O mapa de distribuição do Corço em Portugal (J. Fonseca, 1999) aparenta já estar significativamente desactualizado. De acordo com as informações que vou recolhendo, posso acrescentar o seguinte:
A – Norte do Douro; ocorrência numa área considerável do distrito de Viana do Castelo (no sentido da ocorrência em concelhos cada vez mais próximo do litoral), área ocupada no distrito de Vila Real é também já significativamente maior com observações em Boticas, Chaves, Vila Pouca, etc. No que diz respeito ao distrito de Bragança, a informação que disponho confirma a área de distribuição, não querendo isto dizer que não tenha havido um aumento assinalável da área ocupada pela espécie. O relato de observação de corço mais antigo que obtive é na zona da Serra da Nogueira e data do final da década de 60, onde aliás, se situa um dos mais sólidos “solares” do corço em Portugal. Aqui ocorreu uma expansão natural das populações a partir de Espanha.
Finalmente relativamente aos distritos de Porto e Braga, não acrescento mais informação.
B- Sul do Douro: se na região Norte, houve de facto uma expansão muito interessante nas últimas décadas, penso que é a Sul do Douro que a expansão desta espécie lança as questões mais interessantes. Não desprezando a expansão natural que ocorra a partir de Espanha para os distritos de Castelo Branco e Guarda, realço no entanto dois (re)povoamentos efectuados pelos ex-Serviços Florestais:
B.1 – Serra da Lousã – não tendo a certeza de quando este repovoamento foi exactamente efectuado (alguns na 1ª metade dos anos 90), o que é facto é que a expansão deste espécie na região foi “quase meteórica”, já que a população expandiu-se para o litoral (concelhos de Miranda do Corvo e Penela), para Sul (Castanheira de Pêra) e para o interior (uma maior expansão, que já alcança Pampilhosa da Serra e Arganil, sendo até provável que já tenha ocorrido para concelhos mais para o interior). Para Norte (no sentido de VN de Poiares e Penacova), não tenho qualquer informação e será um desafio ecológico interessante uma vez que o corço tem nestas áreas um habitat não tão favorável, onde pontifica o eucalipto.
B.2 – Beira Interior – a libertação dos animais desta população terá sido feita também na 1ª metade da década de 90, tendo a expansão sido igualmente assinalável. Das últimas informações que fui recolhendo, o corço expandiu-se para Sul até à Serra da Gardunha. Será também interessante perceber se o corço passa (ou quando passa) para os concelhos de Idanha e de Castelo Branco uma vez que, passamos a ter “habitats mais mediterrânicos” onde pontificam os montados de sobro e azinho. Relativamente ao mapa de Espanha, reparei que o corço existe também nesta áreas na região a Sul de Madrid, donde deve ser uma questão de tempo até o corço se expandir em direcção ao Sul em Portugal (se não o fez já).
Um outro vector importante de expansão, é a expansão desta população em direcção ao litoral, a partir da zona Norte da Serra da Estrela. Essa expansão terá como limite geográfico máximo a Serra da Freita, sendo que já se confirmou a presença em zonas como Vila Nova de Paiva e Momenta da Beira. Esta população vai ter um efeito importantíssimo porque irá contribuir certamente para a estabilização das alcateias ainda existentes entre a Serra do Leomil e Trancoso.
Duas outras questões interessantes se colocam:, a expansão para Norte em direcção ao Douro, de que não tenho informação, mas que me parece uma questão de tempo, bem como expansão na Serra da Estrela.
Relativamente a esta última, é muito provável que já exista colonização, muito embora não tenha também qualquer informação. Será aliás muito provavelmente no eixo entre Fundão e Gouveia que se fará a união das populações B1 e B2. A Serra da Estrela aparenta ter um grande potencial para o corço, donde é aqui também uma questão de tempo até esta surgir (se não estiver feita já e numa escala geográfica apreciável)
Na região Centro, existem ainda outras questões interessantes:
- como e quando se procederá à expansão do corço para as zonas do Pinhal Interior Sul, para além da área de Castelo Branco?;
- o que vai acontecer na região entre a zona interior de Coimbra e Sul de Viseu, onde existem áreas grandes de eucaliptais?;
- qual será a dinâmica da população de lobos, face à expansão desta população?
Abraços
Luís Reis
A – Norte do Douro; ocorrência numa área considerável do distrito de Viana do Castelo (no sentido da ocorrência em concelhos cada vez mais próximo do litoral), área ocupada no distrito de Vila Real é também já significativamente maior com observações em Boticas, Chaves, Vila Pouca, etc. No que diz respeito ao distrito de Bragança, a informação que disponho confirma a área de distribuição, não querendo isto dizer que não tenha havido um aumento assinalável da área ocupada pela espécie. O relato de observação de corço mais antigo que obtive é na zona da Serra da Nogueira e data do final da década de 60, onde aliás, se situa um dos mais sólidos “solares” do corço em Portugal. Aqui ocorreu uma expansão natural das populações a partir de Espanha.
Finalmente relativamente aos distritos de Porto e Braga, não acrescento mais informação.
B- Sul do Douro: se na região Norte, houve de facto uma expansão muito interessante nas últimas décadas, penso que é a Sul do Douro que a expansão desta espécie lança as questões mais interessantes. Não desprezando a expansão natural que ocorra a partir de Espanha para os distritos de Castelo Branco e Guarda, realço no entanto dois (re)povoamentos efectuados pelos ex-Serviços Florestais:
B.1 – Serra da Lousã – não tendo a certeza de quando este repovoamento foi exactamente efectuado (alguns na 1ª metade dos anos 90), o que é facto é que a expansão deste espécie na região foi “quase meteórica”, já que a população expandiu-se para o litoral (concelhos de Miranda do Corvo e Penela), para Sul (Castanheira de Pêra) e para o interior (uma maior expansão, que já alcança Pampilhosa da Serra e Arganil, sendo até provável que já tenha ocorrido para concelhos mais para o interior). Para Norte (no sentido de VN de Poiares e Penacova), não tenho qualquer informação e será um desafio ecológico interessante uma vez que o corço tem nestas áreas um habitat não tão favorável, onde pontifica o eucalipto.
B.2 – Beira Interior – a libertação dos animais desta população terá sido feita também na 1ª metade da década de 90, tendo a expansão sido igualmente assinalável. Das últimas informações que fui recolhendo, o corço expandiu-se para Sul até à Serra da Gardunha. Será também interessante perceber se o corço passa (ou quando passa) para os concelhos de Idanha e de Castelo Branco uma vez que, passamos a ter “habitats mais mediterrânicos” onde pontificam os montados de sobro e azinho. Relativamente ao mapa de Espanha, reparei que o corço existe também nesta áreas na região a Sul de Madrid, donde deve ser uma questão de tempo até o corço se expandir em direcção ao Sul em Portugal (se não o fez já).
Um outro vector importante de expansão, é a expansão desta população em direcção ao litoral, a partir da zona Norte da Serra da Estrela. Essa expansão terá como limite geográfico máximo a Serra da Freita, sendo que já se confirmou a presença em zonas como Vila Nova de Paiva e Momenta da Beira. Esta população vai ter um efeito importantíssimo porque irá contribuir certamente para a estabilização das alcateias ainda existentes entre a Serra do Leomil e Trancoso.
Duas outras questões interessantes se colocam:, a expansão para Norte em direcção ao Douro, de que não tenho informação, mas que me parece uma questão de tempo, bem como expansão na Serra da Estrela.
Relativamente a esta última, é muito provável que já exista colonização, muito embora não tenha também qualquer informação. Será aliás muito provavelmente no eixo entre Fundão e Gouveia que se fará a união das populações B1 e B2. A Serra da Estrela aparenta ter um grande potencial para o corço, donde é aqui também uma questão de tempo até esta surgir (se não estiver feita já e numa escala geográfica apreciável)
Na região Centro, existem ainda outras questões interessantes:
- como e quando se procederá à expansão do corço para as zonas do Pinhal Interior Sul, para além da área de Castelo Branco?;
- o que vai acontecer na região entre a zona interior de Coimbra e Sul de Viseu, onde existem áreas grandes de eucaliptais?;
- qual será a dinâmica da população de lobos, face à expansão desta população?
Abraços
Luís Reis