise-ncep/diario/peninsula-iberica