Boa noite,
Venho partilhar uma situação que aconteceu connosco cá em casa a semana passada, e um site que descobri agora e que achei bastante interessante (penso não o ter visto aqui mencionado, se sim peço desculpa). Caso não seja o tópico adequado para publicar por favor procedam à sua remoção ou à mudança para outro tópico.
Na semana passada (18-09) pela manhã apareceu uma ave (foto abaixo) no nosso quintal com problemas numa asa. Ligamos para a GNR de Vila do Conde a relatar a situação que ficou de dar seguimento ao caso. Da parte da tarde a GNR de Vila do Conde ligou a dizer que devido ao elevado número de incêndios não era possível à entidade competente fazer a recolha da ave, nem naquele dia, nem nos próximos. De seguida ligamos para os serviços veterinários de Vila do Conde que nem sequer atenderam. Fizemos uma pesquisa na net e encontramos informações sobre o Centro de Recuperação de Fauna do Parque Biológico de Gaia e ligamos, descrevemos a situação e a senhora disse que tínhamos procedido bem, e que até podíamos tentar ligar para os bombeiros, mas como estava a ser uma semana caótica provavelmente não ia adiantar. Informou que no centro recebiam o animal, mas que não se deslocavam a casa para proceder à recolha
Ora como só era possível ir a Gaia no sábado lá fomos nós arranjar um sítio para o bicho ficar (longe de gatos e cães), a solução foi ficar no galinheiro fechado sozinho (onde as galinhas andam no exterior, mas que está vedado), deixou-se apanhar até facilmente, não voava nada, mas dava cada impulso com as patas só visto.
Arranjamos um balde com água, e íamos colocando comida (nesta parte ficamos com dúvidas se devíamos dar comida ou não, mas como não lhe obrigávamos a comer pensamos se quiser come se achar que lhe faz mal não come, será que é assim que as aves pensam??), eu particularmente achava que era um bútio por isso fomos ver o que comia, e dávamos coelho (que compramos de propósito, nem comemos coelho) e demos também bife de frango cortado as tiras e uma asa de frango, e ele lá ia comendo. Fomos vê-lo as vezes estritamente necessárias, até porque tínhamos de passar por ele para alimentar as galinhas e ver se os gatos não andavam lá a chateá-lo.
Chegou sábado, arranjamos uma caixa, um pouco maior que ele e fizemos vários buraquinhos para poder respirar e não se sentir claustrofóbico, também se deixou apanhar facilmente, foi no banco traseiro comigo, sem música no carro e íamos caladinhos.
Chegamos ao Centro de recuperação e entregamos a ave na recepção, preenchemos um formulário e o senhor disse que se quisemos saber informações sobre o animal que tínhamos de enviar um e-mail (lá para o fim desta semana), e foi o que fiz e obtive resposta hoje “Agradecemos o cuidado ao trazerem este açor (
Accipiter gentilis) juvenil até nós. Este deu entrada com uma fratura complicada na asa, pelo que, após estabilização clínica, foi transferido para outro centro da Rede Nacional de Centros de Recuperação de Fauna Selvagem – UTAD – Vila Real, para a tentativa de resolução cirúrgica. Obrigada pela colaboração.”
Bem fiquei a saber que afinal era um AÇOR , espero que consiga recuperar e que seja devolvido à Natureza.
Achei importante fazer este relato para dar a conhecer aqueles que como nós nunca se viram numa situação destas para informar que à locais onde recebem estes animais, e que os tratam, por ignorância desconhecíamos por completo.
Entretanto fui pesquisar mais acerca da ave Açor e descobri este site que achei extremamente interessante e didático e que nunca tinha ouvido falar que partilho aqui
https://www.museubiodiversidade.uevora.pt/
Peço desculpa pela extensão do texto e obrigada aqueles que leram até ao fim.