Nada percebo disto, mas parece-me que enquanto acharmos que o problema está na limpeza dos terrenos vamos continuar lixados...
Vou dar o meu exemplo. Vivo numa aldeia e não quero saber de agricultura. Como eu, há muitos mais, a maioria. Se compararmos com os tempos dos meus avós, todos cultivavam....
Hoje os que ficam no interior, não querem saber de agricultura, e são os que ficam, pois grande parte da juventude parte para o estrangeiro, ou para o litoral. Limpar o quê e quem? Maioria dos terrenos já nem se sabe de quem são. E por favor não me falem do Estado, pois nem os dele limpa...
Por isso enquanto não se mudar verdadeiramente a política de esquecimento do interior(eu sei que também há incêndios no litoral), não vale a pena virem com as medidas A, B,C, etc, pois as mesmas nunca vão funcionar.
O Sr. Primeiro Ministro já com incêndios a decorrer foi fazer uma visita onde não existiam na data incêndios, Coimbra, Lousã e Viseu!!! Chegou mesmo a dizer que uma das soluções era criar pequenas hortas em redor das aldeias!!! Eu gostava de o convidar a abdicar do seu salário, e de parte do dinheiro que tem no banco e a vir viver para o interior e cultivar a sua hortinha para perceber como pagava as contas...nem sei se devo rir ou devo chorar. Desconhecimento total da realidade do país, em que não percebe que quem faz agricultura de subsistência sai de casa antes do nascer do sol e chegue muito após o mesmo se ter posto. E este é um grande mal do nosso país. Grande parte das medidas são criadas pelos engravatadinhos das selvas de cimento, tendo em consideração essa realidade e não percebendo que as mesmas não se adequam à maioria do território.
Pós incêndios de 2017, os Programas Regionais de Ordenamento Florestal (PROF) indicam que eucalipto é espécie a privilegiar. Em 95% do território nacional será espécie privilegiada. Se não estou equivocado esta medida foi em 2021. Difícil de entender, até por todas as declarações pós incêndios de 2017.
Andamos nisto ano após ano e quando o hype passar na imprensa é um assunto completamente esquecido até á próxima temporada de incêndios.
E para o ano cá estaremos com o mesmo problema, aliás ainda pior, com cancelamentos de visitas ao estrangeiro para parecer bem, com políticos a darem abraços e beijinhos para a foto, com o anúncio que os meios são mais que suficientes, blá, blá, blá e com o país totalmente a arder...