Seguimento Rios e Albufeiras - 2022

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Ao preço que está a energia, é quase como escolher um filho ou outro... Ou turbinar, ou armazenar água.
Muito relativo..
Ontem a tarde esteve a 4.11€..
Só depois subiu para 150€ mwh.
Com o mecanismo ibérico de controlo do preço do gás, não se tem atingido picos de 500€..

A importância da criação de reservas estratégicas advém da necessidade em casa de faltar o gás Natural..

Com as sanções à Rússia a procura por gás subiu muito, assim como o preço de o importar uma vez que tem que ser liquefeito para o transporte e depois voltar a pôr em gás nos reservatórios.

Por isso a cascata do Cávado estes dias reteve toda a água que recebeu..
Neste momento Frades 2 já voltou a estar activa e com isso a fazer bombagem de modo que o Alto Rabagão desse modo pode bombear água..

Fazia falta chuva a valer no Zêzere e afluentes do Douro
 
Ao preço que está a energia, é quase como escolher um filho ou outro... Ou turbinar, ou armazenar água.
Os preços da eletricidade nas próximas semanas/meses também deverão baixar bem, visto que o preço do gás está a cair abruptamente, por diversas razões. A 27 de agosto foi atingido o máximo recorde de 350€/MWh, há duas semanas era de 205€/MWh hoje o preço foi de 93€/MWh. É bem plausível que se atinjam os preços de 2021 (30-40€) em poucas semanas... :surprise:

Os preços corrente só não desceram ainda por causa de os contratos terem um certo atraso e ainda apresentarem os valores referentes há umas semanas ou mesmo meses, e não os atuais.
 
Os preços da eletricidade nas próximas semanas/meses também deverão baixar bem, visto que o preço do gás está a cair abruptamente, por diversas razões. A 27 de agosto foi atingido o máximo recorde de 350€/MWh, há duas semanas era de 205€/MWh hoje o preço foi de 93€/MWh. É bem plausível que se atinjam os preços de 2021 (30-40€) em poucas semanas... :surprise:

Os preços corrente só não desceram ainda por causa de os contratos terem um certo atraso e ainda apresentarem os valores referentes há umas semanas ou mesmo meses, e não os atuais.
Era bom que assim fosse, mas ainda é tudo uma incógnita. No mercado ibérico o preço da energia está mais baixo porque temos tido uma óptima produção eólica. Hoje é o 10º dia consecutivo com produção acima da média, sendo que tivemos 6 dias consecutivos em que a energia eólica foi superior a 50% do consumo elétrico.

No resto da Europa a situação não é bem assim. Em França, por exemplo a previsão para Novembro é de 400€/MWh. E para os meses de inverno é de 1000€/MWh.

No que toca às albufeiras, Alto Lindoso está nos 35%. Bem que pode continuar a chover.
No Cávado, é preciso que Venda Nova encha para que Alto Rabagão consiga bombear. Alto Rabagão, só por sim, nem que o ano fosse extremamente chuvoso, não enche. É uma enorme albufeira com afluentes pequenos e está a 20,3%.

No Douro ainda não se nota a influência destas chuvas. No Tejo muito menos. Do lado espanhol nota-se uma tímida recuperação.

Para os próximos dias, a precipitação prevista será essencialmente no litoral norte. Que chegue pelo menos até Montalegre para alimentar toda a bacia do Cávado.
 
Era bom que assim fosse, mas ainda é tudo uma incógnita.
Pois, parece que tens razão. O preço hoje subiu bastante, de 93€ para 99€, uma anomalia em comparação com as semanas anteriores... :eek:
 
Dados da Barragem do Caia na última semana:
vuEerar.png

Fonte

Como já não é necessário regar, deverá permanecer nos 30%.
A água do principal afluente ainda não começou a entrar e pelo caudal que tem atualmente aqui em Arronches, não vai chegar lá tão depressa. Esperemos que apareçam novamente uns dias de precipitação significativa brevemente.
Barragem do Abrilongo permanece nos 6%.
 

Reservas de água sobem em quase metade das albufeiras.​


Hoje às 12:15

image.jpg


Chuva dos últimos dias permitiu recuperação em nove bacias hidrográficas

Foto: PEDRO SARMENTO COSTA/LUSA


Precipitação da última semana permite recuperar volume armazenado em nove bacias hidrográficas

No espaço de uma semana, a precipitação que se tem feito sentir no país, em particular no litoral Norte e Centro, permitiu aumentar em 2% o volume total de água armazenado (+131 hectómetros cúbicos), com as albufeiras monitorizadas pela Agência Portuguesa do Ambiente a 57% da sua capacidade total.

De acordo com o relatório semanal daquela agência, em 45% das 78 albufeiras verificava-se, na segunda-feira, um aumento do volume face à semana anterior. Olhando às bacias hidrográficas, regista-se uma subida em nove e uma descida em seis.

Um alívio na situação de escassez de água que o país enfrenta, mas longe das médias de armazenamento para o mês de outubro (1990/91 a 2021/22). Acima, apenas as bacias do Ave (a 56,9%), Douro (86,3%) e Arade (36,9%). Em sentido inverso, a bacia do Lima está agora a 36% da sua capacidade (+10,3 pontos percentuais), para uma média de 54,2%. Com destaque para a albufeira do Alto Lindoso, a subir para os 34% com as chuvadas dos últimos dias. Já a bacia do Cávado, uma das sete mais críticas, recuperou para os 39,7% (média 60,8%), com as seis albufeiras a armazenarem mais água no período em análise.


(notícia paga)
 
Última edição:
Alto Rabagão, só por sim, nem que o ano fosse extremamente chuvoso, não enche. É uma enorme albufeira com afluentes pequenos e está a 20,3%.

Esta albufeira devia ter sido poupada, foi sobre-utilizada e conduzida a um nível que a torna inútil por si só nos próximos largos meses ou mais.
 
Esta albufeira devia ter sido poupada, foi sobre-utilizada e conduzida a um nível que a torna inútil por si só nos próximos largos meses ou mais.
É um assunto discutível.
A função desta barragem, assim como de outras grandes hídricas como Alto Lindoso, Paradela ou Cabril, são a produção de energia. Se não fosse isso, não existiriam.
Uma albufeira vazia não é paisagisticamente bonita, mas temos que nos concentrar na sua finalidade.
Agora, que o vento tem abundado e a energia no mercado ibérico está mais barata, tem sido possível a recuperação do armazenamento destas albufeiras. Mas não tenho dúvidas que caso os preços voltem a disparar, ter-se-á que recorrer a elas.

Voltando a Alto Rabagão, não sei se já foi feito algum estudo ou alguma proposta para o aumento de potência desta albufeira. É uma albufeira enorme no topo da bacia do Cávado. No fundo temos a Caniçada que é provavelmente a grande hídrica que mais descargas faz. O aumento de potência de Salamonde e Venda Nova diminuiu as descargas e otimizou o sistema do Cávado. Já assistimos a alguns episódios de muita precipitação com estas três albufeiras a ficarem na casa dos 90% sem que a Caniçada tivesse que descarregar. No entanto, se fosse possível bombear mais água para Alto Rabagão, seria possível diminuir ainda mais o volume de descargas da Caniçada, aumentando assim o rendimento do sistema hidroelétrico do Cávado.
 
É um assunto discutível.
A função desta barragem, assim como de outras grandes hídricas como Alto Lindoso, Paradela ou Cabril, são a produção de energia. Se não fosse isso, não existiriam.
Uma albufeira vazia não é paisagisticamente bonita, mas temos que nos concentrar na sua finalidade.
Agora, que o vento tem abundado e a energia no mercado ibérico está mais barata, tem sido possível a recuperação do armazenamento destas albufeiras. Mas não tenho dúvidas que caso os preços voltem a disparar, ter-se-á que recorrer a elas.

Voltando a Alto Rabagão, não sei se já foi feito algum estudo ou alguma proposta para o aumento de potência desta albufeira. É uma albufeira enorme no topo da bacia do Cávado. No fundo temos a Caniçada que é provavelmente a grande hídrica que mais descargas faz. O aumento de potência de Salamonde e Venda Nova diminuiu as descargas e otimizou o sistema do Cávado. Já assistimos a alguns episódios de muita precipitação com estas três albufeiras a ficarem na casa dos 90% sem que a Caniçada tivesse que descarregar. No entanto, se fosse possível bombear mais água para Alto Rabagão, seria possível diminuir ainda mais o volume de descargas da Caniçada, aumentando assim o rendimento do sistema hidroelétrico do Cávado.

Outra dúvida sobre a produção hídrica em geral: a eficiência diminui com a descida do nível da albufeira, mesmo que continue a permitir a turbinação? A produção é proporcional à altura da coluna de água que entrará na turbina, pela maior energia potencial contida nessa coluna? A minha ideia é que sim, por isso procura-se sempre maximizar o desnível entre a cota da água na albufeira e a cota da turbina ao planear as barragens, certo? Embora o desnível possa ser aumentado através de conduta colocando a central a uma quota mais baixa, como em Vilarinho das Furnas.
 
Dados da Barragem do Caia na última semana:
vuEerar.png

Fonte

Como já não é necessário regar, deverá permanecer nos 30%.
A água do principal afluente ainda não começou a entrar e pelo caudal que tem atualmente aqui em Arronches, não vai chegar lá tão depressa. Esperemos que apareçam novamente uns dias de precipitação significativa brevemente.
Barragem do Abrilongo permanece nos 6%.

Ou seja caíram 45,3mm de chuva, nos últimos 3 dias e barragem nem 1 cm subiu.

Quer dizer que foi tudo absorvido, nada foi para escorrencias.



Enviado do meu Redmi Note 7 através do Tapatalk
 
Ou seja caíram 45,3mm de chuva, nos últimos 3 dias e barragem nem 1 cm subiu.

Quer dizer que foi tudo absorvido, nada foi para escorrencias.



Enviado do meu Redmi Note 7 através do Tapatalk
Sim, estava tudo bastante seco. Antes desta semana com chuva, a região tinha pouco mais de 200mm anuais e veja-se o caso de Campo Maior que ainda nem aos 170mm chegou. A água no solo e os nascentes têm estado no fundo.
O Rio Caia já corre, mas não é muito e até chegar à barragem ainda tem muito para percorrer e mesmo que lá chegue, neste momento ainda não tem caudal suficiente para fazer a diferença no armazenamento. Os restantes afluentes ainda estão completamente secos.
Agora já poderia começar a haver alguma escorrência, mas de momento não está prevista chuva significativa para esta zona.
 
Última edição:
Outra dúvida sobre a produção hídrica em geral: a eficiência diminui com a descida do nível da albufeira, mesmo que continue a permitir a turbinação? A produção é proporcional à altura da coluna de água que entrará na turbina, pela maior energia potencial contida nessa coluna? A minha ideia é que sim, por isso procura-se sempre maximizar o desnível entre a cota da água na albufeira e a cota da turbina ao planear as barragens, certo? Embora o desnível possa ser aumentado através de conduta colocando a central a uma quota mais baixa, como em Vilarinho das Furnas.
Espero não cometer nenhum erro:
Cada turbina/bomba tem uma curva de eficiência, que varia com o caudal e a queda (altura de água, pressão). Com um ponto ótimo, ou seja de máxima eficiência. Quando as condições existentes num momento (altura de água, queda) não são iguais às quais ela foi projetada existe naturalmente uma variação pequena na produção, fruto de uma quebra ligeira na eficiência.
No entanto a quebra na produção é maior com as variações da queda (H) visto a produção ser proporcional à queda de água e caudal!.. ou seja uma variação de x% na altura corresponde logo a uma variação direta dos mesmos x% na produção. Como o caudal “não se pode” controlar (é o que chove nessa bacia) procura-se sempre colocar as centrais e turbinas nas zonas que promovam um maior desnível.
Espero ter ajudado a esclarecer :thumbsup:
 
Outra dúvida sobre a produção hídrica em geral: a eficiência diminui com a descida do nível da albufeira, mesmo que continue a permitir a turbinação? A produção é proporcional à altura da coluna de água que entrará na turbina, pela maior energia potencial contida nessa coluna? A minha ideia é que sim, por isso procura-se sempre maximizar o desnível entre a cota da água na albufeira e a cota da turbina ao planear as barragens, certo? Embora o desnível possa ser aumentado através de conduta colocando a central a uma quota mais baixa, como em Vilarinho das Furnas.
Diria que não porque a altura das tomadas de água (túnel e canal por onde entra a água) não varia. Como já disseram, a produção depende da quantidade de água que passa nas turbinas. Estando a albufeira cheia ou meio cheia, a quantidade de água que passa na tomada de água e, por conseguinte, na turbina, é a mesma.

Alguém que esteja mais por dentro do assunto que elucide. Sou eng electrotécnico e devia saber isto mas...as cadeiras de produção de energia já vão há uns anos :D
 
Outra dúvida sobre a produção hídrica em geral: a eficiência diminui com a descida do nível da albufeira, mesmo que continue a permitir a turbinação? A produção é proporcional à altura da coluna de água que entrará na turbina, pela maior energia potencial contida nessa coluna? A minha ideia é que sim, por isso procura-se sempre maximizar o desnível entre a cota da água na albufeira e a cota da turbina ao planear as barragens, certo? Embora o desnível possa ser aumentado através de conduta colocando a central a uma quota mais baixa, como em Vilarinho das Furnas.

Apesar dos outros comentários estarem corretos, vou só complementar.

A tomada de água é sempre igual.
Seja em barragens antigas com os pilares à frente do paredão, ou nas mais recentes, encaixadas na margem.

O que conta é o desnível e o caudal e daí usarem-se vários tipos de turbina.

Crestuma tem turbinas bulbo, as melhores para grandes caudais e pouco desnível.
Alto Lindoso e quase todas usam a Francis.

Para desníveis muito altos e pouco caudal, Vilar Tabuaço usa turbinas pelton.

Normalmente a central é o mais baixo possível devido ao aproveitamento máximo da queda de água.

Venda Nova por exemplo tem o seu máximo desnível na albufeira de Salamonde..

O Alto Lindoso tem a central 50 mts abaixo do nivel de restituição e ao nivel do mar.