Biodiversidade

[Thomar]

Talvez não esteja a explicar-me da melhor forma, não quero chatices, más ondas, vou refletir e amanhã explico-me melhor.
Peço desculpa se ofendi, não era minha intenção, mas para mim, o bem estar de qualquer animal é muito importante, seja ele domesticado ou selvagem.

 

[Thomar]

Será que a família que adoptou "o gato" tinha consciência de que estava a cometer uma ilegalidade? E o que dizer do veterinário que acompanhou durante 6anos, e o ó que parece exagerou na dose e matou o animal?

 

[Hawk]

o bem estar de qualquer animal é muito importante, seja ele domesticado ou selvagem.

Quando se criaram leis e actualizou-se o código penal sobre introdução de espécies exóticas, foi precisamente porque se quis proteger o bem estar animal como um todo.

Tenho família que que esteve envolvida na protecção da Freira da Madeira, uma ave que (ao contrário do caracal) está em perigo de extinção, que só nidifica na Madeira e que só existem pouco mais de meia centena de casais. Faz sentido ser permissivo com a entrada de uma espécie exótica que é um predador dessas aves só por capricho, por sentimentalismos? E se o Bores voltasse a casa e 2 dias depois fugisse? Quem tinha cedido ao sentimentalismo de devolvê-lo à família estava a ser amigo dos animais? pondo em causa a extinção de outro e o trabalho de anos na recuperação de uma espécie?

 

[Thomar]

Agora que falas de sentimentalismo, percebo o que queres dizer, mas, permite-me dizer que se for devidamente fundamentado não vejo problema.
Concordo contigo quando dizes de forma que primeiro temos que cuidar de nós, das espécies animais, fauna, flora etc,. do.nosso território.
Para terminar, este caso, só vem demonstrar as fragilidades do mundo actual...
Este caso do carrascal mexeu comigo, porque não suporto ver sofrimento dos animais por causa da estupidez humana.

 

[Thomar]

Uma coisa que sempre mexeu comigo, pela negativa, são os caçadores, já falei mais do que 1 vez disso. Eu não sou uma pessoa nova, e tive más experiências com caçadores, enquanto criança, anos 70 e ínicio dos anos 80. "Caçadores" a dispararem contra o meu avô materno, envenenarem cães, destruir hortas e roubarem fruta, não há a maneira alguma de diminuírem o meu sofrimento.
Outra coisa que é ridícula, é virem queixarem-se de falta de caça, quando vejo fotografias de 5 a 6 pessoas matarem por desporto (estupidez humana)100 a 150 coelhos bravos! E depois vêem chorar e mostrarem-se admirados...

 

[StormRic]

E o que dizer do veterinário que acompanhou durante 6anos, e o ó que parece exagerou na dose e matou o animal?

Se houver arguidos, este, para mim e segundo os conhecimentos do caso que já vieram a público, é o primeiro. Um profissional que deveria ter logo aconselhado a família desde o início e pelo contrário pactuou com a ilegalidade e, supostamente, encobriu durante os seis anos, contra o seu dever de profissão. O que pensará a OMV (Ordem dos Médicos Veterinários) deste caso? Se este veterinário, que foi dito pela família ter acompanhado o animal, tivesse cumprido o seu dever profissional de denunciar o acto ilegal, já o Bores teria sido reencaminhado desde tenra idade para um ambiente mais natural não havendo esta "domesticação" contra-natura que é agora usada como argumento de defesa dos envolvidos.

 

[Snifa]

Ministério Público vai ter de abrir inquérito para investigar morte de lince Bores na Madeira.

O Ministério Público vai ter de abrir um inquérito à morte do lince-do-deserto que morava há seis anos com uma família abastada no Funchal até ser apreendido pelas autoridades no início de Julho.

Tratando-se de uma espécie protegida, explica o procurador Raul Farias, a sua morte poderá constituir um crime público, segundo o Código Penal, razão pela qual a abertura de um inquérito para apurar o que se passou não depende da queixa de ninguém.

Basta que o Ministério Público esteja, como é o caso, ciente da morte não-natural de Bores.


IFCN já ordenou a necrópsia do animal que foi retirado à dona e morreu dias depois de ser devolvido.


https://www.publico.pt/2024/08/08/p3/noticia/ministerio-publico-vai-abrir-inquerito-investigar-morte-lince-bores-madeira-2100284?fbclid=IwY2xjawEi04VleHRuA2FlbQIxMQABHZ2MiG8qkPaC09TbqxHJWS6ILtAx75uGHHxaffGgnOCU2XjGDK-UZg5kxA_aem_2dC6k_YG0SAwuwia-qK2cA

 

[MSantos]

A domesticação do animal não deve ser argumento. Se eu criar um lobo ou um urso no meu quintal será legítimo que permaneça sob a minha tutela porque isso é o melhor para animal depois de eu ter cometido uma ilegalidade?

Acho que só se deverá apreender o animal se houver condições para o receber noutro local. Independentemente de onde e com quem fica o animal, quem o adotou de forma ilegal tem que ser responsabilizado (multado?).

 

[MSantos]

Será que a família que adoptou "o gato" tinha consciência de que estava a cometer uma ilegalidade? E o que dizer do veterinário que acompanhou durante 6anos, e o ó que parece exagerou na dose e matou o animal?

Não se pode alegar desconhecimento da(s) lei(s), as leis são publicadas no Diário da República e todos as podem ler (embora quase ninguém o faça). O veterinário que acompanhou o caso foi um dos principais culpados desta história por aceitar seguir um animal sem documentação durante 6 anos, se tivesse denunciado o caso logo à chegada nada desta história rocambolesca se tinha passado. Que um cidadão comum não saiba que não pode adotar um animal selvagem ainda pode ser compreensível, já um veterinário...

 

[Hawk]

Acho que só se deverá apreender o animal se houver condições para o receber noutro local. Independentemente de onde e com quem fica o animal, quem o adotou de forma ilegal tem que ser responsabilizado (multado?).

As autoridades levaram o caracal para a única entidade oficial na região habilitada para tratar de espécies exóticas, a T-Falcon. A T-Falcon não é apenas uma empresa de animação, é também uma empresa que se dedica à recuperação e devolução de espécies à natureza.

Sim, é óbvio que a T-Falcon não dispõe de espaço dedicado a felinos, mas o caracal ficou numa jaula de condições adequadas, da mesma forma que tanta gente deixa os seus gatos em "hoteís" durante as férias. Não sendo uma condição ideal, não é certamente o que determinou a morte do caracal, da mesma forma que os gatos que ficam nos "hoteís" não morrem porque saíram do seu lar e os donos estão ausentes.O animal morreu depois de ser sedado. É o único facto que se conhece.

Não conheço nada sobre a família nem sobre o veterinário. A minha dedução (apenas especulação) é que o veterinário era uma pessoa chegada à família e obviamente sabia que havia uma ilegalidade. Não creio que o caracal fosse a consultas "normais" no consultório, provavelmente o veterinário chegado à família ia a casa.

As redes sociais foram inundadas de fotos e vídeos do caracal no seu lar depois da sua apreensão. Não há fotos nem vídeos partilhados antes do animal ser apreendido. Obviamente todos os envolvidos sabiam que havia uma ilegalidade.

 

[StormRic]

Laurissilva da Madeira: os milhões dos turistas e a memória ecológica vão-se em fumo

A Laurissilva atrai os turistas e o seu dinheiro, mas parece ser encarada pelo poder regional como pouco mais do que um recurso explorado de forma extrativa, daqueles em que não se investe o mínimo.

www.publico.pt

 

[StormRic]

Laurissilva na Madeira: “Corremos o risco de estar a fazer desaparecer espécies ainda não descritas”

Embora as informações oficiais digam que a floresta húmida da Laurissilva, no Norte da Madeira, está a salvo do incêndio, investigadores acreditam que ecossistemas importantes já foram atingidos.

www.publico.pt

 

[ClaudiaRM]

Voltando ao Bores, alguém explicou o motivo pelo qual ele foi sedado? Era mesmo necessário? Foi sedado quando foi apreendido? Houve mais alguma explicação?

 

[StormRic]

Voltando ao Bores, alguém explicou o motivo pelo qual ele foi sedado? Era mesmo necessário? Foi sedado quando foi apreendido? Houve mais alguma explicação?

O que é relatado é que foi sedado para ser devolvido aos tutores, dado o seu estado de nervosismo derivado do encarceramento. Antes ele ainda não teria grandes razões ou suspeitas da sua situação futura.

 

[ClaudiaRM]

O que é relatado é que foi sedado para ser devolvido aos tutores, dado o seu estado de nervosismo derivado do encarceramento. Antes ele ainda não teria grandes razões ou suspeitas da sua situação futura.

Ou seja, se não tivesse sido apreendido, não haveria necessidade de o ter sedado, deduzo. Há certeza sobre quem o sedou? Inicialmente li que teria sido o veterinário que o seguia mas depois li que teria sido alguém que trabalhava na entidade que recebeu o Bores. Nunca consegui ter a certeza. Ja tinha sido sedado alguma vez anteriormente? O que terá corrido mal nesta sedação? Foi uma reação inesperada e imprevisível ao fármaco ou foi um erro de dosagem? Eu sei que não deverás conseguir responder a nenhuma destas perguntas e calculo que nunca saibamos as respostas dado que era só um 'bicho'.