Seguimento - Incêndios 2022

Reduzir ao máximo a possibilidade e probabilidade de ignições nestas alturas já seria uma grande ajuda, quanto menos ignições houver menor será a dispersão dos meios e eficaz será o combate.
E isso, mas para tal voltamos a bater na mesma tecla de 2017. Formação e informação, e mesmo assim poucas pessoas sabem o que fazer e não fazer nestas situações. Aliás cheguei a ler criticas aos atuais niveis de alerta nas redes sociais porque limitam a nossa liberdade. Isto é insano, a sensação que eu fico dos ultimos dias é que não se aprendeu nada com 2017, nem governos nem a população no geral.
 
Eu não sou contra os eucaliptos, a minha opinião em relação aos mesmos é muito parecida com a do @MSantos num post mais acima. O meu post inicial a referir que este incêndio não era bem igual aos outros é porque aquela área é bem gerida e tem todos os meios daquilo que todos reconhecem a estas zonas de produção de eucalipto. O que me causa um enorme receio é que se mesmo com todas as boas práticas de gestão, toda aquela zona ardeu e no curto espaço de tempo que ardeu. Para além de evitar as ignições eu não sei de que forma se pode evitar estes grande incêndios quando estas condições meteo se fazem sentir.
 
Acho que há por aqui algumas ideias desenquadradas com a realidade de uma maneira geral nos tempos em que vivemos há muito teórico em todo o lado e pouca ação acho que não é preciso ser muito inteligente para perceber que é muito mas difícil combater um fogo num eucaliptal num montado se alguém tem dúvidas disso que se inscreva nos bombeiros mais próximos e vá experimentar mas é óbvio que há quem argumente o contrário

Sem dúvida que é muito difícil combater um fogo num eucaliptal, mais difícil do que noutros tipos de ocupações do solo. Então vamos deixar de investir em tudo o que seja inflamável porque o combate é difícil? Então e se for uma fábrica de produtos inflamáveis? Vamos acabar com todas as fábricas de produtos inflamáveis porque em caso de fogo o combate é muito difícil? É esse o argumento?

Não seria mais útil compartimentar a paisagem, afastar as plantações 50 ou 100m das casas, gerir bem diminuindo a carga de combustível, de forma a que se um eucaliptal arder possa ser mais fácil o combate? Não seria mais útil criar faixas sem eucaliptos de 5 ou 10 metros ao longo de todas as estradas de forma a que em caso de fogo facilitarem o combate e permitam a fuga das pessoas? Não seria boa ideia que todos as municípios tivessem os Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios atualizado (muitas não têm).? Talvez também não fosse má ideia utilizar mais o fogo controlado fora da época mais critica para criar zonas de descontinuidade na paisagem... Apenas algumas ideias, muito mais coisas haveria a dizer (e fazer).
 
Eu não sou contra os eucaliptos, a minha opinião em relação aos mesmos é muito parecida com a do @MSantos num post mais acima. O meu post inicial a referir que este incêndio não era bem igual aos outros é porque aquela área é bem gerida e tem todos os meios daquilo que todos reconhecem a estas zonas de produção de eucalipto. O que me causa um enorme receio é que se mesmo com todas as boas práticas de gestão, toda aquela zona ardeu e no curto espaço de tempo que ardeu. Para além de evitar as ignições eu não sei de que forma se pode evitar estes grande incêndios quando estas condições meteo se fazem sentir.

Infelizmente não há milagres com as condições extremas que temos, mesmo que tudo esteja bem feito é difícil, quando temos relvados de campos de golfe a arder está tudo dito. Incêndios vão haver sempre e num cenário de alterações climáticas ainda será pior no futuro. Temos é que garantir que pelo menos as vidas e as infraestruturas sejam salvaguardadas. As áreas florestais, agrícolas e demais zonas rurais embora se possa diminuir o risco este vai existir sempre e todos os anos algumas vão arder com maior ou maior intensidade.
 
Em condições extremas como estas a espécie é completamente irrelevante. Com a forma como temos o espaço ocupado também é muito difícil reduzir significativamente a quantidade de ignições. Mesmo deixando de "viver" por alguns dias, suspender quase todas as atividades, a circulação, com as consequências negativas que daí resultam, em condições assim tão favoráveis, há sempre equipamentos ou infraestruturas que causam algumas ignições. Contar com um verão sem fogos, com um clima como este, é impossível.
 
Com este tipo de condições meteorológicas a serem cada vez mais frequentes, não haja grandes ilusões.
 
Em condições extremas como estas a espécie é completamente irrelevante. Com a forma como temos o espaço ocupado também é muito difícil reduzir significativamente a quantidade de ignições. Mesmo deixando de "viver" por alguns dias, suspender quase todas as atividades, a circulação, com as consequências negativas que daí resultam, em condições assim tão favoráveis, há sempre equipamentos ou infraestruturas que causam algumas ignições. Contar com um verão sem fogos, com um clima como este, é impossível.
Com muita responsabilidade mesmo em condições extremas como estas é possível reduzir muito mais as ignições. Não digo chegar a 0 mas quase. Já imaginei mil e uma formas de ignições negligentes ou não e não compreendo valores tão elevados. Máquinas agrícolas a pegarem fogo( não deveriam circular estes dias), curto circuitos( não me parece algo banal diariamente), carros a sobreaquecerem e a provocarem incêndio(não deverá ser algo normal diariamente), rebarbadoras em zonas de floresta ( pouco comum e não deveriam operar estes dias), cigarros ( muita atenção. Não sei até que ponto..), explosões de gás(pouco provável), fábricas de explosivos(pouco provável), fogueiras de campismo ( não podem ou não devem de todo ser realizadas nestes e noutros dias de Verão, curto- circuitos de cabos eléctricos da rede ( não é algo recorrente diariamente e ainda mais depois de tanta atenção mediática), e deverão haver muitas mais...não estou a incluir aqui o fogo deliberado.

Resumindo em vez de 190 ignições ontem, imaginando que só tivéssemos tido 100 ou 50 se calhar dava uma ajuda...também no geral acredito que grande parte das ignições tenha acontecido em perímetro urbano onde existe maior concentração de população/descuido, negligência e aí facilmente extinguíveis.
No entanto isso também desvia muito as atenções para outras ocorrências mais agressivas.
 
Não sei se é do calor, mas às vezes ponho-me a pensar coisas parvas, do tipo:

No tempo das conquistas, desde o D. Afonso Henriques, também andavam assim com este calor, uns a cavalo e a maioria a correr pelos matos de norte a sul, debaixo de 40 e tal graus contra os mouros? É de doidos..

O risco de incêndio também devia ser elevado, pois o nosso clima é mediterrânico, porém, com algumas diferenças:
- Não havia estradas, quando muito, algumas calçadas romanas ou veredas que no máximo permitiam a circulação de burros (principal transporte até às invasões francesas).
- Ninguém fumava, logo, também não atiravam beatas para fora das carroças, como hoje fazem nos carros.
- Não havia máquinas. Até para fazer fogo eram necessários alguns conhecimentos, ou então ir buscá-lo à igreja para manter alguma candeia acesa em casa.
- Se já havia incendiários, não eram considerados malucos, mas antes considerados pessoas que deviam ajustar contas com Deus um pouco mais cedo.

Desculpem lá estas coisas..
 
Nada percebo disto, mas parece-me que enquanto acharmos que o problema está na limpeza dos terrenos vamos continuar lixados...
Vou dar o meu exemplo. Vivo numa aldeia e não quero saber de agricultura. Como eu, há muitos mais, a maioria. Se compararmos com os tempos dos meus avós, todos cultivavam....
Hoje os que ficam no interior, não querem saber de agricultura, e são os que ficam, pois grande parte da juventude parte para o estrangeiro, ou para o litoral. Limpar o quê e quem? Maioria dos terrenos já nem se sabe de quem são. E por favor não me falem do Estado, pois nem os dele limpa...
Por isso enquanto não se mudar verdadeiramente a política de esquecimento do interior(eu sei que também há incêndios no litoral), não vale a pena virem com as medidas A, B,C, etc, pois as mesmas nunca vão funcionar.
O Sr. Primeiro Ministro já com incêndios a decorrer foi fazer uma visita onde não existiam na data incêndios, Coimbra, Lousã e Viseu!!! Chegou mesmo a dizer que uma das soluções era criar pequenas hortas em redor das aldeias!!! Eu gostava de o convidar a abdicar do seu salário, e de parte do dinheiro que tem no banco e a vir viver para o interior e cultivar a sua hortinha para perceber como pagava as contas...nem sei se devo rir ou devo chorar. Desconhecimento total da realidade do país, em que não percebe que quem faz agricultura de subsistência sai de casa antes do nascer do sol e chegue muito após o mesmo se ter posto. E este é um grande mal do nosso país. Grande parte das medidas são criadas pelos engravatadinhos das selvas de cimento, tendo em consideração essa realidade e não percebendo que as mesmas não se adequam à maioria do território.
Pós incêndios de 2017, os Programas Regionais de Ordenamento Florestal (PROF) indicam que eucalipto é espécie a privilegiar. Em 95% do território nacional será espécie privilegiada. Se não estou equivocado esta medida foi em 2021. Difícil de entender, até por todas as declarações pós incêndios de 2017.
Andamos nisto ano após ano e quando o hype passar na imprensa é um assunto completamente esquecido até á próxima temporada de incêndios.
E para o ano cá estaremos com o mesmo problema, aliás ainda pior, com cancelamentos de visitas ao estrangeiro para parecer bem, com políticos a darem abraços e beijinhos para a foto, com o anúncio que os meios são mais que suficientes, blá, blá, blá e com o país totalmente a arder...
 
Fogo obriga a cortar EN 104 na Trofa.

Um incêndio que deflagrou pouco depois das 16 horas, numa zona de mato na envolvente da empresa Brasmar, em Guidões, no concelho da Trofa, levou ao corte da EN104, naquela zona.

No combate ao fogo estão os Bombeiros Voluntários da Trofa, com 15 operacionais e cinco viaturas.

 
Nada percebo disto, mas parece-me que enquanto acharmos que o problema está na limpeza dos terrenos vamos continuar lixados...
Vou dar o meu exemplo. Vivo numa aldeia e não quero saber de agricultura. Como eu, há muitos mais, a maioria. Se compararmos com os tempos dos meus avós, todos cultivavam....
Hoje os que ficam no interior, não querem saber de agricultura, e são os que ficam, pois grande parte da juventude parte para o estrangeiro, ou para o litoral. Limpar o quê e quem? Maioria dos terrenos já nem se sabe de quem são. E por favor não me falem do Estado, pois nem os dele limpa...
Por isso enquanto não se mudar verdadeiramente a política de esquecimento do interior(eu sei que também há incêndios no litoral), não vale a pena virem com as medidas A, B,C, etc, pois as mesmas nunca vão funcionar.
O Sr. Primeiro Ministro já com incêndios a decorrer foi fazer uma visita onde não existiam na data incêndios, Coimbra, Lousã e Viseu!!! Chegou mesmo a dizer que uma das soluções era criar pequenas hortas em redor das aldeias!!! Eu gostava de o convidar a abdicar do seu salário, e de parte do dinheiro que tem no banco e a vir viver para o interior e cultivar a sua hortinha para perceber como pagava as contas...nem sei se devo rir ou devo chorar. Desconhecimento total da realidade do país, em que não percebe que quem faz agricultura de subsistência sai de casa antes do nascer do sol e chegue muito após o mesmo se ter posto. E este é um grande mal do nosso país. Grande parte das medidas são criadas pelos engravatadinhos das selvas de cimento, tendo em consideração essa realidade e não percebendo que as mesmas não se adequam à maioria do território.
Pós incêndios de 2017, os Programas Regionais de Ordenamento Florestal (PROF) indicam que eucalipto é espécie a privilegiar. Em 95% do território nacional será espécie privilegiada. Se não estou equivocado esta medida foi em 2021. Difícil de entender, até por todas as declarações pós incêndios de 2017.
Andamos nisto ano após ano e quando o hype passar na imprensa é um assunto completamente esquecido até á próxima temporada de incêndios.
E para o ano cá estaremos com o mesmo problema, aliás ainda pior, com cancelamentos de visitas ao estrangeiro para parecer bem, com políticos a darem abraços e beijinhos para a foto, com o anúncio que os meios são mais que suficientes, blá, blá, blá e com o país totalmente a arder...
Partilho totalmente desta opinião...e ainda, como dizia o outro, em formato telegrama...

* O Marcelo não anda à caça de selfies este ano...
* O PM anda longe da população, entre as 'elites dos incêndios'...
* Honerar micro-proprietários com multas certamente não é solução...especialmente pq o estado e igreja nada fazem...
* Deixar as associações florestais continuar funcionar na marmelada que funcionam há décadas...
* Jorrar dinheiro nos meios de combate é como jorrar gasolina no fogo...já para não falar na corrupção...
* Não promover o emparcelamento e reorganização florestal é adiar o problema 'ad eternum'...
* As pessoas só plantam eucaliptos pq existe mercado e é a única forma de rentabilizarem (pouco) os terrenos que têm/herdaram...senão é só prejuízo e as pessoas não têm rendimentos...
* Ninguém quer comprar terrenos florestais...comprar terrenos florestais é comprar problemas...agora o que está a dar é arrendar...
* Pinheiro Bravo é bem pior que eucalipto...em termos de fogo
* Leio por aqui muita coisa, mas muita gente não sabe o que se passa no 'mundo rural'...banhos de humildade precisam-se...
* As pessoas têm de escrever menos e reinvindicar mais...se estão à espera que os governos resolvam, bem podem esperar sentados...é ver a triste figura do PM esta semana...