Pelas previsões, aqui pela Beira Baixa amanhã vai ser mais do mesmo, um calor insuportável, quarta-feira as temperaturas baixam cerca de 3 graus, o que mesmo assim ainda é um calor dos diabos.
Não me parece que venhamos a ter temperaturas abaixo dos 20 nos próximos dias, embora o GFS e o IPMA ponham essa possibilidade a partir de quarta.
Já viste a temperatura mínima de Portalegre? 30º... se com 24 já é impossível com 30 dava em louco .
Ventos catabáticos:
Quando comprimes ar, ele aquece. Tendo em isso em conta, se tiveres uma corrente de ar que desce uma encosta então ele comprime-se ao longo do percurso devido ao aumento da pressão atmosférica com o reduzir da altitude.
No caso de Portalegre, quando o vento vem de nordeste ele desce a encosta da Serra de São Mamede e comprime-se até Portalegre (aquecendo) por isso essas mínimas acontecem quando a noite é dominada por vento de nordeste.
Foi esse mesmo efeito que provocou aquelas máximas estrondosas na Ilha da Madeira, em junho.
Esse efeito também ocorre no Sul do Algarve.
Edição: a explicação não estava correta então corrigi-a, depois do esclarecimento do @Jorge_scp , para evitar desinformar mais pessoas.
E acho que o pior são as páginas amadoras do facebook divulgarem esse valor como se fosse algo verídico, sem qualquer investigação mínima. E é claro, ignorando convenientemente os 44,4°C dessa estação wunderground. Sensacionalismo puro e duro.
Ventos catabáticos:
Quando comprimes ar, ele aquece. Tendo em isso em conta, se tiveres uma corrente de ar que desce uma encosta então ele comprime-se no final da mesma e aquece.
No caso de Portalegre, quando o vento vem de nordeste ele desce a encosta da Serra de São Mamede e comprime-se sobre Portalegre (aquecendo) por isso essas mínimas acontecem quando a noite é dominada por vento de nordeste.
Foi esse mesmo efeito que provocou aquelas máximas estrondosas na Ilha da Madeira, em junho.
Esse efeito também ocorre no Sul do Algarve mas não de forma tão acentuada...
Só um pequeno "à parte": a compressão não é só final das encostas nem é porque comprime "contra o chão no fundo da encosta". Tem a ver simplesmente com o aumento da pressão atmosférica quando o ar desce uma encosta. Se o ar é seco, aquece a uma taxa aproximada de 10ºC/km, assumindo que não há trocas de calor entre a partícula de ar e o meio.
Dados preliminares indicam que nesta segunda-feira foi atingida a temperatura máxima do ano em Santarém, com 46,4 graus Celsius, ultrapassando o valor de 43,6 atingido no domingo em Mértola.
www.publico.pt
Isto não é verdade, tenho estado na zona de Santarém e as temperaturas embora altas não chegaram perto deste valor! Aponto para uma máxima de 43 graus.
Tem a ver simplesmente com o aumento da pressão atmosférica quando o ar desce uma encosta. Se o ar é seco, aquece a uma taxa aproximada de 10ºC/km, assumindo que não há trocas de calor entre a partícula de ar e o meio.
Bastante interessante, então quer dizer que a velocidade do vento e a inclinação da encosta não tem um impacto muito significativo no quanto a temperatura aumenta? Basta que desça a encosta, sendo assim.
E naquele fenómeno do Heat Burst, o aquecimento também é exclusivamente provocado pelo aumento da pressão atmosférica?
Mas se o ar que desceu a encosta ficar mais quente do que o ar que está junto ao chão ele não volta a subir depois porque se tornou menos denso do que esse ar? Imaginava que quanto mais longe da encosta tivéssemos menor a temperatura ou referes-te ao longo de todo o percurso de descida?
Isto não é verdade, tenho estado na zona de Santarém e as temperaturas embora altas não chegaram perto deste valor! Aponto para uma máxima de 43 graus.
É uma máxima numa estação do IPMA, portanto, e a não ser que, por qualquer motivo não seja validada, é oficial e obtida segundo os padrões corretos de medição.
Se houver algum problema na estação, ou nos dados em si, o IPMA certamente não validará o valor.
@frederico várias vezes foi falado no fórum, por pessoas mais entendidas do que eu, o porquê das temperaturas elevadas durante a noite em Portalegre.
Atenção que esta situação não é exclusiva do Verão, é também recorrente no Inverno, pois é raro ocorrerem geadas ou surgir gelo nas ruas da Cidade. Mas, se te deslocares 1 km, para próximo do Bairro dos Assentos ou em Água da Prata, as geadas podem ser bastante intensas. Para te dar um exemplo, consigo sair de casa com 7ºC no termómetro do carro e quando chego à Variante do IP2, a temperatura desce para baixo de 0ºC, num percurso de menos de 1,5 km...
A orografia especial que a cidade tem, conjugado com as serras que a circundam, permitem um microclima bastante peculiar. Não deixa de ser curioso que Portalegre foi conhecida como a Cidade Branca, não só pelo casario branco típico, mas por ser habitual a queda de neve. Recordo-me de manhãs de Inverno, quando estava no secundário, em que o vento de Norte/Nordeste fazia bater o dente incessantemente...
Bastante interessante, então quer dizer que a velocidade do vento e a inclinação da encosta não tem um impacto muito significativo no quanto a temperatura aumenta? Basta que desça a encosta, sendo assim.
O ar aquece simplesmente pelo aumento da pressão quando desce. Agora, claro que a morfologia da encosta, velocidade e direcção do escoamento podem influenciar a maneira como o ar desce, então podemos dizer que também têm um papel.
Mas se o ar que desceu a encosta ficar mais quente do que o ar que está junto ao chão ele não volta a subir depois porque se tornou menos denso do que esse ar?
O que acontece depois depende de muitos factores, estamos a falar de circulações locais e será muito difícil saber o que pode acontecer a seguir, não tens nenhum marcador que te permita "seguir" uma partícula de ar. O ar que desce e aquece por compressão adiabática pode depois voltar a subir, como dizes, ou noutros casos continuar com um escoamento quase horizontal, depende mesmo de cada caso e das muitas variáveis em jogo.
Imaginava que quanto mais longe da encosta tivéssemos menor a temperatura ou referes-te ao longo de todo o percurso de descida?
Ao longo do percurso de descida, o ar vai aquecendo mais, até parar de descer. No caso da Madeira, ar que aos 850 hPa (+- 1500 m) esteja a 20ºC, seco, pode na teoria chegar ao Funchal com cerca de 35ºC. No caso de Portalegre, ar a descer uma encosta da Serra S.Mamede aos 900 m até aos 400 m de Portalegre pode aquecer cerca de 5ºC. Depois há-de haver uma altura esse ar é "misturado" com o do ambiente e perder as suas características.
E naquele fenómeno do Heat Burst, o aquecimento também é exclusivamente provocado pelo aumento da pressão atmosférica?
Sim. A diferença é que o movimento descendente não é provocado por uma encosta, mas pela evaporação de gotas de água que absorveram calor latente no processo, provocando um arrefecimento do ar, tornando-se mais denso e iniciando o movimento descendente por instabilidade gravítica. Ao descer, já seco (uma vez toda a água evaporada), aquece adiabaticamente até chegar ao solo.
O ar aquece simplesmente pelo aumento da pressão quando desce. Agora, claro que a morfologia da encosta, velocidade e direcção do escoamento podem influenciar a maneira como o ar desce, então podemos dizer que também têm um papel.
O que acontece depois depende de muitos factores, estamos a falar de circulações locais e será muito difícil saber o que pode acontecer a seguir, não tens nenhum marcador que te permita "seguir" uma partícula de ar. O ar que desce e aquece por compressão adiabática pode depois voltar a subir, como dizes, ou noutros casos continuar com um escoamento quase horizontal, depende mesmo de cada caso e das muitas variáveis em jogo.
Ao longo do percurso de descida, o ar vai aquecendo mais, até parar de descer. No caso da Madeira, ar que aos 850 hPa (+- 1500 m) esteja a 20ºC, seco, pode na teoria chegar ao Funchal com cerca de 35ºC. No caso de Portalegre, ar a descer uma encosta da Serra S.Mamede aos 900 m até aos 400 m de Portalegre pode aquecer cerca de 5ºC. Depois há-de haver uma altura esse ar é "misturado" com o do ambiente e perder as suas características.
Sim. A diferença é que o movimento descendente não é provocado por uma encosta, mas pela evaporação de gotas de água que absorveram calor latente no processo, provocando um arrefecimento do ar, tornando-se mais denso e iniciando o movimento descendente por instabilidade gravítica. Ao descer, já seco (uma vez toda a água evaporada), aquece adiabaticamente até chegar ao solo.
Já há várias situações anteriores de calor que Pinhão não era a protagonista, desta vez, e à medida que a circulação se desloca para norte, lidera e com valores perigosos para a região.