Biodiversidade

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Não é por ter colonizado de forma natural que deixa de ser uma possível praga, a rola-turca está a ocupar cada vez mais o habitat e a competir directamente com a rola-comum por alimento e local para nidificar. A Rola-turca é maior mais forte e tem mais sucesso nas posturas do que a rola-comum, está por isso em grande vantagem competitiva:(. Não foi introduzida por ninguém mas a sua expansão teve muita ajuda humana involuntária. .

Como eu disse, «de resto concordo com o que dizes». Este «concordo» é relativo ao mesmo que dizes, como se pode ver pelo teor da mensagem do Seattle92...
 
Alguém sabe que bicho é este? Ontem fez-me fugir de Marvão, era impossível andar nas ruas da vila, eram milhões destes bichos alados que pousavam em todo o corpo, em todo o lado, paredes e ruas cheias com milhares destes animais.

 
Alguém sabe que bicho é este? Ontem fez-me fugir de Marvão, era impossível andar nas ruas da vila, eram milhões destes bichos alados que pousavam em todo o corpo, em todo o lado, paredes e ruas cheias com milhares destes animais.


É uma bicha-cadela, sem sombra de dúvida. Mas eram assim tantas???:surprise:
 
Marta em terras transmontanas :thumbsup:

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http://faunaiberica.blogspot.com/
 
Já por duas vezes vi, aqui na região, dois animais muito parecidos com uma marta, mas podiam bem ser fuinhas. A uma certa distância é difícil distinguir as duas espécies.
 
Eu diria que é quase impossível. Pelo que sei a única coisa que os distingue de uma maneira mais visível e directa é a mancha que têm no pescoço. A Fuinha tem uma mancha branca e a Marta uma mancha mais a dar pró creme, e isso torna-se muito difícil de reparar se vires o animal ao longe e por breves momentos.


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Marta (Martes martes)

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Fuinha (Martes foina)
 
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Marta (Martes martes) fotografada às 5h e 9 minutos
de 1 de Abril de 2003
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Fuinha (Martes foina) fotografada às 0h e 35 minutos
da noite seguinte, precisamente no mesmo local

Interacção Marta (Martes martes)/Fuinha (Martes foina)

A floresta do Alto Minho onde se realizou este trabalho de campo é talvez o melhor representante de bosque caducifólio maduro existente em Portugal continental. Além disso a povoação mais próxima encontra-se a pelo menos 5 quilómetros de distância. Neste habitat tão pouco humanizado seria de esperar uma ocupação do território quase total por parte da marta e simultaneamente a ausência da fuinha, que tradicionalmente prefere meios mais humanizados.
O que se constata contudo é que, apesar da predominância da marta, a fuinha ocorre em números não negligenciáveis (ver gráfico em anexo). Tal deve-se provavelmente ao facto de nos encontrarmos no limite Sul de distribuição da marta a nível europeu. Seria bastante interessante prolongar no tempo a realização deste trabalho com vista a compreender a evolução das populações dos dois mustelídeos.
O bosque estudado é atravessado por 6 linhas de água, verificando-se nesses pequenos vales diferenças marcadas na ocupação do território. Assim, após vários semanas de prospecção, verificou-se uma presença quase absoluta da marta em 4 desses vales (onde a fuinha estava ausente) enquanto que num outro vale apenas se identificou a presença da fuinha (com a ausência completa da marta) e num último vale os dois mustelídeos coexistiam (ver fotos em anexo).
Conclui-se portanto que, pelo menos em termos territoriais, no Norte de Portugal, a marta e a fuinha são verdadeiros competidores.

http://faunaiberica.blogspot.com/2006/02/marta-no-alto-minho-iii.html
 
De resto da familia Mustelidae ainda temos em Portugal:

Arminho (Mustela erminea)
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Doninha (Mustela nivalis)
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Toirão (Mustela putorius)
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Furão (Mustela putorius furo) (uma sub espécie domesticada do Toirão)
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E infelizmente o Vison Americano (Neovison vison), graça aos eco-terroristas galegos :mad:
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Depois ainda há o texugo e lontra, mas esses distinguem-se bem.

Ou seja, entre doninha e arminho e toirão e furão, é complicado distinguir.
 
El armiño se diferencia de la comadreja (doninha) en que por el invierno el armiño mudaría el color, si no todo, si gran parte del cuerpo torna de color blanco.

Por las fotografías parece que la marta es mas grande y oscura que la garduña (foinha), pero si, creo que para diferenciarlas debes estar bien cerca.

Por otra parte la marta me parece mas esquiva al ser humano, mas forestal, la garduña me parece mas "asimilable" al medio humano, y al igual que el turón seguro se puede domesticar, es mas, creo que ya fuera domestica.
 
Sim, a marta é um animal mais de floresta (em inglês até se chama Pine Marten), e é mais caçador (esquilos, ratos, aves,..). A fuinha é um generalista que come diversas coisas e não se importa muito de aparecer junto a casas e aproveitar o que estas podem oferecer :lol:
 
Grupo de 20 golfinhos avistado no Tejo

Imagens DESTAK.pt

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O estuário do Tejo recebeu, no sábado passado, a visita de um grupo de cerca de 20 golfinhos-comuns, incluindo adultos e crias. Segundo a informação divulgada pela Câmara de Lisboa, os animais foram avistados pela manhã, perto da zona da Trafaria, Almada, por um praticante de vela. Um especialista em golfinhos diz que a presença desta espécie no rio é pouco habitual, sendo mais frequente nas zonas costeiras. Não se sabe o que terá atraído o grupo para dentro do estuário, mas é pouco provável que se fixe por lá.
“O golfinho-comum não tem tendência para formar populações residentes em estuários”, refere Miguel Couchinho, biólogo e dirigente do Projecto Delfim - Centro Português de Estudo dos Mamíferos Marinhos. A autarquia anunciou a presença destes cetáceos no Tejo como um “possível indicador” da melhoria da qualidade da água do rio, depois do desvio dos esgotos de mais de 100 mil pessoas que iam directamente para o rio, no Terreiro do Paço. A relação entre os dois fenómenos, porém, não é linear. “Os golfinhos não são uma espécie indicadora da qualidade da água”, afirma Miguel Couchinho. Segundo este especialista – que estuda a única comunidade residente em Portugal, no rio Sado – os golfinhos toleram facilmente sítios poluídos, já que acumulam a poluição na gordura corporal.
Assim, sublinha, “é prematuro dizer que os golfinhos estão a regressar e que a sua presença se deve à melhoria da qualidade da água do estuário.” Podem ter sido atraídos para o rio por um animal ferido ou doente, ou por simples curiosidade, “mas com certeza não vão ficar”, garante, porque todos os anos há registo de entradas e saídas destes animais no estuário, sobretudo na Primavera e no Verão.
Outra explicação é avançada por Maria José Costa, coordenadora científica do Centro de Oceanografia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Segundo esta investigadora, a população de corvinas, que serve de alimento aos golfinhos, tem crescido nos últimos anos por causa do aumento da temperatura da água – nos últimos 30 anos, subiu cerca de um grau. “Pode estar relacionado, porque os golfinhos comem muito deste peixe”, afirma Maria José Costa. A opinião não é, porém, secundada por Miguel Couchinho: “É especulação.”
O estuário do Tejo teve, em tempos, uma população residente de golfinhos, que terá abandonado o rio na década de 1970. Para que estes cetáceos se voltem a fixar no estuário é preciso, por exemplo, reduzir o tráfego marítimo e de lazer. “O ruído subaquático dos barcos e as colisões são dois factores que os afastam”, conclui.

Fonte: PÚBLICO
 
Águia-pesqueira regressa ao país em projecto no Alqueva
14.07.2011
Ricardo Garcia

Ao primeiro clique da máquina fotográfica, uma das aves pia. É um som alto, num timbre imponente, que a princípio parece cancelar os demais ruídos à volta, para imediatamente a seguir os despertar: uma cigarra que canta, um peixe a saltar da água, a brise leve sobre as azinheiras. Um novo clique, mais um pio e todos ali à volta - o biólogo Luís Palma, os representantes da empresa dona da propriedade, os jornalistas do PÚBLICO - a andar em bicos de pés, de modo a manter o máximo silêncio.

Silêncio, peixes, sombra e água fresca é tudo de que necessitam, neste momento, dez jovens águias-pesqueiras trazidas da Suécia e da Finlândia para as margens do Alqueva. Na terça-feira passada, cinco já ocupavam as grandes gaiolas de madeira montadas sobre palafitas, a poucos metros do espelho de água. Ontem à noite, chegariam mais cinco.

É a concretização de um projecto antigo para fazer com que a águia-pesqueira volte a reproduzir-se em Portugal. Esta espécie de ave de rapina (Pandion haliaetus) pode ser vista em muitos pontos do país, durante as suas migrações do Norte da Europa para África, no Outono. Mas a população nidificante, que caíra a pique desde o princípio do século passado até ficar reduzida a um único casal na costa alentejana, desapareceu com a morte da fêmea, em 1997 - num episódio que assinalou em tempo real a extinção regional de uma espécie. Desde então, falharam todas as tentativas de se lançar um projecto de introdução da águia-pesqueira, uma das espécies de rapina mais emblemáticas de Portugal (ver textos acima sobre outras águias de grande porte). Agora, dez delas vão passar uma breve temporada a adaptar-se à paisagem do Alentejo, antes de serem libertadas. Até 2015, mais dez por ano serão importadas.

As águias, com quatro a cinco semanas de vida, são colhidas do ninho, na Escandinávia, onde a espécie é abundante. Transportadas em aviões da TAP, são levadas para as gaiolas, onde permanecem durante mais três a quatro a semanas, com vista para o Alqueva e o montado.

"A ideia de trazer juvenis é de fazer o imprinting do local, ou seja, elas têm de saber que são dali. Se trouxéssemos adultos, voltavam para o mesmo sítio", explica o biólogo Pedro Beja, do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (Cibio) - uma organização privada, ligada à Universidade do Porto, que tomou a iniciativa do projecto.

Regressar à base

Quando forem soltas, terão à sua disposição estruturas de madeira posicionadas na margem da albufeira, com traves onde pousar e alimentadores com peixes. Mas provavelmente desaparecerão, dispersando pela região ou possivelmente migrando para África. A expectativa é a de que, ao chegarem à maturidade sexual, regressem para nidificar no Alqueva, identificado como sendo a sua origem. Ninhos artificiais serão colocados em ilhas da albufeira. "Elas não vão voltar à Finlândia ou à Suécia, isto é seguro", garante Luís Palma, coordenador científico do projecto e que há décadas acompanha a sorte da águia-pesqueira em Portugal.

Não é uma iniciativa inédita. "Isto é feito nos Estados Unidos há 50 anos", diz Luís Palma. Espanha também se lançou num projecto semelhante, com aves importadas da Alemanha. Oito anos e uma centena de libertações depois, dois ou três casais voltaram a procriar no país.

Luís Palma afirma que metade das águias pode acabar por vir a morrer, o que é natural. Os responsáveis do projecto estão conscientes de que, para ter resultado, o esforço terá de ser de longo prazo.

Para já, contam com 640 mil euros de financiamento para cinco anos. O dinheiro não vem do Estado, mas de uma empresa, a EDP, que ironicamente é alvo sistemático de críticas por parte de organizações ambientalistas, pelo impacto da construção de barragens em zonas de elevado interesse natural. Mas, segundo a EDP, apoiar um projecto como o da águia-pesqueira não é uma tentativa de amenizar os ataques. "Não é essa a nossa visão", diz António Neves de Carvalho, director de ambiente e sustentabilidade da empresa. O projecto "dá continuidade à estratégia da EDP para acrescentar valor à biodiversidade", diz Neves de Carvalho, salientando o facto de se poder repovoar as albufeiras com uma espécie que já terá sido comum em águas interiores no passado.

O projecto também tem o apoio da Sociedade Alentejana de Investimentos e Participações (SAIP), uma empresa do grupo Roquette que tem em curso a construção de um grande empreendimento turístico no Alqueva. A morada das águias é a herdade do Roncão, que dá nome ao projecto turístico - antes conhecido como Parque Alqueva e também contestado por ambientalistas.

Para André Roquette, administrador da SAIP, a iniciativa das águias enquadra-se na filosofia de sustentabilidade do empreendimento, cujo impacto na biodiversidade vai ser aferido com base numa caractezição já feita da situação de referência. "Estamos sempre abertos, dentro das nossas disponibilidades, a contribuir com esses projectos", afirma.

O Alqueva também foi contestado por várias organizações de defesa do ambiente. Mas para os líderes do projecto, era a opção ideal: é uma zona com pouca perturbação, muito espaço e peixes em abundância. Para as águias escandinavas, agora é esse o seu berço. Ao pé das suas gaiolas, sussurram-se as perguntas e as respostas da entrevista. Mais longe, à vontade sob a sombra de uma azinheira, Luís Palma reconhece que ele próprio foi contra a construção da barragem. E diz que muitos dos peixes que lá estão são de espécies introduzidas artificialmente na bacia do Guadiana. "É tudo artificial, mas tem um grande potencial", afirma. "Temos de ser pragmáticos".

Evoluir para o Sado

O Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) - que nunca dera seguimento a projectos anteriores de reintrodução da águia-pesqueira - agora está animado. "Começou por ser um pedido de importação de animais", afirma o seu presidente, Tito Rosa. "Mas desde logo pensámos que o projecto deveria evoluir para potenciar a reintrodução em áreas protegidas", completa. Uma fase seguinte, que o ICNB tentará apoiar financeiramente, poderá ser no estuário do Sado.

Por ora, com as penas das asas ainda a crescer, as jovens águias permanecem o tempo todo pousadas nas suas camas de feno, vigiadas por um circuito interno de TV e refrescadas com um duche automático, sempre que a temperatura sobe acima dos 30 graus Celsius.

A águia-pesqueira está ameaçada apenas regionalmente, no Sul da Europa, no Mediterrâneo e na Macaronésia. Com vastas populações no Norte da Europa, as possibilidades de reintrodução são mais fáceis do que as de uma espécie em risco global de extinção, como o lince. "É bom intervir na conservação antes que as coisas estejam mal", diz Luís Palma. "Este projecto pode servir de exemplo."
http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1502880