Bem, eu não estou aqui para criticar ninguém. As criticas que fiz foram a intervenções que aqui li e com as quais não concordei. Não me parece que tenha ofendido ninguém com o que escrevi, se o fiz, peço desculpa....:
Ok, não há problema.
Não percebo como é que a "historia" do esquilo estava esclarecida. Em ambos os tópicos onde pus o meu texto estava uma grande confusão sobre esquilos, ardilas, pessoas a dizer que sempre os virem na sua terra, a duvidar da extinção, a falar em sub espécies, por aí fora...:
Já se tinha concluído que se fala apenas de uma espécie ( Sciurus vulgaris), espécie que está a aumentar e que em alguns pontos existia quando ainda era encarada com uma espécie extinta em Portugal.
Sabe o que é, por vezes os locais sabem mais sobre a fauna local do que as pessoas que nunca lá estiveram.
Em relação ao lobo, os vários estudos espanhóis que li indicam que eles já não existem na Extremadura (incluindo a Serra de Gata). O próprio link que aqui foi posto dá a entender que esporadicamente pode entrar um lobo na Extremadura, mas que já não há populações estáveis e reprodutoras.:
O que eu disse é que parece-me muito provável que o lobo entre esporadicamente na Extremadura.
Não falei em populações reprodutoras.
Isto é um indício de uma possível recolonização, processo aliás já MUITO evidente na vizinha região de Castilla la Mancha.
Existem populações de lobos em zonas que ficam entre Castilla la Mancha e Extremadura, não me parece já muito correcto afirmar categoricamente que os lobos estão totalmente ausentes da Extremadura.
Isto aliás está no artigo que postei... A não ser que os lobos liguem às fronteiras de distritos criadas pelas pessoas e sejam preconceituosos com assuntos deste género.
Animais em dispersão, ao contrário do que muita gente pensa, têm muito mais importância do que se julga.
São muitas vezes eles os fundadores e os indicadores de possíveis grandes mudanças. Todas as populações de animais e plantas que conhecemos, começaram devido à «coragem» dos seus fundadores, nas suas aventuras da sobrevivência. E tudo o resto que se diga contrário a isto é disparate e infundado.
Isto é a regra. Pode haver uma ou outra excepção, mas isso só confirma a regra.
Eu não digo que um ou outro lobo não possa passar pela Gardunha ou Malcata, mas parece-me muito extrema afirmação categórica "Há lobos na Malcata". Não sei de que data é esse livro dos parques naturais. Mas dizer que há lobos em S. Mamede em 2010 ainda me parece menos possível que nos casos da Malcata e Gardunha.:
Sim, não há dúvidas que os lobos existem na Serra de Gata e Malcata.
Mais uma vez é mencionada uma população na Gata, no artigo que postei.
Agora se são residentes e reprodutores isso já é outro assunto. As alcateias por vezes mudam de território ou seja isto é um aspecto dinâmico não estático. Por vezes, nem estamos a falar de alcateias, mas de lobos passageiros ( solitários), ou em pequenos grupos, etc...
Na Serra de S. Mamede fala-se em passagens esporádicas de lobos. Se isto é verdade ou não, não sei... Das vezes que lá fui, não vi nenhum, mas isso não me leva fazer qualquer tipo de comentários sobre o assunto. Pior então seria, se nunca lá fosse e mesmo ouvindo sobre relatos da sua existência, continuaria a negar a probabilidade da sua presença, baseando-me em zero referências sobre o assunto.
Agora, evidentemente que na Malcata parece-me mais certa a sua presença que na Serra de S. Mamede.
A frequência de informações deste tipo, em espécies deste género ( que percorrem grandes distâncias em busca de novo território ( por vezes dezenas de kms em um par de dias), que muitas vezes são batedores de alcateias (entre outras situações)), nem sempre têm correlação com o ano, mas antes com variáveis muito mais complexas do que as temos conhecimento. Por exemplo, em condições como as que temos observado ultimamente, está favorecida claramente e ainda mais, a dispersão de indivíduos.
Já agora, o Seattle92 acha que existem alcateias de lobos na região de Montalegre?
Eu estou a falar de 2010, e estarmos a levar em conta informações de estudos 1998 ou 2000 pode-nos levar a conclusões erradas. Se temos zonas em que na década de 90 já só aconteciam incursões ou ataques a gado muito esporádicos, e em que se sabia que já não haviam populações reprodutoras. O mais provável é que em 2010 já não hajam mesmo lobos nenhuns nessas zonas.
Bem, para que se saiba, o lobo já teve bem pior em Portugal e em Espanha. Embora hoje não esteja como devia, já está melhor.
De 2000 até 2010, ao contrário do que muita gente possa pensar, nem tudo piorou.
Os carvalhais aumentaram, as presas do lobo e do urso aumentaram, o êxodo rural permaneceu uma realidade cada vez mais evidente ( então com a crise a partir de 2001 ainda pior), o impacto da caça é menor ( já há menos caçadores e há maior consciência ambiental), a caça está muito mais limitada e com leis muito mais rigorosas, já não se fazem batidas ao lobo como antes, etc, etc...
E depois nem é só isso: mesmo as zonas vizinhas de Espanha, registam francos aumentos de lobos e até de ursos. De aves de rapina então, nem se fala. E isto tanto se aplica a Espanha como a Portugal ( com uma ou outra excepção, claro). Todos estes animais são bioindicadores e eles mais que ninguém transparecem o que realmente se passa nos ecossistemas.
Perante este conjunto de realidades evidentes, queria salientar que contudo, há coisas boas e más no meio disto tudo.
Por um lado as coisas melhoram, por outro nem por isso.
Certas espécies dependiam das actividades dos agricultores, outras eram até prejudicadas.
Mas sem dúvida que muitas coisas têm melhorado, eu diria que até bem mais do que muita gente pensa.
Espero que se possa continuar a debater estes temas, sem ver um ataque pessoal em cada texto que se escreva
Exacto é o que espero também.
Uma vez que lidamos com assuntos de grande responsabilidade, penso também que seria interessante, começar a procurar artigos e trabalhos que defendam os pontos de vista de cada um.
Dar a nossa opinião é interessante, mas por vezes devemos dar mais alguma coisa.