Árvores e Florestas de Portugal

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Depois tiro melhores fotos... Algumas estão muito esbatidas (tive pouco tempo).
Quanto aos freixos só usei estacas que cresciam a partir do tronco base, e foram cortadas também rente à base nunca de pontas de ramos. Ficaram de molho em água com ramas e rebentos de salgueiros brancos (porque estes possuem hormonas naturais de enraízamento) por umas 3 semanas, até que começaram enraízar (apareceram primeiro uns nódulos brancos).
De seguida foram então para um saco com terra (mistura com terriço, terra e um pouco de areia de rio) e é onde estão agora.
Devo transplantá-los para o local definitivo no outono que vem, quando começar a chover.
Também tenho sabugueiros, mas esses são fáceis de pegar.
Estou também a fazer experiências com estacas enormes de salgueiro branco (praticamente pequenas árvores em potência) depois tiro fotos.
Para já tem sido possível enraízar até lenhos!
É uma árvore excelente em vários aspetos e até dá para mascar um pouco de casca (ou fazer um chá) porque é rica em ácido salicílico (o mesmo componente presente na aspirina).
Também tenho conseguido plantar sanguinhos com bom sucesso, com a mesma combinação de ingredientes que utilizei para os salgueiros brancos, freixos e amieiros.
 
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Os erros crassos que se fizeram na gestão da Serra, com cortes a torto e a direito, abrindo e alargando caminhos, abrindo clareiras, retirando todas as não autóctones antes de os replantios correctos terem crescido o suficiente, criaram corredores de vento, tornaram a densidade arbórea de tal forma menor que as árvores que cresceram no meio de outras ficaram isoladas o suficiente para o vento tomar conta delas. A densidade das matas da Serra é fundamental para criar o efeito de desviar o vento, forçando-o a passar por cima ou a amaina-lo o suficiente. Há dezenas de anos que faço centenas de caminhadas na Serra, observei tudo isto, mas como não sou engenheiro silvicultor nenhum peso têm as minhas observações e denuncias. Começou com o Gong, e vai continuar até todas as áreas mal intervencionadas serem arrasadas, porque vão sê-lo, tenham a certeza.
Há pequenos bosques e matas que são o exemplo perfeito de como a Serra consegue resistir a qualquer vento, se os deixarem crescer e pararem de "limpar", para além das invasoras, com objectivos turísticos. Infelizmente a estupidez passada (não há outro adjectivo) em que plantaram espécies de crescimento rápido e eventual "retorno económico" (estão agora a cortá-las e a vendê-las, já sem falar do negócio da biomassa) está a produzir nas últimas décadas uma devastação imparável do que estava em equilíbrio.

Ainda não voltei à Serra depois da Martinho, nem faço ideia do que vou encontrar, mas tenho uma enorme documentação fotográfica de como era.
 
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Este senhor fotografou e filmou em sítios que me são bastante familiares.
Muito familiares, posso dizer o mesmo.
Nesta altura, alguns podem estar irreconhecíveis. Vai ser uma revisita dolorosa, como já foi na Mula.
Mas penso que aqueles bosques mais preciosos não tenham grandes marcas de destruição, ou seja, os que não são "rentáveis" ou não permitem caminhadas aos grandes grupos de visitantes menos capacitados; invasões de motorizados ou até da inconsciente proliferação de BTT.