james
Cumulonimbus
Eu penso que , tendo em conta os bons habitats e algum isolamento que ainda existe no NE transmontano e algumas zonas montanhosas do Minho , o regresso do urso a Portugal e uma questão de tempo , espero eu .
Obrigado Pek, pelos dados.
Dá para perceber que ainda existe potencial no extremo Nordeste Português, para a presença do urso-pardo (ainda que a baixa densidade).
Eu penso que , tendo em conta os bons habitats e algum isolamento que ainda existe no NE transmontano e algumas zonas montanhosas do Minho , o regresso do urso a Portugal e uma questão de tempo , espero eu .
Penso que em tempos, nomeadamente na Idade Média a ocupação territorial do Urso em Portugal seria bem extensa. A partir do século XV e com os descobrimentos muito do seu território começou a regredir para os locais que mais estão documentados. Penso que não resta muitas dúvidas que este andou pelas serranias do Gerês e Montesinho até século XX. Isto é a minha opinião segundo registos escritos.
Agora o mais importante é que este crescimento sustentado das duas populações espanholas continue. Claro que para nós a população Cantábrica é a que seguimos com mais atenção, mas não podemos esquecer que apesar do aumento de individuas esta população ainda é muito débil e o isolamento dos núcleos populacionais não ajuda em nada à sustentabilidade da espécie.
Corredores ecológicos são muito importantes que existam. Continuo convicto que se as medidas de conservação se mantiverem aliado a outros fatores poderemos a médio prazo ter estes animais a visitarem o nosso território. Não devemos criar grandes espectativas e ser realistas, mas essa possibilidade existe.
Quero agradecer também ao colega Pek pela informação que deixa neste fórum. Uma delicia e um bem haja.
Aquela serra parece-me grosso modo a serra de Portel e da Vidigueira. Ainda hoje essa serra especialmente perto do Alqueva e do Guadiana tem vestígios bem conservados da floresta original, pelo que historicamente deve ter sido uma zona do país pouca sujeita à acção da pastorícia e da agricultura. Daí talvez a existência de ursos.
Não concordo muito com o mapa. O mais certo e provável é termos tido ursos em todo o território pelo menos até à romanização.
Para haver viabilidade futura na preservação desta e de outras espécies por cá é necessária uma rede de floresta nativa pública. Em Portugal apenas 3% da floresta é pública. Este valor supera os 50% em muitos países ricos.
Dos 3% de floresta pública que temos, boa parte são pinhais. Ora nos somos um país de carvalhais. Acima de tudo, um país de carvalhais. E destruímos quase tudo.
Penso que esta deve ser uma batalha para as associações ambientalistas e até para algumas autarquias.
No caso de Montesinho não deve ser muito difícil negociar os terrenos com os proprietários. A população está envelhecida, os mais jovens na sua maioria não tencionam voltar. Após a compra dos terrenos estes devem ser limpos, para remover eventuais invasoras, o que pode ser feito por voluntários com uma prévia formação. Deverão ser feitas acções anuais de limpeza e de auxílio às árvores nativas, por exemplo, espalhar manualmente bolotas. Deve haver também pelo menos um guarda de vigia e recursos às novas tecnologias para prevenção de incêndios no Verão.
Isto não é tão caro quanto isso e as vantagens para nós seriam imensas a longo prazo, em termos de regulação hídrica, recuperação de solos, exploração turística sustentável e exploração florestal sustentável.
A Terra Fria é a região do País em que a flora está melhor preservada e em que há menos invasoras, a regeneração natural de carvalhos e azinheiras tem sido notável nos últimos 20 anos e com envelhecimento da população e consequente abandono da agricultura esse processo tem acelerado.
Na minha opinião os valores naturais do Parque Natural de Montesinho são até superiores aos do Parque da Peneda-Geres, apenas perdendo para este em termos paisagísticos, acho que o Parque devia ser promovido a Parque Nacional.
Penso que a Peneda-Gerês tem uma maior biodiversidade botânica que Montesinho. No entanto, parece~me que a gestão do parque é uma desgraça. As invasores proliferaram de uma forma brutal nos últimos 10 a 20 anos. Isto é incompetência. As mimosas começam por colonizar sempre as valas junto às estradas, o que facilitaria muito a sua contenção. Bastaria localizar os núcleos que fossem aparecendo e eliminá-las. Nem que fosse a herbicida na estação seca.
Há locais escondidos tão importantes como a Mata da Albergaria sem qualquer estatuto especial de conservação, ameaçados pelo corte de árvores para madeira. Caso do extraordinário Carvalhal Escuro, perto da Ermida.
Há claramente um excesso de turistas que deveria ser regulado, com a colocação de portagens de entrada no parque. Parte da culpa é do marcelismo, que abriu aquela fronteira na Portela do Homem. Foi um dos maiores crimes ambientais que foram cometidos em Portugal. E naquela época chegou-se a pensar em colocar estradas no maciço central do Gerês. Felizmente nunca saiu do papel. Não compreendo a mania dos portugueses colocarem obra em todo o lado. Parece complexo de inferioridade, parece que se querem sentir civilizados por terem estradas até no topo das serras, em zonas onde ninguém mora e em boa verdade ninguém deve ir.
O excesso de pessoas nas zonas sensíveis do parque nacional impede a regeneração da floresta, devido ao pisoteio; impede a nidificação das espécies mais sensíveis; acarreta o problema da colheita de azevinho e cogumelos de espécies ameaçadas; afugenta os mamíferos do seu habitat natural.
Esperemos que no futuro outras gerações mais sensibilizadas para o valor do Gerês tomem medidas. O encerramento da fronteira da Portela do Homem e da estrada da mata da Albergaria já não me parece possível. Mas deveria haver portagens para moderar o trânsito e o influxo turístico. Deveria haver um limite ao número de turistas que entram por dia em algumas zonas do parque.
Por que motivo não há praticamente floresta em Montesinho mas há em abundância na serra da Coroa? Será do tipo de solo?