Infelizmente as ignições começam a reduzir, mas apenas localmente, quando os incêndios já fizeram suficientes estragos. Aí o risco de incêndio diminui, pois seria arder sobre queimado.
Acho piada que se fale de alterações climáticas, se fale das 3 componentes de risco (t30, v30, %hr30), quando na verdade a % de humidade no solo foi este ano, o fator que limitou a eficácia no combate dos incêndios. Na verdade devíamos estar em alerta desde o final de Junho.
Modéstia à parte, já temia que o pior estava para vir, por causa da seca extrema e dos maus hábitos em Agosto. Cada dia que passa sem chuva, tudo fica um pouco mais seco! Os pirómanos são mais ou menos os mesmos em número, pois se apanharam 100, de certeza eram 1000 ou mais. Mas a maioria dos incêndios são negligência com maior ou menor culpa, desde o idoso que só quer queimar os sobrantes até ao cidadão mais comum e informado que teima em deitar a beata para fora do carro.
Depois gastam-se rios de dinheiro em estudos e diz-se em cada grande incêndio que este merece um estudo aprofundado, de onde tiraremos lições.. Então mas é o que é que aprenderam afinal, do incêndio do pinhal de Leiria, e do incêndio de Proença a Nova /oleiros e os incendios no Algarve e outros tantos? Nada?? Agora sabem que o incêndio de Pedrogão era impossível de combater, devido ao downburst (simplificando).
Eles que tanto estudam, conseguem defender a pés juntos, uma causa e a contrária, pois se não chover a culpa é da seca e se chover muito a culpa é do mato que cresce muito e não limpam a floresta.
Vamos desmistificar:
1) os cidadãos estão mais cientes dos riscos e têm cumprido cada vez mais na limpeza dos matos.
As florestas não são limpas desde há uns 40 anos, ou melhor, são limpas quando passa o fogo.
Sim os cidadãos estão mais cientes dos riscos, mas ainda assim, existem pirómanos quanto baste, e o deitar a beata fora em condução continua a ser algo tido como risco menor.
2) O potencial combustível dos matos é maior, nos anos chuvosos, pois crescem mais.
O potencial combustível dos Matos está sempre a aumentar, pois os Matos crescem de ano para ano independentemente se o ano for chuvoso ou seco, eles continuam a crescer, pois são plantas vivazes (não são anuais).