Seguimento Meteorológico Livre

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Os amantes da teoria do Caos se lerem com atenção os estudos sobre as alterações climáticas ficarão desiludidos, ao verificar que a maioria das alterações provocarão uma influência indireta e não direta.
No fundo, continuarão a ocorrer os mesmos fenómenos, só que a sua maior frequência aliada à sua ocorrência fora de época ou por períodos muito continuados, aliada também à subida gradual dos oceanos, poderá provocar um aumento das migrações, guerras por causa da água ou refugiados e fome ( devido à destruição da agricultura) . E também problemas de saúde de forma indireta.

Agora, mortes e destruição de forma direta, um potente tsunami, um potente terramoto ou uma explosão épica de um grande vulcão provocará muitíssimo mais.
E não estamos livres disso, atenção.
 
Até posso contar uma pequena história que se passou comigo.
Por razões profissionais, por vezes desloco - me a Trás - Os - Montes.
Em Janeiro de 2009, tive que ir lá algumas vezes. Quando começaram as primeiras previsões de nevões, eu falei com um habitante local e Expressei a minha preocupação pelo facto das estradas poderem ser cortadas. Ao que ele respondeu que não devia haver problema, que à muitos anos não havia estradas cortadas, pois nevava poucas vezes e pouca quantidade. Até quase já nem havia limpa - Neves , nem sequer adaptados nas aldeias.
Pois bem, nesse inverno e nos seguintes, voltou a nevar imenso e as estradas ficaram bloqueadas e os limpa Neves fizeram uma falta dos diabos. Voltaram novamente a ser adquiridos em grande escala.

Por isso, às vezes não é assim tão linear afirmar que nevava muito, mas neva cada vez menos.
 
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Vejam agora o Eurosport e tirem as vossas conclusões... nunca vi tal coisa...e acompanho o campeonato do mundo todos os anos.
 
Estive ontem a falar com a minha avó (minhota) e ela disse-me que este ano quase que ainda não ligaram a lareira. Impressionante. Diz ela que nunca viu nos seus 84 anos de vida nada assim. Um tio meu que mora com ela, disse que as máximas têm andado sempre acima dos 16/17 graus.
Mas pronto. Há que ter esperança de que a normalidade surja mais dia, menos dia!
 
Até posso contar uma pequena história que se passou comigo.
Por razões profissionais, por vezes desloco - me a Trás - Os - Montes.
Em Janeiro de 2009, tive que ir lá algumas vezes. Quando começaram as primeiras previsões de nevões, eu falei com um habitante local e Expressei a minha preocupação pelo facto das estradas poderem ser cortadas. Ao que ele respondeu que não devia haver problema, que à muitos anos não havia estradas cortadas, pois nevava poucas vezes e pouca quantidade. Até quase já nem havia limpa - Neves , nem sequer adaptados nas aldeias.
Pois bem, nesse inverno e nos seguintes, voltou a nevar imenso e as estradas ficaram bloqueadas e os limpa Neves fizeram uma falta dos diabos. Voltaram novamente a ser adquiridos em grande escala.

Por isso, às vezes não é assim tão linear afirmar que nevava muito, mas neva cada vez menos.

Off-Topic: @james, quando li o teu post foi inevitável recordar uma daquelas "estórias" de políticos muito sérios que existem neste mundo.
Em 2009, em Espanha houve uma operação anti-corrupção, na qual foi preso um antigo alcaide de El Ejido (https://www.google.pt/maps/@36.8356216,-2.7943277,10.25z), o qual para além de outros negócios, tinha adquirido um limpa-neves para o Município, no qual neva de 50 em 50 anos :D:lol:.http://elpais.com/diario/2009/10/25/andalucia/1256422925_850215.html

Infelizmente, no caso de Trás-os-Montes (e outras regiões portuguesas) são as mudanças climáticas que ocorreram nas últimas décadas que provocam estes condicionalismos e constrangimentos quando neva para além daquilo que é normal. Deixamos de ser um país de neve nas zonas de montanha, principalmente com meses como este Dezembro "tropicaliente" :calor:
 
Off-Topic: @james, quando li o teu post foi inevitável recordar uma daquelas "estórias" de políticos muito sérios que existem neste mundo.
Em 2009, em Espanha houve uma operação anti-corrupção, na qual foi preso um antigo alcaide de El Ejido (https://www.google.pt/maps/@36.8356216,-2.7943277,10.25z), o qual para além de outros negócios, tinha adquirido um limpa-neves para o Município, no qual neva de 50 em 50 anos :D:lol:.http://elpais.com/diario/2009/10/25/andalucia/1256422925_850215.html

Infelizmente, no caso de Trás-os-Montes (e outras regiões portuguesas) são as mudanças climáticas que ocorreram nas últimas décadas que provocam estes condicionalismos e constrangimentos quando neva para além daquilo que é normal. Deixamos de ser um país de neve nas zonas de montanha, principalmente com meses como este Dezembro "tropicaliente" :calor:

As regiões do Interior Norte e Centro/Norte de Portugal são regiões de relevo siginificativo, este é o exemplo claro que a "febre" exagerada do aquecimento global ou alterações climáticas podem conduzir a graves problemas das populações do interior, justificam-se plenamente a existência de limpa neves em varias zonas da Beira Alta e Tras-os-Montes, pois como se viu nos anos que o James adiantou, houve anos nevosos onde as autoridades já se tinham desleixado na prevenção relativo ao frio e á neve. O aquecimento global não deverá ser levado á letra, até porque se formos rigorosos as normas até acabam por atenuar bastante esse mesmo fenómeno. Isto também se reflecte a nivel de aquecimento. Não é muito difícil dado o relevo e o carácter sazonal da nossa percipitação que neva com intensidade em varias zonas do Interior Norte e Centro e essas zonas devem estar preparadas para esses fenómenos pois mais tarde ou mais cedo, mais ano menos ano mesmo com aquecimento global, é irreversível que volte acontecer. Esta prevenção pode fazer toda a diferença.
 
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As regiões do Interior Norte e Centro/Norte de Portugal são regiões de relevo siginificativo, este é o exemplo claro que a "febre" exagerada do aquecimento global ou alterações climáticas podem conduzir a graves problemas das populações do interior, justificam-se plenamente a existência de limpa neves em varias zonas da Beira Alta e Tras-os-Montes, pois como se viu nos anos que o James adiantou, houve anos nevosos onde as autoridades já se tinham desleixado na prevenção relativo ao frio e á neve. O aquecimento global não deverá ser levado á letra, até porque se formos rigorosos as normas até acabam por atenuar bastante esse mesmo fenómeno. Isto também se reflecte a nivel de aquecimento. Não é muito difícil dado o relevo e o carácter sazonal da nossa percipitação que neva com intensidade em varias zonas do Interior Norte e Centro e essas zonas devem estar preparadas para esses fenómenos pois mais tarde ou mais cedo, mais ano menos ano mesmo com aquecimento global, é irreversível que volte acontecer. Esta prevenção pode fazer toda a diferença.

@Topê concordo com a prevenção, mas tenho noção que as autoridades irão desinvestir nesse tipo de meios, pois com a sazonalidade dos nevões, os Municípios (os quais estão, na sua larga maioria, falidos) e as Estradas de Portugal (item, item, aspas, aspas) não têm dinheiro para isso... A não ser como o caso de corrupção que descrevi.
Creio sinceramente que todas as corporações de bombeiros situadas nessas regiões deveriam ter meios para acorrer a essas situações, que queiramos ou não, são cada vez mais extraordinárias...
Por exemplo, e falando da região onde vivo, Portalegre já foi conhecida pela cidade branca, pois apesar de estar a 400/500 mts de altitude, era raro o ano em que não nevava copiosamente. Mas isto foi há algumas décadas atrás... :(
 
Off-Topic: @james, quando li o teu post foi inevitável recordar uma daquelas "estórias" de políticos muito sérios que existem neste mundo.
Em 2009, em Espanha houve uma operação anti-corrupção, na qual foi preso um antigo alcaide de El Ejido (https://www.google.pt/maps/@36.8356216,-2.7943277,10.25z), o qual para além de outros negócios, tinha adquirido um limpa-neves para o Município, no qual neva de 50 em 50 anos :D:lol:.http://elpais.com/diario/2009/10/25/andalucia/1256422925_850215.html

Infelizmente, no caso de Trás-os-Montes (e outras regiões portuguesas) são as mudanças climáticas que ocorreram nas últimas décadas que provocam estes condicionalismos e constrangimentos quando neva para além daquilo que é normal. Deixamos de ser um país de neve nas zonas de montanha, principalmente com meses como este Dezembro "tropicaliente" :calor:
@Topê concordo com a prevenção, mas tenho noção que as autoridades irão desinvestir nesse tipo de meios, pois com a sazonalidade dos nevões, os Municípios (os quais estão, na sua larga maioria, falidos) e as Estradas de Portugal (item, item, aspas, aspas) não têm dinheiro para isso... A não ser como o caso de corrupção que descrevi.
Creio sinceramente que todas as corporações de bombeiros situadas nessas regiões deveriam ter meios para acorrer a essas situações, que queiramos ou não, são cada vez mais extraordinárias...
Por exemplo, e falando da região onde vivo, Portalegre já foi conhecida pela cidade branca, pois apesar de estar a 400/500 mts de altitude, era raro o ano em que não nevava copiosamente. Mas isto foi há algumas décadas atrás... :(


Dias Miguel,

Não te esqueças também que estamos em Portugal. Mesmo em circunstâncias climáticas normais, bastam 2/3 anos com pouca neve, que já ninguém se lembra da prevenção para quando ela voltar a ocorrer. Isso é tipo também as sarjetas, basta 2/3 meses de pouca chuva e já ninguém se lembra de às desentupir.


Falaste num ponto importante. A neve que caia abundantemente outrora. Eu, felizmente, ainda apanhei um pouco do fim de uma era, pois vivi os nevões de 83 e 87. Que culminaram o fim de uma era fria e nevada entre os anos 50 /80. Penso, pelo menos na nossa era, que essa época é irrepetível, não voltará a acontecer com essa assiduidade.

No entanto, o aquecimento que se fala já não é de agora, já vem dos anos 80 e aí é que eu queria chegar com o meu raciocínio.

Os eventos frios e nevados de 2006, 2009 e 2010 já se enquadram perfeitamente dentro do fenómeno das alterações climáticas, pois vêm já no decorrer do seu percurso.

Por isso, invernos como à umas décadas atrás, não voltaremos a ter nem pensar, agora eventos frios extremos mais raros mas que poderão ser épicos, iremos ter, não tenho qualquer dúvida em relação a isso.
 
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Às vezes parece que estou noutro país...
O grande nevão de 1983 não era uma coisa regular, se fosse não ficaria na memória de várias gerações. Centenas de milhares de crianças e adolescentes do norte e centro viram neve pela primeira vez nas suas vidas. Muitos adultos voltaram a ver depois de uma pequena eternidade.
Em muitos sítios já não nevava assim há 15,20, ou mesmo mais de 30 anos, desde os famosos nevões dos anos 40/50.

E já agora, em 80/81 também houve uma seca severa.
http://www.ceg.ul.pt/finisterra/numeros/1983-35/35_02.pdf
E o próprio inverno do nevão de 1983 a chuva era pouca em regiões do sul.


Não duvido que tenha vindo a nevar cada vez menos nos últimos 20 anos, mas a ideia que as pessoas têm do passado também está muito enviesada pelas "boas" memórias meteorológicas que guardamos para a vida.


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Concordo com o que dizes e com a questão dos extremos. No interior alentejano temos "calo" nesta questão, pois no inverno chegamos aos -5º C e no verão aos 45º C, com mais frequência do que em décadas passadas (principalmente no que toca a temperaturas máximas).
O Português é também alguém que normalmente só se lembra de prevenir quando já tem a casa arrombada e essa "cultura" não irá mudar de um dia para o outro...
Tal como referes o frio extremo ou épico, neste caso temos um calor extremo ou épico para a época do ano em que estamos. E pelos vistos não é somente em Portugal, pois a seguinte notícia é boa nota disso:
http://www.theguardian.com/uk-news/...y-as-uk-temperatures-remain-well-above-normal
 
De uma década, pela frequência de nevões generalizados e a qualquer cota e temperaturas extremamente baixas também generalizado, é que não tenho dúvidas, é a década de 50.


No entanto, tendo em atenção que a Península Ibérica, pela sua latitude e relevo, tem um dos climas mais irregulares da Europa ( e também um dos mais espetaculares, por cá temos tudo, desde frio ao calor, neve, fortes eventos convetivos, fenómenos de vento, dependendo de cada região) .

Mas também não podemos negar algumas evidências. No período de 81/2010 , segundo dados do IPMA, verificou - se um ligeiro aumento da temperatura e também segundo o IPMA, nos últimos 20 anos, o número de vagas de calor foi claramente superior às décadas anteriores.
 
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O mais preocupante é que estas temperaturas acima do normal não estão apenas confinadas à Península Ibérica! Vêm-se um pouco por toda a Europa e nos E.U.A.! Falam-se aqui nas Alterações climáticas, mas o El Ninho terá papel ativo nisto?:intrigante:
 
O mais preocupante é que estas temperaturas acima do normal não estão apenas confinadas à Península Ibérica! Vêm-se um pouco por toda a Europa e nos E.U.A.! Falam-se aqui nas Alterações climáticas, mas o El Ninho terá papel ativo nisto?:intrigante:

Na minha óptica, acho que só pode ter. Não tenho como provar mas é uma coincidência muito forte em ano de um El Niño forte estarmos com este tempo demasiado quente.
É certo que as previsões já apontam para uma descida gradual da temperatura para a altura do Natal, mas acho que só em Janeiro podemos ver se este inverno é esta a tendência, ou se o padrão vai mudar.
 
Atenção o que vou dizer parece um argumento pouco assertivo mas é a minha opinião.
Na infância quando somos crianças tudo nos parece maior, pelo menos as minhas recordações assim o dizem, o mar parece maior, os carros parecem maiores, tudo é novidade e tudo é vivido com grande intensidade, existe então o certo imaginário infantil de Invernos nevosos, a minha bisavó minhota da região de Ponte de Lima também falava quase como contos infantis das grandes caminhadas pelas Serras cobertas de neve, dos lobos, e isso fica sempre na memória, depois temos de nos lembrar que nós somos contemporaneos á maior revolução tecnologica da informação desde da invenção do telefone, logo, dantes tudo era diferente e a percepção dos fenomenos tambem .
O ano de boa memória de 1987 nevou no Litoral Norte, mas voltou a nevar recentemente em 2008 ou 2009, o que quero dizer que não foi assim á tanto tempo que houve um episódio generalizado a cotas mais baixas.
 
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