Identifiquei também muitos
Quercus robur no Pinhal Interior. Existe claramente uma fronteira nestas serranias entre o domínio de três espécies:
Quercus robur,
Quercus faginea e
Quercus suber.
Por exemplo, perto da barragem do Cabril dominaria o alvarinho. A sul de Proença-a-Nova já estamos em terras de sobreiro e azinheira, já se anuncia o montado da Beira Alentejana. Mas a Leste de Ansião, quando abandonamos a A13 e tomamos a estrada em direcção a Castelo Branco, domina o carvalho-cerquinho.
Na estrada nacional que liga Coimbra ao Porto, encontra-se carvalho-cerquinho aproximadamente até à zona da Mealhada. E aproximadamente a Norte desta cidade o carvalho-cerquinho desaparece para dar lugar ao alvarinho.
Portanto, a sul de Aveiro o alvarinho já não atinge o litoral, e a sul da Mealhada a sua área de distribuição estende-se ao longo das áreas mais húmidas e amenas das serranias beirãs, até bem perto do vale do Tejo.
É só olhar para este mapa da precipitação e visitar as zonas mencionadas:
Por baixo do pinhal e do eucaliptal os carvalhos tentam crescer... até ao próximo corte de árvores e consequente limpeza do terreno, ou até ao próximo incêndio.
Se houvesse um plano a longo prazo para os carvalhos em Portugal poderíamos ter uma exploração sustentável da sua madeira, em vez de insistirmos num produto ameaçado pela globalização: a indústria do eucalipto. Se calhar daqui a algumas décadas olharemos para o eucalipto como agora olhamos para as famigeradas Campanhas do Trigo, que destruíram irremediavelmente os solos de vastas áreas do Sul e do Interior.
Estes carvalhos são nossos e produzem madeira de elevadíssimo valor económico. Não crescem nos BRICS e é na Península Ibérica que têm as melhores condições edafo-climáticas para prosperar.
Por sua vez a cortiça é um material com muito futuro e não se vêem no terreno replantações de sobreiro com a dimensão que se pode encontrar em Espanha. E são necessárias, dada a mortalidade provocada pela doença do sobreiro e pelos incêndios.