Para quem gosta de climatologia...
New drought atlas maps 2,000 years of climate in Europe
Os dados estão aqui:
https://www.ncdc.noaa.gov/cdo/f?p=519:1:0::::P1_study_id:19419
Mesmo que não houvesse aquecimento global, tendo em conta a posição de PT face ao anticiclone, secas invernais continuariam a ocorrer (porventura, e em média, com menor intensidade e período de retorno). A minha ilha está a levar persistentemente com cortes na precipitação acima de >25% (quando não é quase 50%). Como sou ultraperiférico já não interesso
O estudo das alterações climáticas é muito difuso. Há autores que defendem que as alterações antecedem a revolução industrial. A desflorestação semi-permanente e as queimas massivas há muito que alteraram a meteorologia regional e inevitavelmente global. Isto é de difícil conceptualização por isso fica - em parte de forma errada - inserido nas flutuações naturais do clima terrestre.
Eventos meteorológicos de dimensão inconcebível já aconteceram e voltarão a acontecer. Em 1540 houve uma megaseca na Europa Central...
... tendo isto
acontecido:
Chroniclers in northern Italy wrote that the 1539-40 winter was rain-free and “like in July.” People in Spain had begun praying for rain as early as October 1539. Heat continued through much of 1540, and even when the rains came, they don’t seem to have helped much.
Large rivers, such as the Rhine and the Seine, dried enough that people could easily wade across them in places. Brooks and wells went completely dry. Without water, cattle and other animals died, and mills could not grind grain. The earth dried out, and vegetation suffered from drought stress. Pierre de Teysseulh, a church official in Limoges, France, wrote that “the grapes were like roasted and the leaves of the vines had fallen to the ground like after a severe frost.” But the extreme heat may have been good for at least one vineyard in Germany, Würzburger Stein, which produced
a vintage so fine that year that its reputation is still known today.
Sendo
isto também relevante:
The estimated number of precipitation days and precipitation amount for Central and Western Europe in 1540 is significantly lower than the 100-year minima of the instrumental measurement period for spring, summer and autumn. This result is supported by independent documentary evidence about extremely low river flows and Europe-wide wild-, forest- and settlement fires. We found that an event of this severity cannot be simulated by state-of-the-art climate models.
Quem sabe se nos próximos anos não ocorrem algumas erupções vulcânicas e, por feedback positivo, as temperaturas baixam um pouco?
Novamente, no tópico das alterações climáticas há muita falta de contextualização e propaganda barata. Há poucos dias a Califórnia experienciou um dilúvio que quase eliminou a seca no norte do estado (mas não no sul). A ocorrência de rios atmosféricos (expresso ananás de seu nome) não significa que o aquecimento global é uma treta porque subjacente a isso está a noção - errada - de que haverá seca eterna em todo o lado. A Califórnia é um caso extremo. É um local onde ocorrem mega-secas de 30 anos. Mas também o oposto ocorre. Em
1861 ocorreu uma mega-cheia que demorou 43 dias(!!!). 1500 milímetros caíram em Los Angeles.
A Terra já teve de tudo. Alterações climáticas, impactos de asteróides... mas isso é um argumento desprovido de sentido realista. Houve alguma outra altura da história conhecida em que houveram quase 8 mil milhões de pessoas? Como a resposta é não, há que prestar atenção às consequências de qualquer alteração significativa, mesmo que a mesma seja natural.
Daqui a uns tempos o anticiclone vai para sul mandando uma pluma tropical para o norte do país e esta choradeira acaba. Até porque os continentais do norte, face às queixas de falta de água dos continentais do sul, normalizam, dizendo que isso é o
status quo e como tal não há nada a fazer se não lidar com isso
Não há, de facto, solidariedade patriótica