StormRic
Furacão
Sem dúvida!encher uma vez em cada 10 anos (situações pontuais, excepcionais), de acordo com o clima da região. E depois gerir. E nisso temos muito a aprender com Espanha
Sem dúvida!encher uma vez em cada 10 anos (situações pontuais, excepcionais), de acordo com o clima da região. E depois gerir. E nisso temos muito a aprender com Espanha
Ah sim, adoro que venhas dizer sempre que Espanha é um exemplo maravilhoso da gestão de água, quando há este tipo de discussões sobre a gestão da água. Não é, já disse várias vezes que não é e dei imensos exemplos de porquê eu afirmar isto e tu a dares e a burra a fugir.E nisso temos muito a aprender com Espanha, de onde vem muita da nossa papinha.
Os argumentos Portugueses são ridículos! Nem parece que somos o mesmo país!No caso do Guadiana, quem coloca mais entraves a ir buscar água lá são os portugueses, porque o Alqueva não dá, porque é caro, porque coloca em causa o rio e o caudal ecológico e mil e uma desculpas, enquanto os espanhóis "roubaram" água durante 20 anos e não deram cavaco a ninguém e nem sequer pagaram essa água. Mas, o mal são os algarvios quererem ir buscar água ao Guadiana.É a realidade do país, uma região que contribui imenso para o PIB e em termos de investimento é zero, tem uma auto estrada que é uma vergonha, um hospital em que na maior parte dos casos é necessário mandar para Lisboa, os políticos e os portugueses só se lembram do Algarve é em Agosto para virem dar banho à minhoca, de resto, ficamos esquecidos e abandonados.
No caso do Algarve está a demorar para vir o "tal ano"... é óbvio que a qualquer momento pode acontecer nem que demore uns 20 anos. Por exemplo a Foupana pode resultar se estiverem uns 5/ 6 anos sem lá mexer após fechar comportas para ir acumulando saldo positivo até apresentar uma cota confortável. É preciso é paciência mas não acredito que seja uma aptidão da população em geral e muito menos dos políticos que de 4 em 4 anos têm de mostrar algo...Isso não é aplicável em regiões em que em cada 10 anos, tens 1 ou 2 anos chuvosos, 2 ou 3 normais e os restantes secos. As normais de precipitação na região sul, e especialmente no Algarve, são fortemente influenciadas por um ou outro ano muito chuvoso, porque por norma o clima é mais seco que a "normal". Percebes? Por isso, aquilo que chamas de sorte, não é mais do que o clima da região.
Quando se planeia uma barragem para esses locais, não deve ser com o intuito de estar sempre cheia ou de encher todos os anos. Mas com o intuito de encher uma vez em cada 10 anos (situações pontuais, excepcionais), de acordo com o clima da região. E depois gerir. E nisso temos muito a aprender com Espanha, de onde vem muita da nossa papinha.
As grandes barragens do Guadiana bateram no fundo na década de 90, mas depois veio 1997 e encheram. Foram esvaziando, esvaziando... recuperaram em 2010. Há um ano bateram no fundo, mas agora até estão confortáveis (dentro dos valores normais).
A mediada anual de Cijara são 260hm3, que tem uma capacidade de 1500hm3.
A mediana anual de La Serena são 55hm3. Tem uma capacidade de 3200hm3.
Mais de metade da Bravura em perdas. A maior parte da rede de abastecimento está obsoleta tem 40 ou mais anos, aonde moro renovaram as condutas de água e saneamento demoraram cerca de 2 anos para fazerem 750 metros, e na chuvada da semana passada o escoamento das águas pluviais não tem capacidade de escoamento suficiente. Existe zonas na cidade em que gastam dinheiro a repavimentar as ruas e passado uns meses rebenta as condutas de água e lá vão partir tudo, no concelho têm feito obras de renovação das condutas de água a partir dos depósitos. O PRR prevê dinheiro para as perdas no Algarve, mas vai ser preciso 10 anos ou mais, para o Algarve conseguir colmatar todas as perdas de água e também haja vontade política continuada, não é estar o PSD agora e depois vir o PS e alterar tudo ou vice-versa, em Portugal não existe muito a continuidade de projectos por diferentes cores políticas, o caso disso é o Aeroporto de Lisboa em que cada governo que entra muda a localização até voltarem à localização inicial Alcochete.Os dados são de 2022, não sei se a situação se inverteu para melhor, mas desconfio que não...
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Algarve perdeu 15 milhões de metros cúbicos de água nas redes de abastecimento
Os dados da DECO PROteste, referentes a 2022, revelam também um desperdício em todo o continente de 162 milhões de metros cútestebicos de água já tratada e desperdiçada ao longo da rede de distribuição.www.dn.pt
São 15 milhões de m3 de água desperdiçados só nas redes de abastecimento do Algarve. Isto é criminoso numa região com tão pouca água disponível! Antes de se pensar em grandes obras hídricas ou de dessalinização, talvez não fosse má ideia (e mais barata) começar por impedir o desperdício.
O exemplo de Espanha pode não ser perfeito, mas não deixo de achar que haverá algo a aprender de ambos os lados um com o outro.Não digo que Portugal seja uma maravilha (sem dúvida que não é, temos imensos problemas), mas olhar para Espanha como 'exemplo'
Bom dia,“Portugal não tem falta de água, não está é a geri-la como deve ser”
O alerta é dado por vários especialistas do setor e há quem defenda uma discussão sobre a gestão da água, que modelo económico deveremos escolher e quais as políticas públicas a seguir.
“Portugal não tem falta de água, não está é a geri-la como deve ser”. O alerta foi dado durante o congresso nacional da Rega e da Drenagem, em que os especialistas sublinharam que o nosso país dispõe do dobro da quantidade de água per capita face ao resto da Europa. Os participantes referiram ainda a necessidade de reduzir as perdas de água e de a levar para a rega, algo que impõe um esforço de modernização urgente, e no qual devem ser respeitadas as especificidades do território em matéria de construção e gestão de barragens e da água. Um cenário onde adquirem particular importância as barragens de fins múltiplos e onde a questão da reutilização da água e das ETARS terá de ser também equacionada. Sobretudo, porque, com a entrada em vigor da nova diretiva europeia, Portugal nos próximos anos terá de investir entre três e quatro mil milhões de euros para reabilitar as águas residuais urbanas, implicando a construção de mais ETARS e a remoção das mais poluentes.
Fonte
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Entretanto, na última semana Odeleite e Beliche foram as únicas barragens do Algarve que aumentaram o armazenamento e foi de apenas 1%. Odeleite não conseguiu chegar aos 50% e há uns dias vi fotografias das ribeiras já a correr muito pouco. São muitos anos abaixo da média e os eventos de precipitação não são consistentes.
A sinóptica para dezembro não se revela, para já, muito animadora.
As obras chatas causam bastante transtorno, aqui onde moro foi 2022 e 2023 um caos, 1° não sabiam aonde passava as tubagens de água, electricidade e gás, houve cortes de água, de luz e fugas de gás. Quando chovia era lama até ao pescoço, causou muitos transtornos a quem vive ou tem estabelecimentos, criaram sempre uma alternativa para termos acesso de carro para fugirmos das obras, toda a gente reclamava pode não dar votos, mas mudou muita coisa, principalmente os cortes provocados por roturas de água desapareceram, antes eram quase semanais, rebentava aqui arranjavam, voltava a rebentar passados 30 metros. Causa transtornos mas depois temos o benefício dessa obra.O sul do país, e muito em especial o Algarve, tem um problema muito mais grave que é a seca subterrânea, invisível.
Os índices, quer meteorológicos quer climatológicos, não conseguem medir a dimensão desse problema, está literalmente escondido debaixo dos nossos pés.
Por exemplo precipitação acumulada, escorrências, etc, são muito relativas se não existir noção do que se passa abaixo da superfície.
Estou plenamente convencido que o ano passado essa seca subterrânea invisível no Algarve atingiu um nível absolutamente inédito em termos históricos, arrisco talvez algo ao nível dum milénio. Sinceramente espero que tenham aproveitado essa oportunidade dum mínimo histórico para fazer medições adequadas ao que se passa.
Sei que se vão fazendo coisas...
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Portugal deve avaliar se águas subterrâneas devem passar a ser públicas e cobradas, admite APA
O Algarve vive a pior seca deste século, num ano de grande assimetria nos recursos hídricos no território nacional. Agência Portuguesa do Ambiente traça linhas fortes da resposta estrutural à seca.www.publico.pt
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Portugal tem milhares de furos, mas ninguém sabe quanta água estamos a tirar do chão
Agência Portuguesa do Ambiente tem identificados 22.794 pontos de água subterrânea. Mas é difícil controlar o volume de água que está a ser extraído do subsolo, mesmo num período de seca.www.publico.pt
Mas não estou muito convencido do esforço e recursos nisso.
Idealmente o que deveria existir seria uma rede automática de monitorização para esse efeito, mas já sei como as coisas são em Portugal.
No tempo dos meus pais e avôs faziam-se poços, sim, geralmente escavados à mão e à picareta, de meia dúzia ou dúzia de metros, para regar uma horta ou campo de milho do terreno.
Hoje em dia fazem-se furos de mais de 100 metros para ter água para a piscina e o jardim duma vivenda.
Mais ano menos ano, mais década menos década, teremos mesmo que medir e controlar coisas como furos, etc.
E isso acabará por ter que começar pelo Algarve, de sul para norte.
E o que refiro também não invalida algum teor do que têm sido dito aqui.
Sim, há muita má gestão da água.
Mas fazer obras inconvenientes e gastar muito dinheiro em infraestruturas melhores de transporte de água não dá propriamente votos.
O povo que vota prefere umas inaugurações de umas obras, festas, borlas, coisas mais baratas, etc e tal.
Pelo que também aí há muito trabalho pela frente, de como explicar que afinal aquela obra chata, inconveniente, cara, e sem aparente beneficio para o dia a dia ou bolso dum cidadão, é afinal uma obra bastante importante.
Boa sorte nessa inglória tarefa num mundo que vive em plena deriva populista... bem precisam.
Acima de tudo temos os aquíferos com graves problemas embora não se fale muito disso e não haja dados concretos.Bom estive a tentar olhar para potenciais perdas nomeadamente no Barlavento ao longo dos Invernos que vieram a ser secos e percebi que Odelouca com meses de Invernos secos perde cerca de 1,5% a 2%. Ora Funcho (reserva de Odelouca) está com apenas 37,6% nesta altura. Odelouca está com 31,1% e Arade com cerca de 16,7%.
Ora sendo esta última semana seca, Funcho deve ficar com cerca de 37,6% o mesmo para o Arade e Odelouca deve baixa para cerca de 30,9% no final do mês.
Se como parece ser o cenário actual Dezembro for muito seco, Odelouca poderá baixar no final do mês para uns 29,5%.
Desta forma e imaginando porventura de um Inverno seco a muito seco, no final do Inverno poderíamos estar com Arade com cerca de 15,5%, Funcho com uns 35% e Odelouca para uns 26%.
Isto para dizer somente que poderemos estar novamente dependentes de uma Primavera chuvosa!
Num cenário mais extremo e quase surreal com uma Primavera muito seca, duvido muito, poderíamos chegar ao final de Maio com Arade a 10%, Funcho a 30% e Odelouca a 17%. Seria algo completamente inédito.
Ps: Não encarem isto com uma previsão ou a dizer que vai acontecer, é apenas a transformação de uma previsão sazonal actual vs estados da barragens vs Possível evolução...