Seguimento - Incêndios 2023

A causa provavel do incendio de Odemira foi um descuido num parque de merendas
 
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PJ investiga se fogo de Odemira teve origem negligente ou dolosa.

A Polícia Judiciária (PJ) suspeita que o incêndio rural de Odemira, no distrito de Beja, tenha começado num parque de merendas, estando a investigar se teve origem em comportamentos negligentes ou dolosos, revelou hoje fonte policial.

A mesma fonte indicou à agência Lusa que o fogo terá começado num parque de merendas perto da povoação de São Miguel e que as investigações em curso visam esclarecer se o fogo resultou de comportamentos negligentes ou dolosos.

Segundo a fonte da PJ, a investigação está a cargo do Departamento de Investigação Criminal de Portimão desta polícia.

Uma equipa de investigadores está hoje no terreno a ouvir testemunhas e a recolher elementos sobre o fogo, tal como aconteceu no domingo, adiantou.



Por atuação negligente ou intencional ambos são crime, naturalmente o intencional/doloso é muito mais grave, pois quem o pratica sabe que a conduta está incorreta, prevê o resultado da mesma e leva a prática adiante, ocasionando o resultado.

Também não sei se haveria nesse parque avisos proibindo explicitamente o uso do fogo, dadas as condições meteorológicas e os mesmos foram ignorados, se assim for a eventual negligência é ainda mais grosseira :unsure:
 
Última edição:
Não podia estar mais em desacordo com este comandante...
dou apenas 3 exemplos...

o comandante refere que os incêndios de hoje não se comportam como ha 20 anos atrás, estão piores...bem, ha 20 anos atrás tivemos "2003"

segundo exemplo prende -se com o alerta tardio neste incêndio de Odemira...factos são factos...alerta ás 14h49...1ª intervenção ás 15:07...

terceiro e último exemplo...o vento dificultou...bem, parece me que foi precisamente ao contrario...vento de SE ajudou a que não se propagasse para a Serra de Monchique

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Anexos

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o comandante refere que os incêndios de hoje não se comportam como ha 20 anos atrás, estão piores...bem, ha 20 anos atrás tivemos "2003"

Vaga de Incêndios em Portugal (2003)

Portugal foi afetado por uma enorme vaga de incêndios no verão de 2003, entre 27 de julho e 15 de agosto, altura em que o País passou por uma das maiores vagas de calor de sempre. Ao todo arderam cerca de 300 mil hectares de floresta, morreram 18 pessoas, cerca de 85 foram desalojadas e centenas tiveram de ser evacuadas das suas casas. As zonas mais afetadas foram Vila de Rei, Oleiros e Idanha-a-Nova (no distrito de Castelo Branco), Mação, Abrantes e Chamusca (Santarém), Nisa (Viseu) e o Pinhal de Leiria, que perdeu um quarto da sua área florestal. Nos últimos dias da vaga de incêndios a tragédia ocorreu principalmente no Algarve, nomeadamente em Portimão, Monchique e Aljezur. Quinze dos dezoito distritos portugueses foram afetados por fogos durante esta vaga.
Ao todo, e em simultâneo, estiveram em ação no combate aos fogos cerca de três mil bombeiros, apesar de haver cerca de 40 mil inscritos em Portugal. Para ajudar foram mobilizados mais de 700 militares, sendo impossível contabilizar os muitos civis que tentaram pelos seus meios impedir a propagação de fogos.
No combate aos fogos estiveram envolvidas cerca de 800 viaturas, 25 helicópteros e 20 aviões. A nível de aeronaves Portugal contou com a ajuda de meios provenientes de Espanha, Itália, Alemanha e Marrocos.
Tratou-se da maior área ardida em Portugal desde 1980, data a partir da qual passaram a existir registos organizados e sistemáticos relativos a incêndios. Até 2002 a média anual de área ardida era de 93 600 hectares e o ano com mais prejuízos por causa de incêndios tinha sido 1991, quando arderam 182 486 hectares. Nos incêndios do verão de 2003, 75% da área ardida correspondia a povoamentos florestais e os restantes 25 % a mato. Até então a média era de 60 % de matos e 40% de povoamento florestal.
A 3 de agosto, o Governo declarou o Estado de Calamidade Pública, o que resultou na prática na libertação de 50 milhões de euros para apoios sociais, bombeiros, indemnizações e reflorestação.
Foram lançadas por diversas entidades várias campanhas de solidariedade de angariação de fundos para ajudar as vítimas dos incêndios.
Na sequência desta vaga de incêndios, a Polícia Judiciária procedeu a mais de sessenta detenções de presumíveis incendiários. A maioria dos incêndios terá tido origem criminosa ou acontecido devido a incúria.

Fonte: Infopédia
 
O comandante da a entender que os incendios de hoje se comportam pior que ha 20 anos...não é isso que os factos mostram e a tua ultima msg corrobora isso!
 
Incêndio em Vimioso...muito potencial...a seguir...
 
Não tenho dúvida que os incêndios se comportam pior do que há 20 anos. Mas não necessariamente por causa da meteorologia.

Em Portugal Continental acho que só houve um evento verdadeiramente excepcional em termos meteorológicos para a propagação de incêndios. Estou a falar de Outubro de 2017 quando uma tempestade tropical arrastou uma massar de ar muito quente e ventos fortes do quadrante sul. Uma situação verdadeiramente atípica. Todos os restantes grandes incêndios ou épocas de fogos surgem de padrões meteorológicos "normais" sendo que considero "normal" os eventos de lestadas nocturnas de Julho a Setembro, a nortada forte a partir do almoco, etc.

A grande diferença em relação a 2003 é o despovoamento do interior. Isto resulta em muitos mais terrenos e casas abandonados no meio das aldeias e uma população que se calhar há 20 ou 30 anos tinha uma média de idades de 45 anos e hoje tem de 65... Há gente menos alerta, há menos capacidade de reacção e os fogos que antigamente morriam às portas das aldeias hoje encontram um trilho por entre os baldios e as casas devolutas para continuar o seu caminho.

Por este motivo sou contra evacuações compulsivas de aldeias em cenários de risco moderado. Os mais frágeis devem ser protegidos e evacuados, aos restantes deve ser dada oportunidade de defender o seu património porque era isto que era feito há 30 anos e há 100 anos e era assim que se matavam os grandes IF.
 
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2003 teve a maior onda de calor registada...não é excecional?
 
Eu cá não noto diferença nenhuma, relativamente à realidade dos incêndios há 20 anos. Se quisermos constatar diferenças, temos de recuar até aos anos 70, ou seja, há 50 anos.

O que é que mudou? Despovoamento / envelhecimento do interior, devido às políticas dos sucessivos governos. Com a entrada de Portugal na CEE e depois UE, até houve um investimento ao nível de infraestruturas (água, saneamento, estradas, comunicações) já a meados dos anos 80, mas apenas e só infraestruturas básicas, pois ao nível de serviços públicos e políticas de emprego, o esvaziamento foi brutal. Basicamente, as pessoas mudam-se para as cidades ou emigram para o estrangeiro.

Em junho estive na aldeia da minha mãe, e falava com as pessoas da aldeia sobre as fogueiras de São João. Contaram-me que era hábito nos anos 60 e 70, cada família ter 1 ou 2 fogueiras de São João, mesmo no meio do pinhal e nunca resultaram daí incêndios. Eu acredito, pois o mato era escasso. Havia pessoas que se zangavam com vizinhos até de outras aldeias, que lhes roubavam o mato, que era necessário para fazer a cama dos animais e posteriormente aproveitado para fertilizar as terras.

Em resumo.. Os incêndios são diferentes daqueles há 20 anos?? Acredito mais que as estratégias e os meios de combate tenham alterado, mas as condições favoráveis ao desenvolvimento de grandes incêndios são basicamente as mesmas:
- Mato por todo o lado;
- Floresta desordenada e com espécies invasoras;
- Atos negligentes;
- Pirómanos;
- (...).

Não sou da opinião de que a responsabilidade seja coletiva (de todos nós) pelos atos negligentes praticados, ou pela existência de pirómanos, porque se vamos a isso, no limite e enquanto seres humanos que vivem em sociedade, somos então responsáveis por tudo: venda de tabaco, venda de alcoól, depressões, desemprego.

A responsabilidade é acima de tudo individual, pois se eu fui negligente (mesmo sem dolo) e fui apanhado, então devo cumprir uma pena e indemnizar os danos causados a terceiros.

A parte da responsabilidade coletiva não deve ser ignorada, mas ela é deve ser dinamizada através de políticas concretas dos governos e cabe a nós cidadãos, exigir e escolher / punir nos atos eleitorais, quem nos governa / desgoverna.
 

Mais de 160 bombeiros e 11 meios aéreos combatem chamas em Vimioso.​


10/08/23 14:50 ‧ HÁ 1 HORA POR LUSA.

O incêndio mantém-se com uma frente ativa, "já foram duas", e está a arder "numa zona de muito difícil acesso", segundo explicou o comandante Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil Terras de Trás-os-Montes, João Noel Afonso.

Um incêndio florestal que deflagrou hoje ao final da manhã em Argoselo, no concelho de Vimioso, esta a ser combatido por 167 operacionais apoiados por 45 veículos e 11 meios aéreos, disse à Lusa fonte do CDOS.

"Estamos nesta fase a utilizar os meios aéreos para não deixar que o incêndio se encaixe nas encostas do rio Maças, porque o terreno apresenta maior dificuldades de combate devido à orografia", explicou cerca das 14h30 o comandante Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil Terras de Trás-os-Montes, João Noel Afonso.

Noel Afonso disse ainda que o incêndio se mantém com uma frente ativa, "já foram duas", e está a arder "numa zona de muito difícil acesso".

De acordo com o comandante, não há povoações ou bens em perigo nesta área do incêndio que deflagrou perto do meio-dia, nesta freguesia do distrito de Bragança.

No teatro de operações estão ainda a trabalhar cinco máquinas de rasto para abrir corta fogos e controlar as chamas.

No local estão também operacionais espanhóis empenhados no combate às chamas.

[Notícia atualizada às 15h39]