Viseu: maior operação de abastecimento de água do país começa amanhã
Mais de 100 cargas diárias, utilizando 27 camiões-cisterna. A água de Viseu chegará por camião em novembro, no que será a maior operação do género alguma vez feita em Portugal.
Serão quatro os concelhos que, no distrito de Viseu, passarão a ser abastecidos de água através de camiões-cisterna. A medida foi tomada em consequência da seca severa que assola o distrito, cujas reservas de água já são são suficientes para garantir o abastecimento da população.
Assim na maior operação do género “alguma vez montada em Portugal, conforme adianta à TSF Almeida Henriques, presidente da Câmara Municipal de Viseu, estarão envolvidos 27 camiões-cisterna, que realizarão mais de 100 cargas de água diárias, durante todo o mês de novembro.
“Estamos a falar de 27 camiões, 112 movimentos por dias, que vêm desde Tondela até Trancoso, pontos onde vamos fazer esse abastecimento”, explicou Almeida Henriques à rádio, acrescentando que, além do de Viseu, o reforço no abastecimento abrangerá também os concelhos de Mangualde, Penalva do Castelo e Nelas. Ainda segundo as declarações de Almeida Henriques, o custo desta operação rondará os 500 mil euros, cerca de “dez vezes mais do que aquilo que os consumidores pagam”.
Em Nelas, segundo adianta a Lusa, as piscinas municipais cobertas deixarão de funcionar a partir do dia 1 de novembro. Num aviso divulgado às populações, o presidente da autarquia, José Borges da Silva, refere que esta é uma das “imprescindíveis e inadiáveis medidas de poupança” a serem adotadas, frisando que “a utilização da rede da água pública deverá ser apenas para consumo doméstico” e com moderação.
No mesmo aviso, é proibida “a utilização de água da rede pública para a rega de jardins públicos e privados ou qualquer outro uso diferente”, medida, que o autarca diz visarem “prolongar as reservas de água existentes na Barragem de Fagilde”.
Esta segunda-feira, a Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca reúne-se no Ministério da Agricultura.
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“Dois quilómetros e meio de camiões cisterna por dia” levam água a Viseu
30 out, 2017 - 12:00
Presidente da Câmara de Viseu lamenta falta de investimento do Governo nos recursos hídricos e avança medidas para “prevenir o próximo Verão”.
Arranca esta segunda-feira, em Viseu, uma
megaoperação de compra e transporte de água para abastecer as populações de quatro concelhos do distrito. “Essa operação significa dois quilómetros e meio de camiões cisterna por dia a transportarem 3.300 metros cúbicos”, indica o presidente da Câmara.
Todos os dias, 27 camiões cisternas vão disponibilizar água aos munícipes de Viseu, Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo. Isto, para evitar o consumo de água da barragem de Fagilde, que serve as populações de Nelas e Mangualde.
Os vários metros cúbicos de água “vêm de locais aqui à volta, uns mais longe outros mais perto: uma água vem de Tondela, outra de Trancoso, outra de Caparrosa. São cerca de cinco pontos onde vamos buscar essa água e depois distribuímos por diferentes pontos no concelho. No fundo, isto visa reduzir o consumo de água da barragem para continuarmos a poder fornecer Nelas e Mangualde”, explica o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, na Manhã da Renascença.
O autarca lamenta também a falta de investimento do Governo nos recursos hídricos.
“Se nós tivéssemos instaladas ensecadeiras, que seriam da responsabilidade do Estado central, nós poderíamos neste momento estar com mais um milhão e 500 mil metros cúbicos de água na albufeira, o que nos permitira aguentar até ao final do ano”, começa por dizer.
“As restrições, os cortes fizeram com que esse investimento fosse adiado. De há três anos a esta parte que eu venho a propor ao Governo, ao anterior e a este, que a Câmara de Viseu faça a obra e que depois deixe de pagar as taxas – que nós pagamos quase 300 mil euros por ano à APA [Agência Portuguesa do Ambiente] para podermos utilizar a água da barragem. E a verdade é que isso foi sendo adiado”, critica.
“Agora, nesta situação de emergência, parece que finalmente vamos ser autorizados a construir esta ensecadeira, até para prevenir o próximo Verão, e também estamos a tratar do processo de desassoreamento da própria albufeira, porque o desassoreamento mais a colocação da ensecadeira pode-nos permitir armazenar mais dois milhões de metros cúbicos no próximo ano”, avança por fim na Renascença.
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