Previsões curto prazo: até 3 dias (Janeiro 2016)

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O GFS já alterou ligeiramente a localização dos maiores acumulados, estando tendencialmente agora no G. Central. Mas ainda é cedo, havendo certamente melhores dados amanhã. A chuva a sério deverá começar no dia 11.
 


Tudo bem, mas, como sempre o IPMA joga pelo seguro. As rajadas previstas já estão no limite do amarelo e na transição para o laranja. Parto do princípio que o IPMA exclui por completo a hipótese de uma rajada de 95km/h ou mesmo de 91 km/h, que já estão dentro do intervalo para aviso laranja.

Ainda podia ir mais longe e dizer que como, penso eu, é extremamente difícil de detectar previamente se as rajadas podem atingir 90 ou 95 hm / h, poderia afirmar que o IPMA quis ser conservador e escolheu emitir o aviso amarelo em vez do laranja.

Por outro lado, também posso pensar que o IPMA emitiu aviso amarelo, porque não acredita que as rajadas de vento se aproximem dos 90 km)/h. O que neste caso, estaria a induzir a população em erro, esperando esta fortes rajadas, quando na realidade vão ser mais baixas.

Estas duas ideias são paradoxais, pois a primeira implica que o IPMA está um pouco conservador, enquanto na segunda está um pouco arrojado.

A ideia que eu fico é que o IPMA está ainda um pouco indeciso em relação à intensidade do vento neste evento.
 
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Estas duas ideias são paradoxais, pois a primeira implica que o IPMA está um pouco conservador, enquanto na segunda está um pouco arrojado.A ideia que eu fico é que o IPMA está ainda um pouco indeciso em relação à intensidade do vento neste evento.

As entidades oficiais por norma trabalham segundo protocolos e não por meras conveniências.
 
Fazendo uma antevisão das próximas 72 horas no arquipélago dos Açores usando o GFS 18z... certos aspetos deste evento parecem-me algo voláteis por isso vou dividir a minha opinião por dias.

Nas próximas 24 horas:

Oo arquipélago dos Açores continuará a ser afetado pelo rio atmosférico, havendo ainda a passagem, na próxima madrugada, da depressão nos níveis baixos que abordei anteriormente (aviso amarelo para chuva nos Grs. Central e Oriental). Ao longo do dia de amanhã, a frente (tecnicamente é isto que está nas cartas frontais) deslocar-se-á para sudoeste e a humidade em altitude irá reduzir drasticamente, impossibilitando a ocorrência de chuva muito significativa. Ainda assim, a saturação do ar nos níveis baixos fará com o que o dia seja tendencialmente muito cinzento. Nota ainda para o final da tarde fresco.

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No período 24-48 horas (18h do dia 10 até 18h do dia 11):

Não obstante a imensa distância, a depressão começará a afetar o arquipélago mediante um cavado. Este cavado será responsável por trazer novamente o rio atmosférico para as ilhas. O ar tenderá a estar muito saturado nos vários níveis da atmosfera (850, 700 e 500 hPa) e tenderá a ser mais persistente no G. Ocidental e Central.

Para o final deste período, e em termos de convectividade, o cavado irá interagir com o anticiclone formando uma região convectiva semi-permanente perto ou sobre o G. Ocidental e Central. O GFS modela recorrentes cisões e novas formações de um bloqueio a norte das ilhas. Esta intensa batalha, e correspondente choque de massas de ar muito diferentes, é visível nos gradientes térmicos muito significativos (especialmente aqui e aqui. Há grandes diferenças mesmo à superfície).

A formação de depressões abertas secundárias, se e quando ocorrerem, irá exacerbar localmente a convecção. O grande fator que me suscita muitas dúvidas é mesmo a água precipitável a 850 hPa. Há muita incerteza. E qualquer aumento no seu valor irá incrementar os acumulados convectivos. A situação não é mais crítica porque os ventos não têm muita força em altitude (aqui e aqui).

Em termos de outros fatores convectivos, o SBCAPE e o MLCAPE mais significativos tenderão a estar a sul do G. Oriental e Central, onde não há muita convectividade em altitude. Contudo, não descarto trovoada nesta zona devido a alguma força nos ventos. As células terão que ultrapassar a reduzida humidade em altitude. Não obstante a helicidade extrema, o cisalhamento muto intenso não deverá permitir a ocorrência de fenómenos severos de vento ou trovoadas (severas) devido à falta de maior suporte convectivo. Só mesmo a sul do G. Oriental mas já abordei a pouca humidade em altitude.

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No período 48-72 horas (18h do dia 11 até 18h do dia 12):

Não vou fazer uma previsão detalhada devido à referida volatilidade. Mas neste período haverá a continuação das condições anteriormente mencionadas enquanto o referido cavado origina a 2ª depressão fechada (e divide permanentemente o anticiclone em 2).

Convectivamente, o G. Oriental tem bons índices para a ocorrência de trombas d'água/tornados fracos (instabilidade, helicidade...). O ar extremamente seco em altitude poderá inviabilizar isso (ainda é cedo).

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Em termos de conclusão, este evento deverá afetar mais o G. Ocidental e Central. A chuva tenderá a ser persistente, podendo variar entre chuva miúda e chuva intensa (esta pode ocorrer a qualquer movimento, devido ao surgimento das depressões secundárias, de movimentos verticais dispersos ou a outros fatores). Os ventos, e consequentemente a chuva, deverão ser mais intensos entre o dia 11 e o dia 12 aquando da formação da nova depressão. A orografia deverá desempenhar um papel significativos especialmente em ilhas como S. Jorge que são autênticas paredes:

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Este evento poderia ser muito mais gravoso. Tanto em termos de sinótica como em termos de localização (S. Miguel). Ainda assim, muita chuva deve ser esperada.

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Reitero que há ainda muita incerteza. O ICON não modela a génese da 2ª depressão a norte/nordeste dos Açores. Modela sim a manutenção do bloqueio a norte e uma depressão estacionada sobre o arquipélago que traria uma corrente prolongada de sul. A ver...

Cavado 'normal' e respetiva chuva (que não é muita):

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O bloqueio vence e a depressão (aberta) fica no arquipélago:

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este IPMA não tá quieto...era às 6 da manhã de hoje, depois meteram às 18h de sábado, atualizaram, pras 19h e agora já só começou à 1 da manhã de domingo lol

Eles vão atualizando até começar a chover a potes basicamente. Assim ninguém se engana.. Ridiculo, são eles pagos para este trabalho, dificil..
 
este IPMA não tá quieto...era às 6 da manhã de hoje, depois meteram às 18h de sábado, atualizaram, pras 19h e agora já só começou à 1 da manhã de domingo lol

Eles vão atualizando até começar a chover a potes basicamente. Assim ninguém se engana.. Ridiculo, são eles pagos para este trabalho, dificil..

Vamos lá pessoal, isto aqui não é o muro das lamentações anti-IPMA, é um tópico de previsões.

Para reclamar com o IPMA: https://www.ipma.pt/pt/siteinfo/contacto.jsp
 
É evidente pelas imagens de sat IR/WV a presença de uma shortwave no jet polar sobreposta à margem frontal de superficie...
Uma nova ondulação em altura deverá voltar a excitar a região frontal durante o fim da manhã e inicio de tarde.
Ar relativamente frio nos níveis médios e altos mantém-se presente na região norte, com a isoterma dos -20ºC aos 500hpa a sair da região apenas durante a tarde.

Mantém-se o regime de advecção e convergência de humidade, com a análise mesoescalar a sugerir valores de SBCAPE até 300-600J/Kg sem inibição convectiva.

As condições cinemáticas continuam muito favoráveis, com 0-6km shear até 35-40m/s e SRH entre 150 e 300m2/s2.

Nestas condições espera-se o desenvolvimento de estruturas em arco e convecção em training/LEWP assim como low topped supercells de carácter discreto.

Todos estes modos convectivos serão capazes de gerar tempo severo, em especial precipitações excessivas até 70mm/3h e rajadas severas, com fenómenos extremos de vento possíveis.

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O GFS aumenta a água precipitável a 850 hPa. Pelo WRF e o ECM deverá ser emitido um aviso laranja. No caso do modelo europeu o aviso poderá ser prolongado. Os grandes acumulados mantêm-se:

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O ICON já segue o GFS e o ECM em termos de sinótica. Os acumulados também são semelhantes:

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Como é um evento em que há muita convecção misturada com chuva estratiforme não me admiraria nada se a dada altura fossem cumpridos os critérios para aviso vermelho.
 
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