Seguimento - Incêndios 2014

A apagar fogos

PAULO MORAIS

Os incêndios florestais repetem-se em cada Verão, destroem uma das nossas maiores riquezas, ceifam vidas, representam um prejuízo de largos milhões de euros. Os fogos têm origem muitas vezes em acções criminosas de incendiários. Mas a sua principal causa é outra: um não menos criminoso abandono do território, em particular da floresta, por parte do Estado português.
A falta de prevenção, a ausência de um programa de manutenção das matas públicas, o abandono dos baldios transformam o território rural num potencial de combustão que deflagra ao mínimo rastilho. A incúria, o descuido e períodos de calor extremo fazem o resto.
Há, no entanto, excepções, florestas onde raramente há incêndios. É o caso do Pinhal de Leiria ou das zonas sob a protecção da Portucel que se destinam à produção de pasta de papel; também não consta que haja problemas nos terrenos detidos por fundos de investimento imobiliário florestal; são ainda escassos os fogos em zonas de produção de cortiça. Os privados gerem estes largos milhares de hectares de floresta apostando mais na precaução e não tanto em meios de combate a incêndios. Já a nível da gestão pública, a incompetência domina. Falta um cadastro florestal, não há prevenção, não se procede à limpeza sistemática das matas. Falta investimento em centrais de biomassa, que poderiam servir, em simultâneo, os propósitos de rentabilidade e de manutenção das florestas.
Entretanto, morrem bombeiros. Gastam-se fortunas num combate a incêndios desprovido dos meios necessários, descoordenado e ineficaz. Desperdiçam--se os muitos milhões de euros que seriam gerados directamente pela actividade florestal. E degrada--se o ecossistema. Só será possível debelar esta série de calamidades com uma efectiva política de prevenção, que deveria envolver as forças armadas e de segurança, bem como os serviços do inútil Ministério da Agricultura. Claro que, em primeira instância, a gestão destes processos competiria aos corpos de bombeiros, cujo desempenho seria avaliado e remunerado em função das áreas que mantivessem livres de incêndios e nunca, como hoje, pelo número de horas de combate. Em vez de andar a pagar fogos, o Estado deveria, pelo contrário, premiar a sua inexistência.

Correio da Manhã

Dossiê sobre incêndios: O governo usa os impostos para incentivar incêndios?

Tens total razão!!!
 
Parece que Amarante é o grande incêndio pra já da época. Chegou mais cedo que no ano passado.

Não sei se o histórico da Protecção Civil é completo mas assinala o início do incêndio durante a madrugada.

Vamos ver o impacto destes 4-5 dias no combustível...
 
arrancou agora outro incêndio na Pereira, Mexilhoeira Grande - Portimão, próximo do autódromo... parece complicado.
 
Em Amarante a coisa está complicada, os bombeiros da cidade já foram numa GRIF do distrito. Por aquilo que sei de uma pessoa que lá se encontra do comando, ele tem três frentes, mas duas delas estão a arder com intensidade, para ajudar a complicar, o vento sopra com alguma intensidade.
 
Vista do incêndio da Mexilhoeira a partir da Ria de Alvor:
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Aqui de Silves também se avista o fumo.

Situação activa com 2 frentes.
 
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O vento do quadrante norte, se estiver a entrar norte, pelo menos impede que saia de Portimão e entre em Monchique e atira-o para uma zona de hortas e muito menos arborizada.
 
O vento do quadrante norte, se estiver a entrar norte, pelo menos impede que saia de Portimão e entre em Monchique e atira-o para uma zona de hortas e muito menos arborizada.

No Sítio das Fontes virou agora para ESE...
 
O fumo baixou e começa agora a entrar pela cidade de Portimão. Estava com esperança que hoje pudesse deixar as janelas abertas mas se calhar não vai ser possível.
 
Estão a abrir aceiros... não tenho a certeza da zona mas pode estar a aproximar-se da floresta do lado de Silves.

Em Amarante, com a noite o combate parece estar a resultar.
 
Pelo que vi a tarde e ainda a pouco de um ponto elevado, parece-me que a principal preocupação será a edificação dispersa existente nas redondezas. E também me parece que mais depressa se aproxima da zona florestal de Monchique que da de silves.