Seca em Portugal

Governo avança com declaração de seca em 40% do território.​

Hoje às 13:31

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A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, garante que já assinou a declaração de seca na passada sexta-feira, que abrangerá 40% do território e 67 municípios a sul do Tejo.

O despacho será publicado nos próximos dias e terá efeitos retroativos a 5 de maio.


No Fundão, Maria do Céu Antunes especificou, esta segunda-feira, que aguardava apenas pela declaração de seca do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) para avançar com o despacho. A ministra sublinha que é "40% do território que está" em seca.

"São 67 municípios a sul do Tejo que ficam com declaração de seca. Entretanto, é expectável - e o IPMA diz-nos isso mesmo - que a situação tenderá a agravar-se" no território nacional, atingindo mais municípios, "até porque tivemos, em abril, três ondas de calor, temperaturas médias e máximas acima de normal e uma humidade e pluviosidade abaixo do normal desde fevereiro", sublinhou a ministra da Agricultura.

A governante indicou, ainda, que, das 65 albufeiras que serão monitorizadas, todas têm planos de contingência e só cinco possuem limitações sérias. "As outras têm capacidade de suportar a campanha de 2023 para rega", argumentou.

De acordo com o Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos, em abril, as bacias hidrográficas com um nível de armazenamento muito abaixo da média de 1990 a 2022 para esta altura do ano são a do Barlavento, com apenas 13,3% de volume de água armazenada, quando a média era de 76,5%, a de Mira (atualmente, com 35,7% de volume de água armazenada contra uma média de 77,1%), a de Arade (hoje com 39,6% contra uma média de 60,3%) e a do Sado (hoje com 60,1% contra uma média de 65,8%). As restantes bacias hidrográficas, todas acima do rio Tejo, estão com um nível de armazenamento superior a 77%.

 

FREQUÊNCIA E INTENSIDADE DOS EPISÓDIOS DE SECA EM PORTUGAL SERÃO CADA VEZ MAIORES. "É MAIS FÁCIL UMA ADAPTAÇÃO A NOVAS CULTURAS DO QUE RESOLVER UM PROBLEMA MUNDIAL"


Adaptação a novas culturas e também a novos hábitos, algo que deve ser difícil. Portugal pode encerrar tudo e mais alguma coisa, como aconteceu com as centrais a carvão, que não vamos deixar de ser dos países que mais vai sofrer com as alterações climáticas, principalmente com a seca e ondas de calor. Os países que mais poluem, pouco devem estar a fazer para combater tal coisa, portanto, adaptação deverá ser mesmo a palavra de ordem.

Uma coisa é certa de momento, não estamos preparados para enfrentar a escassez de água, nem as ondas de calor. Há uns tempos li que a seca é dos desastres naturais que mais mata, o que faz sentido, pois sem água não há vida.
 
Temos imagens de satélite do passado dia 14/05 bastante nítidas do sul do país.

Acentuam-se as diferenças entre a área de rega do Alqueva, e a área que não é abrangida pela rega:

Ver anexo 5163

Ver anexo 5164

Ver anexo 5165

Apesar de todos os impactos ambientais que teve e tem um empreendimento deste tipo, o Alqueva foi uma obra essencial para revitalizar o Baixo Alentejo e servir de grande reserva estratégica de água. Como é típico em Portugal demorou décadas a materializar-se com sucessivos avanços e recuos, podia ter sido feita muito mais cedo, o que possivelmente teria ajudado a estancar décadas de êxodo rural na região.
 
Apesar de todos os impactos ambientais que teve e tem um empreendimento deste tipo, o Alqueva foi uma obra essencial para revitalizar o Baixo Alentejo e servir de grande reserva estratégica de água. Como é típico em Portugal demorou décadas a materializar-se com sucessivos avanços e recuos, podia ter sido feita muito mais cedo, o que possivelmente teria ajudado a estancar décadas de êxodo rural na região.
Concordo em absoluto. Tudo tem impacto ambiental. Mas as imagens são nítidas e claras: há um Alentejo com Alqueva e um Alentejo sem Alqueva.
Da nostalgia dos montados, das cearas e das flores, a 14 de Maio (Primavera), sobram centenas de milhares de hectares secos, com pouca vida, desertos...
Não fosse o Alqueva, e o deserto chegava a Évora.
 
Concordo em absoluto. Tudo tem impacto ambiental. Mas as imagens são nítidas e claras: há um Alentejo com Alqueva e um Alentejo sem Alqueva.
Da nostalgia dos montados, das cearas e das flores, a 14 de Maio (Primavera), sobram centenas de milhares de hectares secos, com pouca vida, desertos...
Não fosse o Alqueva, e o deserto chegava a Évora.

O Alqueva permite irrigar 130 mil ha atualmente, com as expansões previstas vai alcançar os 170 mil ha, o que inclui a ligação à barragem do Monte da Rocha que está cronicamente em seca.