MSantos
Moderação
Obrigado pela nformação muito pertinente. Faltam-nos directivas para proceder ao controlo desta espécie invasora. Apesar de chocante, a sugestão dada pode vir a ser a única viável, uma vez que a apanha não tem processo de conclusão (o que se faz com os animais apanhados?). A comercialização colide obviamente com o objectivo de erradicação, pois convida os menos honestos a fazer proliferar a espécie ainda mais.
Continuamos a cometer erros terríveis com a introdução de espécies animais e vegetais, por vezes com a melhor das intenções, e depois não temos meios, iniciativa ou coragem para impedir a destruição que causam nas espécies autóctones e na degradação da biodiversidade.
Em outro exemplo de erro histórico de introdução de uma praga destruidora, o chorão das praias, Carpobrotus edulis, tenho observado como ficam chocadas as pessoas que assistem por vezes à minha rotineira, mas obviamente esporádica, tarefa de arranque pela raíz dessa terrível invasora, nos locais em que passo e assisto ao aparecimento dos primeiros exemplares. Porque a ideia comum é que são plantas com flores bonitas, que cobrem tudo de verde, e que fazem parte do coberto vegetal natural. E no entanto, essa temível praga asfixia toda a flora autóctone existente, destruindo a sua diversidade e equilíbrio. A contaminação de todo o litoral do Parque Natural de Sintra-Cascais é uma catástrofe ecológica, ainda mais inadmissível por ocorrer num Parque Natural.
Então o Lagostim está a ser responsável por uma devastação semelhante ao chorão das praias, às acácias, etc. Se, por exemplo, deixarmos de ouvir o coaxar das rãs e assistirmos a uma cada vez maior proliferação de mosquitos, lembremo-nos deste, obviamente inocente, responsável. Os verdadeiros culpados somos nós, como sempre foi, é e será.
Em Portugal temos algumas espécies invasoras (animais e vegetais) muito prejudiciais, ao nível dos rios os lagostins (Procambarus clarkiie) e a perca-sol (Lepomis gibbosus) estão entre os que provocam piores pelos impactos, eu sei que choca, mas eu não tenho problema nenhum em dizer que já matei algumas dezenas de lagostins, principalmente durante o trabalho de campo para a minha tese de mestrado, todos os lagostins que vi e consegui apanhar nos rios de Trás-os-Montes foram atirados para longe da água ou esmagados com pedras, não tinha outra forma de os tirar do meio ambiente e sabia que dessa fora estava a impedir que aqueles exemplares continuassem a destruir a biodiversidade.
Os chorões das praias são das piores coisas que alguém algum dia se lembrou de meter nas dunas e falésias, são uma espécie atraente e bonita (como a maioria das espécies exóticas), mas são muito prejudiciais à biodiversidade, fazes muito bem em arranca-los, depois dos arrancares não os deixes em contacto com o solo pois podem voltar a pegar, são plantas que enraizam facilmente.
Muitas das espécies foram introduzidas acidentalmente, outras por serem bonitas, mas nunca é boa ideia introduzir uma espécie nova num ambiente, não se sabe os impactos que poderá causar, por mais inofensiva que a espécie pareça, nisso os Australianos não brincam, levam muito a sério o risco de introdução de novas espécies, já que lá já existem enormes problemas com invasoras e obviamente não querem mais.
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