Como disse o rozzo e como eu já tentei explicar no outro dia, temos que esperar, efetivamente, pela propagação do sinal gerado pelo split do vórtice na troposfera, até lá é muito natural que os modelos atinjam um estado caótico
.
Ao longo dos próximos dias a estabilidade deverá dominar, é consensual com menor ou maior expressão que o AA deverá subir em latitude e colocar a sua dorsal em cima de nós, só depois com a possível inversão da circulação zonal, é que poderemos começar a olhar para o que nos deverá suceder, e entretanto já deverá haver mais informação acerca da perturbação do split do vórtice nas camadas troposféricas.
Após a subida da dorsal anticiclónica até latitudes escandinavas, e com a presumível inversão de circulação provocada até pelo próprio jet (devido à subida do AA), deverá iniciar-se uma entrada continental, no entanto para já é impossível saber se ela nos afetará em cheio ou não (a título especulativo os modelos têm estado mais consentâneos no seu desvio da PI).
Esse desvio explica-se, em parte, pelo facto da corrente de jato que nos poderia trazer o frio se desintegrar e ser absorvida pela poderosa união do jet polar com o jet subtropical, esta junção acontece muitas vezes depois dos SSW, onde a célula polar é literalmente empurrada contra a célula de hadley, havendo um encontro dos jet(s). Esse encontro é favorável ao aparecimento de mais tempestades, e de mais instabilidade a latitudes mais baixas, já que a célula de hadley costuma tirar partido de ar bastante energético já com características tropicais.
Só para não se perderem no que estou a falar este é o padrão normal da atmosfera:
A descida do jet polar está já a iniciar-se com essa "bomba meteorológica", deverá a vir a bordo do jet até aos Açores, depois eventualmente Madeira, e entretanto deverá ocorrer a dita junção das correntes de jato, como é visível pelo GFS nesta carta 3D:
A partir daqui vai tudo depender da oscilação do jet, o ideal é que ele assuma um comportamento no qual se instale mais às nossas latitudes e nos traga uma corrente perturbada de Oeste com sucessivos sistemas frontais, no entanto quanto a esta parte há ainda algumas dúvidas...
A existência de uma entrada continental, pode até facilitar de alguma forma a união da instabilidade atlântica que passará nos Açores à do interior europeu, e trazer-nos as primeiras chuvas. Agora para já não passam de muitos "ses", que espero que se dissolvam com o passar do tempo.
Quanto a esta última parte que acabo de falar da entrada continental, refiro-me a uma configuração deste estilo: