Para os Açores mantém-se o cenário de uma provável ciclogénese explosiva pela região ou próximo.
Animações baseadas na saída do GFS das 00z:
Comparativo do ECM e GFS (saídas das 00z) para as 96h, já depois do centro passar pelos Açores.
Para os menos informados, a definição mais corrente de ciclogénese explosiva é a descida de pelo menos 24hpa no centro duma depressão extratropical em 24 horas, à latitude 60N. A uma latitude mais baixa o conceito de "bomba meteorológica" não requer os 24hpa da definição visto que quanto mais para sul mais difícil é para a atmosfera cavar uma depressão (não tropical).
Na saída das 00z do GFS temos estes valores na tabela seguinte, um cavamento de 22mb em 24 horas, ou 14mb em 12 horas do centro da depressão. Ambos os valores encaixam no conceito de ciclogénese explosiva para esta latitude:
Importa contudo notar que ainda faltam bastante horas e entre modelos e saídas vão variando ainda muitas coisas. Poderá ser um banal temporal para os Açores, ou poderá ser algo mais. A intensidade destas coisas variam muito conforme o local, a rapidez do cavamento, a compressão das isobaras em relação à sinóptica geral circundante e aonde são gerados os ventos mais intensos, o cavamento que realmente vier a ocorrer, etc,etc.
Por exemplo, olhando apenas para o GFS, as últimas 4 saídas, para 2ªfeira às 12z e 18z, dá para ver que ainda vão mudando coisas (e vão mudar mais ainda).
Para finalizar,
Como atenuante,
Por exemplo no GFS apesar do carácter explosivo este modelo não chega nunca a modelar ventos mais extremos que muitas vezes estão associados a ciclógeneses explosivas. Embora isso possa eventualmente mudar, tal como pode desagravar.
Como agravante,
Esta depressão que é cavada de forma explosiva próximo dos Açores já vem das Bahamas, é mais instável e húmida do que é habitual em eventos desta natureza, que muitas vezes são de vento intenso mas pouco instáveis. Instabilidade pode agravar localmente fenómenos de vento e precipitação intensa.
Situação a acompanhar, sem dramas.