Seguimento Rios e Albufeiras - 2022

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A visita à barragem do Rio da Mula, na vertente sul da Serra de Sintra (concelho de Cascais), ontem dia 15 de Setembro, terminada a precipitação do evento ex-Danielle, revestia-se de grande expectativa optimista.

Revelou-se uma grande desilusão. Como tenho referido, o nível desta albufeira é um aferidor muito fiel do estado hidrológico da região.
Em 4 de Julho o nível era 3,30 m. Admitindo que estando em volume morto o caudal de saída durante os últimos dois meses foi nulo, a descida do nível seria apenas devida à evaporação superficial e possível infiltração nos terrenos das margens e fundo.

Ontem o nível era de 3,15 m. Significa que a precipitação recente, cerca de 70 a 80 mm na estações periféricas e que na própria Serra terão sido certamente maiores, não conseguiu sequer superar a perda por evaporação e infiltração nos dois últimos meses.

Observou-se profundo ravinamento nas margens e caminhos, arrastamento de detritos vegetais e de solo, além de desprendimentos nas margens, sinais da forte precipitação.
Apesar desses sinais e dos valores dos acumulados, as linhas de água afluentes e a própria Ribeira da Mula já não tinham caudal ontem ao chegar à albufeira. Ou seja, após as enxurradas, não há continuação das escorrências superficiais e abastecimento da albufeira, tal é o estado de secura dos terrenos e da vegetação da bacia. No entanto, observou-se que os troncos das árvores e a manta morta superficial do solo absorveu bastante água, notando-se a recuperação de musgos e vegetação rasteira.

Nível de pleno enchimento: 13,0 m
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Nível actual: 3,15 m
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O nível de pleno enchimento é visível na base da vegetação arbórea no topo da imagem.
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Vista desde o extremo norte: tudo o que se vê na imagem abaixo da base das árvores fica submerso no pleno, o largo caminho do lado esquerdo inclusive.
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Sem comentários... :rolleyes:

Protesto​

Milhares de agricultores espanhóis querem impedir envio de água para Portugal.​


Hoje às 15:55

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Espanha tem de libertar 870 hectómetros cúbicos de água armazenada nas albufeiras espanholas da bacia do Douro

Foto: Leonel de Castro/ Global Imagens


Cerca de três mil agricultores das províncias de León, Zamora e Salamanca manifestaram-se hoje no centro da cidade de León para exigir que se encerre a libertação de água para Portugal no âmbito do acordo de Albufeira.

O pacto de Albufeira, assinado pelos dois países em 30 de novembro de 1998 para a administração e uso da água nas cinco bacias hidrográficas que compartilham, entre as quais a do Douro, regula a proteção e uso sustentável das águas das mesmas.

O presidente da Associação de Comunidades de Rega da Bacia do Douro (Ferduero), Ángel González Quintanilla, denunciou que os primeiros afetados com as libertações extraordinárias em Santa Teresa, Águeda e Irueña foram os agricultores de Salamanca.

"Agora foi a vez das comunidades de León sofrerem as consequências com a libertação de água que está a decorrer desde 09 de setembro nos reservatórios de Riaño e Porma, no sistema Esla-Valderaduey", acrescentou González Quintanilla.

A Ferduero denunciou que se trata de uma "espoliação" que está a ocorrer de forma unilateral e sem qualquer tipo de diálogo, acusando o Ministério da Transição Ecológica e Desafio Demográfico espanhol de voltar continuamente as costas à irrigação e ao mundo rural.

Após uma reunião com os agricultores na semana passada, o subdelegado do Governo em León, Faustino Sánchez, sublinhou que a libertação da água para Portugal "é obrigatória" por força do acordo assinado entre os dois países.

Em virtude deste acordo, as duas maiores albufeiras da Bacia Hidrográfica do Douro - Almendra, no rio Tormes entre Salamanca e Zamora, e Ricobayo, no rio Esla, em Zamora, ambas destinadas principalmente à produção hidroelétrica - terão de ceder a Portugal mais de metade da água que têm atualmente nas albufeiras.

O acordo prevê o envio para Portugal de cerca de 870 hectómetros cúbicos de água armazenada nas albufeiras espanholas da bacia do Douro, dos quais cerca de 650 provêm destas duas grandes albufeiras.

 

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Protesto​

Milhares de agricultores espanhóis querem impedir envio de água para Portugal.​


Hoje às 15:55

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Espanha tem de libertar 870 hectómetros cúbicos de água armazenada nas albufeiras espanholas da bacia do Douro

Foto: Leonel de Castro/ Global Imagens


Cerca de três mil agricultores das províncias de León, Zamora e Salamanca manifestaram-se hoje no centro da cidade de León para exigir que se encerre a libertação de água para Portugal no âmbito do acordo de Albufeira.

O pacto de Albufeira, assinado pelos dois países em 30 de novembro de 1998 para a administração e uso da água nas cinco bacias hidrográficas que compartilham, entre as quais a do Douro, regula a proteção e uso sustentável das águas das mesmas.

O presidente da Associação de Comunidades de Rega da Bacia do Douro (Ferduero), Ángel González Quintanilla, denunciou que os primeiros afetados com as libertações extraordinárias em Santa Teresa, Águeda e Irueña foram os agricultores de Salamanca.

"Agora foi a vez das comunidades de León sofrerem as consequências com a libertação de água que está a decorrer desde 09 de setembro nos reservatórios de Riaño e Porma, no sistema Esla-Valderaduey", acrescentou González Quintanilla.

A Ferduero denunciou que se trata de uma "espoliação" que está a ocorrer de forma unilateral e sem qualquer tipo de diálogo, acusando o Ministério da Transição Ecológica e Desafio Demográfico espanhol de voltar continuamente as costas à irrigação e ao mundo rural.

Após uma reunião com os agricultores na semana passada, o subdelegado do Governo em León, Faustino Sánchez, sublinhou que a libertação da água para Portugal "é obrigatória" por força do acordo assinado entre os dois países.

Em virtude deste acordo, as duas maiores albufeiras da Bacia Hidrográfica do Douro - Almendra, no rio Tormes entre Salamanca e Zamora, e Ricobayo, no rio Esla, em Zamora, ambas destinadas principalmente à produção hidroelétrica - terão de ceder a Portugal mais de metade da água que têm atualmente nas albufeiras.

O acordo prevê o envio para Portugal de cerca de 870 hectómetros cúbicos de água armazenada nas albufeiras espanholas da bacia do Douro, dos quais cerca de 650 provêm destas duas grandes albufeiras.


Não deixam de ter alguma razão.
A capacidade de armazenamento no Douro português é de 0.
Portanto é atirar água ao mar
 
Não deixam de ter alguma razão.
A capacidade de armazenamento no Douro português é de 0.
Portanto é atirar água ao mar

A convenção da Albufeira refere-se essencialmente a caudais ecológicos, ou seja alguma água tem mesmo que ir parar ao mar para manter os ecossistemas fluviais ao longo de todo o curso do rio. Os espanhóis assinaram o acordo, portanto só têm é que o cumprir, mesmo que 100% da água vá parar logo toda ao Atlântico, o que não acredito que venha a suceder. No Douro propriamente dito as barragens do lado português são todas de fio de água, com capacidade de armazenamento muito reduzida. Mas utilizando o sistema de bombagem pode-se acumular alguma água do Douro no reservatório do Baixo-Sabor e em menor escala em Foz-Tua.

No Tejo é pior, porque não temos capacidade de armazenamento e creio que não há sistemas de bombagem para albufeiras dos afluentes a montante, logo a água vai mesmo logo direta ao mar depois de passar no Fratel e em Belver.
 
Última edição:
A convenção da Albufeira refere-se essencialmente a caudais ecológicos, ou seja alguma água tem mesmo que ir parar ao mar para manter os ecossistemas fluviais ao longo de todo o curso do rio. Os espanhóis assinaram o acordo, portanto só têm é que o cumprir, mesmo que 100% da água vá parar logo toda ao Atlântico, o que não acredito que venha a suceder. No Douro propriamente dito as barragens do lado português são todas de fio de água, com capacidade de armazenamento muito reduzida. Mas utilizando o sistema de bombagem pode-se acumular alguma água do Douro no reservatório do Baixo-Sabor e em menor escala em Foz-Tua.

No Tejo é pior, porque não temos capacidade de armazenamento e creio que não há sistemas de bombagem para albufeiras dos afluentes a montante, logo a água vai mesmo logo direta ao mar depois de passar no Fratel e em Belver.
Está a acontecer @MSantos

Almendra.webp


Há uma semana que corre muita água no Douro a propósito destas descargas. Almendra está a perder água a olhos vistos! Por consequência, tem havido uma produção hídrica de fio de água no Douro bastante acima da média.
A convenção tem um bom ideal mas na prática é ridícula. Um caudal ecológico é algo permanente no tempo. Não o que está a acontecer agora, ou o que aconteceu o ano passado na barragem Cedillo, que foi esvaziada em poucos dias para que se cumprisse a tal convenção no rio Tejo.

Imaginem que nos obrigavam a fazer isso no Alqueva?!
 
Continua a saga (desta vez com vídeo)

Milhares de agricultores espanhóis exigem corte do envio de água para Portugal​


SIC Notícias

Há uma hora

"Esta água que está a ir para Portugal era nossa".

Milhares de agricultores espanhóis exigem que o país corte o envio de água para Portugal. Manifestaram-se esta terça-feira no centro da cidade de León, no noroeste de Espanha.

A Associação de Comunidades de Rega da Bacia do Douro diz que a libertação de água dos últimos dias está a ocorrer de forma unilateral e sem qualquer tipo de diálogo, acusando o Ministério da Transição Ecológica e Desafio Demográfico espanhol de ignorar a irrigação e a área rural.

O subdelegado do Governo de León diz que a libertação de água para Portugal é obrigatória.

Em 1998, os dois países assinaram o pacto de Albufeira para regular o uso sustentável da água das cinco bacias hidrográficas que partilham.



Não tarda muito e água em Portugal só mesmo na mercadona... :rolleyes:
 
Última edição:
Está a acontecer @MSantos

Ver anexo 2260

Há uma semana que corre muita água no Douro a propósito destas descargas. Almendra está a perder água a olhos vistos! Por consequência, tem havido uma produção hídrica de fio de água no Douro bastante acima da média.
A convenção tem um bom ideal mas na prática é ridícula. Um caudal ecológico é algo permanente no tempo. Não o que está a acontecer agora, ou o que aconteceu o ano passado na barragem Cedillo, que foi esvaziada em poucos dias para que se cumprisse a tal convenção no rio Tejo.

Imaginem que nos obrigavam a fazer isso no Alqueva?!

Aquele caudal que Portugal não cumpre?

Já agora as barragens de Porma Juan Benet e Riaño são barragens de alta montanha...
Essa água fará lá falta
 
Aquele caudal que Portugal não cumpre?

Já agora as barragens de Porma Juan Benet e Riaño são barragens de alta montanha...
Essa água fará lá falta
Não dá mesmo para perceber.

Entretanto no Douro português corre água como se estivéssemos na estação húmida.

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Do lado Espanhol:

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